VÍCIO PERFEITO

Twenty two | 22.

CALÍOPE MARINO

Fomos para um canto afastado da multidão e do barulho da música alta, próximo aos carros estacionados. Essa localização isolada proporcionava um pouco mais de privacidade, o que era um alívio.

O rapaz se encostou no capô de um dos carros, e eu fiquei naquele espaço entre suas pernas. Suas mãos se posicionaram em meu quadril e nuca, e o calor do seu corpo me envolveu. A antecipação estava no ar enquanto nossos olhares se conectaram, e lentamente nos aproximamos.

Nossos lábios se encontraram em um beijo cheio de desejo. Os movimentos eram suaves, como se estivéssemos explorando um novo território emocional. A eletricidade percorreu meu corpo a cada toque dos seus lábios, e eu me permiti mergulhar completamente naquele momento.

A intensidade do beijo aumentou, nossas respirações se tornaram mais profundas e aceleradas. Eu sentia o coração batendo freneticamente dentro do peito, uma mistura de nervosismo e empolgação preenchendo cada fibra do meu ser. Minhas mãos deslizaram pelo seu peito, explorando cada detalhe enquanto o beijo continuava.

Mas, no meio daquela troca de beijos, algo sombrio invadiu o espaço. Uma presença familiar e provocativa se aproximou. Killian. Ele estava ali, e seu olhar perspicaz capturou a nossa cena.

Senti uma mistura de surpresa e irritação enquanto me afastava do rapaz. Killian estava bem ali, com aquele sorriso sarcástico nos lábios, como se soubesse exatamente como atrapalhar um momento.

- Uau, parece que cheguei na hora errada - ele comentou, sua voz carregada de ironia.

Franzi a testa, meus sentimentos oscilando entre irritação e uma sensação estranha de desconforto.

- Killian, o que você está fazendo aqui? - minha voz saiu com um tom desafiador.

Ele se aproximou, uma expressão indiferente em seu rosto.

- Apenas aproveitando a vista. Parece que vocês estavam se divertindo tanto que eu não quis ficar de fora.

O rapaz ao meu lado parecia desconfortável com a presença de Killian. Sua expressão confusa denunciava que ele entendia que algo estava acontecendo entre nós.

- Esse é... um amigo seu? - o rapaz perguntou, um tanto incerto.

Killian levantou uma sobrancelha, aquele sorriso sarcástico nunca deixando seus lábios.

- Algo assim. - Sua resposta vaga e provocativa estava destinada a causar mais confusão. - Agora levata a bunda do meu carro.

Minha frustração aumentou, e eu sabia que Killian estava se deliciando com a situação.

- Não é da sua conta, Killian.

Ele deu de ombros, sua postura casual escondendo a tensão que eu sentia emanar dele.

- Você deveria continuar se divertindo, Calíope. Afinal, não é sempre que você encontra alguém disposto a suportar o seu... temperamento.

Minhas mãos se fecharam em punhos, resistindo ao impulso de socá-lo ali mesmo. Ele estava claramente se divertindo às minhas custas, usando seu sarcasmo para me provocar.

O rapaz ao meu lado murmurou algo e se afastou, deixando-nos a sós. Agora era apenas eu e Killian, presos nesse jogo irritante de provocações.

- Você é insuportável, Killian.

Ele se aproximou, aquele olhar perspicaz fixo em mim.

- Ah, mas você adora me odiar, não é, boneca?