Um Anjo Na Escuridão

CAPÍTULO 25

ANTHONY FERRAZ

Vê Melinda sorrindo e feliz assim não tem preço. Meu coração se alegra e fica acelerado com cada risadinha que ela solta. Ver ela se sentindo livre e feliz era tudo que eu mais sonhava. Mesmo que eu seja apenas um coadjuvante ou um mero espectador em sua nova vida, quero estar presente em cada etapa de suas descobertas. Essa menina teve a vida dela tirada tão cedo, submetida a um casamento sem futuro, onde um homem narcisista a destruiu e a colocou em uma redoma, como um simples objeto de exposição. Não quero isso para a vida dela. Ela merece viver todas as fases da vida dela.

Não pensem que está sendo uma decisão fácil. Deus sabe o quanto a desejo. O quanto a quero em meus braços, sentindo o calor do seu corpo junto ao meu, o sabor dos seus beijos, ou um simples abraço. Nem isso me dou a liberdade de ter, mesmo vendo ela tão pertinho de mim. Isso me dá ainda mais sede de tê-la em meus braços e na minha cama. Esse corpo maravilhoso dela, os seios pequenos que cabem perfeitamente em minhas mãos e boca. Pensar que já tive o vislumbre de como é sentir seus lábios nos meus e a intimidade da sua buceta esfregando-se em meu membro. Não é o momento nem o lugar para pensar dessa forma sobre essa mulher linda, nua e exposta para mim. Quando vejo suas bochechas vermelhas e seu sorriso tímido, me dá um desejo de puxá-la para um beijo arrebatador. O que você está fazendo com o meu autocontrole, mocinha?

- ... não é, Anthony? - Não ouvi uma palavra do que ela disse. Acomodo-me na poltrona a tempo de esconder o volume da minha excitação para que ela não perceba como estou excitado apenas por estar num ambiente que tenha uma cama com ela e estarmos sozinhos à noite. Será que ela também sente essa atração e esse desejo? Se eu me aproximasse dela e a jogasse na cama, a amasse em cada pedacinho, ela se entregaria a mim?

- Eu fico feliz por você ter encontrado uma amiga, Melinda, e acredito que será o começo de várias outras amizades que virão. - respondo, tentando disfarçar o turbilhão de pensamentos em minha mente.

- Eu também acho, Anthony, e eu não poderia estar mais feliz. Eu não sorria há tanto tempo e me sinto livre. Nunca me senti assim na vida. - ela diz, terminando de tomar seu leite e indo guardar a bandeja. Eu me levanto e vou pegar a bandeja, e nossas mãos se tocam. É eletrizante e a nossa atração é palpável, algo que parece irradiar pelos poros e queimar por todo o nosso corpo. Droga, preciso sair daqui. Observo seu peito subir e descer em um ritmo acelerado e posso ouvir sua respiração alterada. Não conseguindo me conter, passo meus dedos por seu rosto e ela fecha os olhos.

- Sinto falta de tocar em você, Melinda - minha voz soa rouca de desejo, e percebo quando ela solta a respiração com um suspiro.

- Eu também sinto falta, Anthony, eu... - antes que pudéssemos nos entregar a alguma loucura, o celular toca e nos afastamos. Pego a bandeja, e ela olha para o aparelho e sorri, indicando que é uma ligação importante para ela.

- É minha irmã, Mia - ela diz, sorrindo timidamente.

- Certo, você pode atendê-la. Foi bom... hum... conversar com você, Melinda. Tenha uma boa noite - falo, saindo para que ela possa falar com sua irmã. Vou para a cozinha, lavo o copo dela e a bandeja, e guardo-os no armário depois de secá-los. Em seguida, vou ao meu quarto, ciente de que não conseguirei dormir. Dirijo-me ao último cômodo disponível e começo a me exercitar. Não vou me satisfazer com minhas próprias mãos, estou agindo como um adolescente. Passo duas horas na academia e, só então, retorno ao meu quarto e tomo um banho frio. Já passa da 1:00 da manhã quando finalmente me deito, mas custo a pegar no sono, revirando-me na cama. Ela está tão perto e, ao mesmo tempo, tão distante.


DIA SEGUINTE

Acordei às 6:40 da manhã, e estou uma pilha de nervos. É uma droga ter alguém que você deseja intensamente vivendo sob o mesmo teto que você. Meu desejo é pegar Melinda e levá-la para minha cama, e fodê-la até que ambos estejamos saciados. Isso é frustrante.