Twenty Three | 23.

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CALÍOPE MARINO

Assim que Ryle e Dexter se afastaram, fiquei ali, entre Layon e Killian, sentindo a tensão no ar. Layon estava claramente preocupado comigo, enquanto Killian mantinha sua postura indiferente, como se tudo fosse apenas um jogo para ele.

— Calíope, você tem certeza de que quer ir com ele? — Layon sussurrou, sua voz carregada de preocupação.

Eu olhei para Layon e forcei um sorriso tranquilizador.

— Está tudo bem, Layon. Vou ficar bem com Killian.

Layon não pareceu convencido, mas assentiu relutantemente.

— Se precisar de algo, me liga, ok?

Eu assenti, tocada pelo seu cuidado.

Enquanto Layon se afastava, Killian se aproximou de mim, uma expressão inscrutável em seu rosto.

— Vamos?

Eu assenti novamente e comecei a caminhar ao lado dele em direção à onde estava seu carro. A noite estava escura e silenciosa, uma brisa fresca acariciando minha pele enquanto andávamos.

Nós caminhamos em silêncio por um tempo, cada um perdido em seus próprios pensamentos. A tensão que sempre pairava entre nós parecia mais palpável do que nunca, e eu me peguei olhando para Killian de soslaio, tentando entender o que estava acontecendo dentro daquela mente enigmática.

Chegamos a onde o carro estava estacionado, Killian abriu a porta, entrei e se acomodei no banco do passageiro.

Killian deu a volta e entrou no carro.

O interior do carro estava em silêncio, mas a tensão entre nós parecia ocupar todo o espaço. Killian ligou o motor e deu partida, seguindo pelas ruas da cidade iluminadas pelos postes de luz. Eu me sentia inquieta, incerta sobre o que dizer ou como agir.

Finalmente, depois de um longo período de silêncio, Killian falou, sua voz quebrando o vazio.

— Você realmente deu um soco naquele idiota.

Eu senti meu rosto esquentar com um misto de constrangimento e orgulho. A lembrança do soco que eu tinha dado a Dave ainda estava fresca em minha mente.

— Bem, ele estava pedindo por isso. — Minha voz saiu um pouco mais defensiva do que eu pretendia.

Killian soltou um riso suave.

— Você nunca deixa as coisas passarem, não é? Sempre tem que enfrentar tudo de frente.

Eu dei de ombros, sentindo-me um pouco desconfortável sob seu olhar avaliativo.

— É assim que eu sou. Não vou deixar ninguém me intimidar.

Killian parecia contemplar minhas palavras por um momento antes de falar novamente.

— Você tem um temperamento feroz, Calíope. E um jeito de confrontar as coisas que é... intrigante.

Eu olhei para ele, curiosa sobre o que ele estava tentando dizer.

— E o que você quer dizer com isso?

Ele lançou um olhar de relance para mim, seus olhos escuros brilhando na penumbra do carro.

— Só estou dizendo que talvez exista mais em você do que aquela garota que sempre está pronta para brigar.

Eu franzi a testa, sem saber exatamente como interpretar suas palavras.

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