CAP. 07

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— Eu não acredito que seu pai fez isso! — Taehyung murmurou ao pagar a atendente do café em que estávamos

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— Eu não acredito que seu pai fez isso! — Taehyung murmurou ao pagar a atendente do café em que estávamos. — Você vai realmente levar isso adiante? — quando a moça o entregou seu copo de café, ele sorriu docemente.

Cruzei os braços e contorci os lábios. Em seguida, respirei profundamente, acompanhando os passos de Taehyung, que nos levavam para o lado de fora do estabelecimento.

— Eu preciso, Tae. Quem sabe assim meu pai não para de me encher o saco? — torci o nariz. Falar sobre meu pai me deixava com a raiva à flor da pele, sentia até mesmo insetos andarem por meu corpo.

— Você não sabe nada sobre a lei, Jimin. Sem querer ser pessimista, mas já sendo, isso vai dar errado. — ele parou de andar. Seu semblante, que na maioria das vezes era singelo e fofo, havia se tornado sério e fechado. Era a primeira vez, fora a vez em que ele brigou com Hoseok, que eu o via dessa forma.

— Você precisa confiar em mim, Tae. — nem mesmo eu estou confiante, porém meu amigo não precisa saber disso.

— É exatamente esse o problema. — faço cara de ofendido, mas ele parece ignorar.

— Então confie em Jungkook. — ao menos nele estou depositando confiança.

Ele arqueou a sobrancelha esquerda. Assim que abriu sua boca para contestar minha fala, meu celular tocou. Ao tirá-lo de meu bolso e olhar o visor, vi que era um número desconhecido. Meus olhos se alternaram entre um Taehyung curioso e o número que insistia em me ligar. Já imaginando o pior, umedeci os lábios e atendi.

— Alô? — pedi aos céus que não fosse outra bomba.

— Você esqueceu que temos um caso para resolver? — era Jungkook. Seu tom era rígido, o que denunciava, de duas coisas, uma: ou ele queria me matar ou suas próximas palavras iniciarão um sermão, e eu acertei em cheio. As palavras seguintes de Jungkook foram uma lição de moral, alegando motivos pelos quais eu não deveria ser bagunçado e manter uma agenda comigo, para que eu não me atrasasse ou esquecesse de algum compromisso.

Cansado de ouví-lo, desliguei o telefone. O coloquei de volta no bolso e massageei as têmporas para me acalmar.

—O que foi? — indagou Tae curioso.

— Esqueci que tinha que ir para a firma. Estou acostumado com a vida de ator, já vi que isso não vai dar certo. Jungkook me ligou para dar mil e um motivos para ser mais atento.

Meu amigo segurou o riso.

— De que lado você está afinal? — resmunguei.

Retomamos o passo e caminhamos em silêncio até que o Kim limpou a garganta e questionou:

— Você não vai pra firma?

— E eu tenho alguma escolha?

— Melhor ir logo então.

— Eu não quero encarar o Jungkook, ainda mas depois de ter desligado na cara dele. — bati o pé no chão e mordi o interior da bochecha. Taehyung terminou de beber seu café para jogá-lo em uma lixeira próxima, depois me fez dar meia-volta, girando-me pelos ombros, e empurrou-me até o ponto de táxi.

— Você que escolheu esse caminho. — ele me deu uma piscadela e, com um assobio, chamou a atenção de um taxista que estava estacionado à poucos metros de nós. — Boa sorte, Jimin!

— Taehyung, você... — não tive tempo de contestar. O Kim abriu a porta do táxi e me jogou para dentro, para então dizer o destino ao motorista, me deixando completamente boquiaberto.

De fato, para qualquer lado que fosse correr, eu estava lascado.


⋆⋆⋆


Jungkook estava de braços cruzados e escorado em sua mesa. O escritório parecia mais silencioso que ontem, me pergunto se era por conta da aura negra que sondava o advogado.

— Eu aceitei te ajudar, não só pelo dinheiro... — ele suspirou. — Mas também porque pensei que fosse ser interessante.

— Desculpe... — murmurei. Abaixei o rosto e tornei a encarar meus próprios sapatos.

— Está tudo bem. — ele apertou as pontas dos dedos contra os olhos, como se buscasse a paciência remanescente que havia em si. — Só preste atenção na próxima vez.

— Vou prestar. — mordi o lábio inferior.

— Eu queria te levar em um lugar... — curioso, ergui o olhar e encarei Jungkook por um minuto inteiro. — Em uma audiência, Jimin. Se você vai mesmo adiante com esse caso, precisa saber como se faz.

— Por que você não ensina? — pensei um pouco alto demais. — Desculpe.

— Você se desculpou duas vezes em menos de um minuto, apenas pare.

— Foi mal. — soltei uma lufada de ar quando percebi o que disse.

— "Foi mal" e "desculpe" são sinônimos.

Bufei.

— Jungkook e irritante são sinônimos.

— Silêncio e Jimin são antônimos.

Parecíamos duas crianças brigando por doce.

— Que horas é a tal audiência? — Desconversei. Jungkook arrumou a gravata e, ao abrir a boca para me responder, a porta do escritório foi aberta.

Inclinei a cabeça por cima do ombro para ver quem havia entrado sem fazer cerimônias e foi como se meu coração parasse.

— Jimin, por que está aqui? — Min-gyu perguntou.


CONTINUA...

𝗔 𝗟𝗲𝗶 𝗱𝗼 𝗔𝗺𝗼𝗿Where stories live. Discover now