— Eu já não disse que não queria mais ver você nessa casa ou eu não fui claro o suficiente? 

Ele está de braços cruzados com sua pose mandona de sempre e isso me irrita. 

— É verdade que o senhor matou o pai do Jungkook? — No momento em que ouve as palavras que saem da minha boca, percebo que sua expressão muda, de fria para preocupado. — ME RESPONDE, PAI! 

— Quem disse isso pra você, seu moleque? — Ele pergunta me agarrando pelo braço. 

— A mãe dele. A mulher desse homem gritou na minha cara hoje dizendo que o senhor é o assassino que matou o marido dela. Isso é mesmo verdade? — seu olhar se desvia do meu e ele me solta. Observo que seus olhos estão fixos em algo atrás de mim, mas quando olho não vejo nada mais além dos móveis de costume que decoram a sala. 

— Seu desgraçado. Foi você que fez isso, não é? — Ele fala apontando para minha direção, me assusto achando que ele está se referindo a mim, mas na verdade ele parece não notar minha presença. 

— Pai, o senhor tá me ouvindo? — começo a tentar chamar sua atenção, mas ele ainda continua me ignorando. 

Park Seo-joon 

— Eu sei que foi você, seu merdinha, você tá querendo acabar com a minha vida, mas você não vai conseguir. Eu não vou deixar. 
— aquele mostro continua me encarando com um sorriso no rosto. Ele se aproxima em passos lentos o que faz com que eu me afaste lentamente. 

Você tem certeza disso, Seo-joon? Acho que eu vou acabar com sua vida sem nem fazer esforço, sabia? Hahahahaha, não vai me dizer que você está com medo.

De repente aquela assombração some da minha frente e quando acho que estou livre, sou surpreendido com sua voz rouca ao meu lado. 

— Aaaaa. — Dou um grito pelo susto que levo. —  Sai de perto de mim, sua coisa, sai. — pego uma jarra de vidro que tem em cima da mesa de centro em frente ao sofá e o ameaço com isso. — Não chegue perto de mim! Some daqui! Some antes que eu acabe com você. — Novamente ele desaparece e reaparece ao meu lado, mas dessa vez o meu corpo fica imóvel. 

Seu filho quer saber se você é mesmo um assassino, porque não diz a verdade a ele, hein? Conta, conta como você me matou.  

— Eu não matei ninguém. — é tudo que consigo dizer depois de usar todas as minhas forças para isso. 

É mesmo, é? O que acha de fazer uma visitinha ao passado? — sinto as mãos de Ji-chul apertarem o meu pescoço me fazendo sufocar e apagar. 

De repente quando acordo já não estou mais na sala da minha casa, agora  estou em uma garagem, é a garagem antiga da minha empresa. 

— Oi, Ji-chul. Eu tô aqui. — Percebo só agora que uma outra versão minha, mais nova, está parada há alguns metros de distância à minha frente. E eu pareço invisível, como um mero telespectador.  — Que tal a gente tomar uma cerveja gelada hoje, hein? — O meu outro eu destrava o carro enquanto fala. 

— Por mim tudo bem, mas fica por sua conta. — Ji-chul responde antes de entrar no carro. 

Mais uma vez sinto o sufocamento e desmaio, quando abro os olhos já estou em um karaokê. A minha versão jovem canta uma música junto de Ji-chul. Quando a mesma se encerra, ambos se sentam no sofá. 

— Ji-chul, eu posso confessar uma coisa? 

— Sempre quando a gente bebe você vem com essa mesma conversa de que quer confessar algo. 

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