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🩰


— Tinta. — Susurrei me sentindo mais aliviada, o cheiro forte exaltou pelo banheiro me deixando um pouco zonza.

Não me importei com a tinta entre meus dedos, e continuei esmurrando a porta. Meu dedos doíam uma dor fina e agonizante, continuei batendo e chamando por ajuda.

— Que merda é essa? — Ouvi a voz abafado do outro lado, meu coração palpitou.

— Aqui por favor! abra a porta estou trancada. Preciso sair! — Continuei repetindo sentindo as lágrimas rolarem do meu rosto.

— Não consigo abrir, vou chamar ajuda. — Eu reconhecia aquela voz, mas não podia ser.

Minutos se passaram até finalmente ouvi algo do lado de fora um baque, seguido do meu nome

 — SOPHIE? SOPHIE VOCÊ ESTÁ BEM?

Ah, graças a Deus.

— Michael, não consigo sair! — Tentei a maçaneta mais uma vez.

— Afaste-se! — E foi oque fiz, me afastei deixando pegadas de tintas. Um estrondo, dois e no terceiro a porta cededeu. Tentei me proteger e acabei escorregando. — Merda! Você se machucou?

Continuei encarando o chão, o peso da meu corpo em minha mão ensopada de tintas vermelha. Meu figurino arruinado, minha oportunidade destruída. Lágrimas brotaram no meu rosto até eu senti Michael me erguer.

— Você está bem. — Ele me abraçou sem se importar de ser sujo. — Você está bem. — Ele estremeceu.

Encarei seus olhos tendo os meus limpados por seus dedos que foram gentis. Seus olhos tons mais escuros que o normal, lábios que tremiam e sobrancelhas franzidas.

— Você está bem. — Ele repetiu seu olhar vago, distante.

Engoli o choro e respondi.

— Estou bem, só está arruinado. Meu vestido, minha maquiagem. Tudo arruinado.

— Que se dane o vestido Musa, posso comprar quantos você quiser só me diga mais uma vez que está bem.

Fechei meus olhos com força.

— Eu... Eu estou bem, Mike.

— Oque aconteceu? Como ficou trancada aqui, e porque tem tinta do lado de fora?

Estremeci.

— Porque queriam acabar com meu solo. — Murmurei entre dentes.

E conseguiram. A essa altura o estúdio Katherine já deve ter sido chamado a muito tempo. E Sama, deve está me substituido.

Espera.

— Samantha... filha da puta!

— Que nome é esse? A tia Eliza sabe que você anda chamando os outros assim? — Não pode ser, ergui meus olhos.

— Kitty? — Michael saiu da minha frente e vi aqueles olhos âmbar que eu tanto sentia falta.

— Essa é a Kitty?

Dentro do Ritmo. [Em Revisão]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora