Capitulo 4: O segredo

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Emma não encontrou nada no porão, nada exceto coisas velhas, caixas e coisas desnecessárias.

Enquanto a noite começava a estender suas sombras sobre a paisagem, Emma se encontrava do lado de fora da casa, olhando para a fachada que uma vez lhe parecera familiar. A chuva começou a cair, criando um ritmo constante de gotas que caíam no chão. O ambiente estava impregnado de um silêncio pesado, exceto pelo ocasional ruído distante de um zumbi.

O clima estava tenso, Emma sentia um vazio por dentro, ela queria que sua familia estivesse por perto, para acolhê-la.

O céu está tingido de um alaranjado escuro e sombrio, criando uma atmosfera sinistra. O sol, uma esfera avermelhada e enigmática, paira baixo no horizonte, lançando uma luz estranha e sombria sobre a cidade. Os raios solares filtram-se através de nuvens pesadas de cinzas, lembrando a todos que a normalidade desapareceu.

Distraída em seus pensamentos, Emma não percebeu imediatamente a presença que se aproximava. Foi somente quando ouviu um leve estalo de galho que ela se virou abruptamente, seus sentidos em alerta máximo. Diante dela estava uma mulher, armada com uma pistola, o olhar fixo nela com uma mistura de cautela e hostilidade.

A mulher era uma japonesa figura intrigante. Seu rosto estava marcado por linhas profundas de experiências difíceis, e sua expressão estava tão endurecida quanto o mundo que as cercava. Vestia roupas destacadas, mas desgastadas, evidências de que ela também havia enfrentado os desafios do novo mundo pós-apocalíptico.

"Quem é você?" A voz da mulher cortou o ar, com uma firmeza que combinava com sua postura. "E mais importante, você foi mordida?"

Emma sentiu o peso das palavras, a urgência por trás da pergunta. Ela engoliu em seco, avaliando rapidamente a situação. A mulher estava armada e parecia pronta para agir se Emma representasse qualquer ameaça.

Respirando fundo, Emma levantou as mãos em um gesto de paz. "Meu nome é Emma", ela começou, mantendo sua voz calma e controlada. "E não, eu não fui mordida. Estou sozinha e apenas tentando sobreviver."

A mulher estudou Emma por um momento, avaliando sua sinceridade. "Sobreviver", repetiu ela, e Emma podia ouvir o cansaço profundo em sua voz. "Não estamos tão diferentes, então."

Emma percebeu que essa mulher também carregava o peso do mundo sobre os ombros. Ambas estavam em busca de segurança, ambas haviam visto o horror que o apocalipse havia desencadeado.

"O que você está fazendo aqui?" a mulher perguntou, sua pistola ainda erguida, mas não mais apontada diretamente para Emma.

Emma rapidamente compartilhou sua jornada até aquele ponto, desde o acidente até as descobertas sombrias que ela havia feito na casa. A mulher escutou atentamente, os olhos fixos em Emma, avaliando cada palavra.

"Então você encontrou as anotações," a mulher disse finalmente, abaixando a arma ligeiramente. "A verdade que eles esconderam. Isso explica muita coisa."

Emma assentiu. "Mas agora, diante de tudo isso, não sei o que fazer. O que vem a seguir."

A mulher soltou um suspiro pesado, parecendo um pouco menos tensa. "Meu nome é Mia. E talvez eu possa ajudar você a encontrar respostas. Mas primeiro, precisamos garantir que você não seja uma ameaça."

Emma compreendia a necessidade de precaução, dada a natureza implacável do mundo em que estavam. "Eu entendo. Como posso provar que não sou uma ameaça?"

Mia abaixou completamente sua arma, dando um pequeno aceno para Emma a seguir. "Venha comigo. Tenho um lugar seguro onde podemos conversar com mais calma."

Emma deu passos cautelosos em direção a Mia, ciente de que essa poderia ser uma virada crucial em sua jornada. Ela ainda não sabia se Mia seria uma aliada ou uma nova ameaça, mas estava disposta a descobrir. No mundo de sombras e incertezas, essa reunião poderia ser a chave para desvendar a verdade e determinar o caminho que ela deveria seguir.

"Mia," Emma perguntou com gentileza, "há algo mais que você gostaria de me contar? Algo que ninguém mais sabe?"

Mia respirou fundo, como se tomasse uma decisão difícil. Ela abaixou o olhar por um momento antes de finalmente falar em voz baixa e carregada de emoção: "Há algo que você precisa saber, Emma. Eu sou a razão por trás de tudo isso."

Os olhos de Emma se arregalaram com surpresa e perplexidade. Ela não podia acreditar no que estava ouvindo. "O quê? Como assim, a razão por trás de tudo isso?"

Mia contou a história de seu passado, sua carreira como cientista e seu envolvimento nos experimentos que deram origem ao vírus zumbi. Ela admitiu que, inicialmente, a pesquisa tinha boas intenções, visando a cura de doenças mortais. No entanto, as ambições desmedidas de alguns de seus colegas levaram à criação de algo terrível e incontrolável.

Ela explicou que, quando percebeu o que estava acontecendo, tentou impedir a propagação do vírus, mas já era tarde demais. O caos havia sido desencadeado, e a humanidade estava à beira da extinção.

As palavras de Mia pairaram no ar como uma confissão sombria. Emma estava chocada com a revelação. Ela agora tinha uma compreensão mais profunda da origem do apocalipse zumbi, e a culpada estava diante dela.

O suspense deu lugar a uma sensação avassaladora de traição e complexidade. Emma não sabia como reagir a essa revelação. Ela tinha que decidir se Mia merecia perdão ou se suas ações passadas eram imperdoáveis.

Mia começou com uma voz calma e firme. "Eu fui a cientista principal por trás do projeto que desencadeou o apocalipse zumbi."

As palavras de Mia pairaram no ar, como um segredo pesado que finalmente estava sendo liberado. Ela continuou, com os olhos agora úmidos com a angústia de lembrar os acontecimentos passados.

"Começou com boas intenções, Emma. Estávamos tentando encontrar uma cura para doenças mortais, uma maneira de salvar vidas. Mas a ambição e a ganância corromperam o projeto. Experimentos perigosos foram conduzidos, e o vírus escapou. Eu tentei detê-lo, mas foi tarde demais."

Mia pausou por um momento, olhando profundamente nos olhos de Emma, como se buscasse compreensão em sua expressão. "Eu sei que minhas ações passadas causaram sofrimento inimaginável. E estou disposta a enfrentar as consequências."

As palavras de Mia reverberaram na sala silenciosa. Emma olhou para ela, absorvendo a magnitude do que tinha acabado de ser revelado. Ela poderia sentir a dor e o remorso nas palavras de Mia.

Finalmente, Emma respondeu com compaixão em sua voz. "Mia, o passado é imutável. O que importa agora é o que fazemos com o presente. Se você está disposta a fazer a coisa certa e ajudar a consertar o que aconteceu, então podemos encontrar uma maneira de seguir em frente juntas."

Mia olhou para Emma com gratidão nos olhos, e um vislumbre de esperança surgiu em meio à escuridão. E ali, naquela cabana isolada, as duas mulheres compartilharam um momento de compreensão e solidariedade em um mundo devastado pela tragédia. Era o começo de uma nova jornada, cheia de desafios e redenção, e só o tempo diria o destino que aguardava Mia e Emma.

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⏰ Last updated: Sep 04, 2023 ⏰

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"Pandemic Z: O Legado dos Malditos"Where stories live. Discover now