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 🩰

TERNINHOS, GRAVATAS, E MEIAS ATÉ A METADE da canela. Olhando os alunos perambulando pela escola até parece que todos são de alta classe, pessoas que se destacam pelos seus sobrenomes. A maioria são filhos de atores famosos, de modelos, empresários ricos, classe média e bolsistas como eu.

Um dos motivos principais de sempre me manter longe de qualquer aluno daqui é a minha bolsa, a escola é particular e se não fosse a bolsa eu nem estaria aqui, nem mesmo em meus sonhos eu conseguiria pagar. Eu me esforcei para entrar e me orgulho disso, tanto que me mantenho longe dos perigos perambulantes.

Um lindo e nada gostoso sanduíche intregal estava em minha mão, dentro havia alface e tomate nada além disso. O pão tinha gosto de grãos passados e o suco embora sem açúcar estava mais gostoso que o sanduíche. Meus fones estavam em meu ouvido e meu celular com o volume no máximo enquanto observava algumas aves na grama.

Eu parei de mastigar assim que vi os três garotos passando, foi quase como se estivessem esperando a música certa tocar em meus fones para andarem daquele jeito pelo gramado. Se Kitty estivesse aqui, com certeza colocaria essa cena em um de seus roteiros.

Aqueles ali, são os hurricanes.

Vamos começar pelo típico riquinho, o James Burton, o filho do empresário Jorge Burton. Ele é o mais alto do trio, o mais quieto e reservado também, mas se você falar com ele três vezes na semana as três vezes ele vai estar chapado. Seus cabelos são loiros mas não como o meu, o dele é de uma forma bem mais natural, seus olhos são castanhos e seu maxilar bem definido lhe dando uma expressão rude. Eu quase não o vejo sorrindo, e olha que estou aqui a quase três anos.

O da esquerda é o Augusto. Ou como a maioria chama, Gus. O típico mulherengo charmoso, o pego mas não me apego. Contudo, o mais descontraído e engraçado dos três, ele vive soltando piadinhas seja idiotas ou não e cercado de garotas quando não estam juntos. Olhos verdes encantadores e cabelos que qualquer garota pagaria para tê-los, Não se podia ver por baixo do terninho mas Augusto dos três possuía diversas tatuagens. Mais que os outros dois.

Como sei? É uma longa história.

E claro, tem o Michael, eu nunca sei como descreve-lo mas dessa vez vou tentar. Por vocês, então me agradeçam.

Olhos escuros feito a noite, tão pretos que quando os vi pela primeira vez jurei ser lentes, sua gravata estava folgada propositalmente em seu pescoço, e ele tinha uma postura impecável e quase não falava nada em público. Mas era só as pessoas dar as costas que ele parecia virar outra pessoa com os amigos, ele é oque mais odeio, talvez por sua falta de educação ou comentários irônicos.

Ou talvez seja porque ele faz as coisas sem pensar nas consequências, tão desequilibrado, uma faísca e logo esta em chamas era sempre oque partia para cima. Na maior parte para proteger seus amigos. Cabelos tão pretos quando seus olhos e lábios invejáveis, estava sempre de maxilar trincado como se estivesse irritado com tudo. Aquele garoto era uma bagunça, uma caixinha nada agradável de surpresas.

E eu odiava surpresas tanto quanto odeio bagunças. Da arquibancada eu tinha a visão perfeita deles, eles se sentaram do outro lado da arquibancada do campo. Estavam conversando e pela forma como Augusto balançava um caderno nas mãos parecia ser algo sério.

Os olhos de Michael varreram o gramado e eu sabia que essa era a hora perfeita para me retirar, antes que qualquer um deles notassem minha presença. Peguei minha mochila e enrolei as fitas da sapatilha para dentro da mesma, coloquei as alças nas costas e guardei o restante do sanduíche.

Dentro do Ritmo. [Em Revisão]Where stories live. Discover now