CONTO I

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Sinto a garganta secar.

Ao som do blues instrumental ao fundo, os seus discretos passos e o ranger das janelas ao abrir, ganharam minha atenção.

As lufadas de vento ao entrar tocaram meu corpo completamente nu, causando arrepios.

Bem próximo, escuto o tilintar de correntes, causando um pequeno tremor.

Sua aproximação é notada em questão de segundos. Sua mão toca a minha, e estremeço ao leve toque de seus lábios, nos nós de meus dedos.

Este era o aviso que meu corpo precisava para incendiar.

Com todo o cuidado, no ritmo da música guiou-me em passos morosos até a grande mesa de pedra. Senti suas mãos firmes em minha cintura, que me ergueram, indicando sentar.

O contraste da superfície gélida com minha pele febril, fez sutilmente eu contrair os músculos.

- Assustada pequena?

A calma de sua voz e o frescor de seu hálito, tão próximo a pele do meu ouvido, denunciava todo o seu desejo sádico contido.

- Assustada não, ansiosa. Umedeci os lábios, tentando disfarçar a adrenalina que se instalava sutilmente.

Ao me arrastar um pouco mais, para trás, sinto como se formasse um risco da minha umidade na superfície fria.

Tudo era perceptível, ouvia a minha pulsação, a respiração pesada desritmada, com um leve tremor. E a dele completamente perceptível e aparentemente pesada, mas calma.

Seus dedos riscaram minha pele do quadril, passando pela barriga, seios até chegar em meus braços. Suas mãos puxaram as minhas, posicionando uma de cada lado acima da cabeça, depositando então pulseiras firmes de couro em meus pulsos. Meu coração martelava no ritmo da música. Movimentei minhas mãos tentando afrouxar, pois causou estranheza. Ouvi então bem próximo ao ouvido.

- Seja uma menina comportada.

Não foi um aviso, eu sabia disso. E senti-lo tão perto, fez buscar seu hálito na tentativa de arrancar um beijo, mas foi em vão, seu rosto já havia se afastado instintivamente.

Senti como se soubesse que havia brotado um sorriso triunfante de canto de lábios, por premeditar a minha reação.

O couro também surgiu em meus tornozelos, deixando minhas pernas levemente flexionadas.

Me deixando completamente exposta.

Me contorci quando o senti, estacionar bem no meio das minhas pernas, foi impossível conter o gemido.

Senti suas mãos passearem do meu pé, subindo, transpassando os braços por baixo de minhas pernas, acariciando a pele interna da coxa, até sentir agarrar minha bunda com tanta força, com mãos cheias, sinalizando para eu não me movimentar.

Eu gostava de vê-lo exatamente ali, e eu queria isso, mas hoje, não seria um destes dias.

Havia um ritual de apreciação que era repetido sempre nestas ocasiões, ele observava todos os detalhes, como se admirasse sua propriedade, passeando com seu hálito próximo de minha virilha, púbis e quadril, circulando meu clitóris sensível e inchado seu polegar inspeciona lentamente, carinhos famintos com a língua, que beijam, mordem e se entregam sugando, saboreando cada centímetro, caindo literalmente de boca, fazendo então me abrir por inteira, servida de banquete para teu prazer.

Suas mãos me agarraram com força, suas unhas enterram em minha pele ordenado ficar quieta enquanto tentava rebolar em sua boca para acelerar o processo.
Meus gemidos e a respiração ofegante, preenchiam o ambiente, ao som ritmado da música.
O rubor em meu rosto denunciava que estava tão próximo do meu desespero, que ao perceber, sua língua simplesmente parou.

Meu corpo tencionou, meus punhos eu fechei, fazia tempo que ele não fazia isso, provavelmente estava me testando como sempre.

- Cansou da brincadeira ou quer que eu mesma termine pra ti. Meu tom de deboche fez ele se aproximar na lateral da mesa, bem próximo do meu rosto, arrancou a venda de meus olhos, que imediatamente começaram a piscar freneticamente adaptando se as luzes do ambiente. Me deparando com seu rosto, lindo, exibindo um sorriso malicioso, e um olhar que fez meu corpo queimar, ele queria me provocar, eu vi o desafio no seu olhar.

- Cala a tua boca. Com seu indicador apontado pra mim.- Eu não te autorizei a falar cadela. A voz soou calma, mas imponente as palavras me irritaram tão profundamente que serrei meu maxilar, segurando minha língua dentro da boca para não falar.

Eu ainda não sabia o que ele esperava de mim. Meu corpo implorava por mais, mas nunca que eu imploraria em voz alta, e eu sabia que com isso, eu poderia me dar muito mal.

Ele sabia que eu não me dobrava fácil, e que eu detestava que me mandasse calar a boca.

Com rispidez apoiou sua palma da mão em cima do meu clitóris, ao mesmo tempo que penetrou três dedos dentro em minha buceta ainda úmida em um só movimento, tão fundo causando um desconforto delicioso, que me fez contorcer em sua mão, a outra foi diretamente para onde eu tanto ansiava, minha jugular, firme, preciso e austero.

Ele conhecia cada parte de mim, e cada expressão. Sentia tão bem cada uma das minhas reações em seus dedos, que na primeira contração anunciando que eu estava próxima a chegar ao extremo, novamente ele retirou as duas mãos de um solavanco de meu corpo, ecoando apenas o meu choramingo ao prazer interrompido, abri os olhos pronta para mandar ele a merda, e o vi se deliciando com a minha reação.

- Merda! Esbravejei.

- Que tortura mais deliciosa de apreciar- sarcástico e malicioso olhando diretamente em meus olhos - Tu vai querer que eu te foda, vai implorar, e não vai adiantar. Ele respirou fundo, parecendo buscar uma tranquilidade em algum lugar bem longuincuo - vai sentir os lábios da tua buceta me abraçar, até eu gozar em ti, será demorado, eu vou ter que parar, tu vai implorar pra gozar, e eu vou parar de novo - seu tom ficou mais alto, e a respiração mais pesada- Até aprender que tu é a porra do meu brinquedo!

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