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                                   🩰

ELES REALMENTE ERAM BONS, EU SEMPRE dava um jeito de os observar enquanto preparava uma batida de frutas. Ninguém ficava parado enquanto os meninos tocavam, era uma música tão animada que até meus pés deslizavam de vez em quando.

De longe vi Bryan recolher as garrafas vazias da messa e usa-la como microfone. Odiava admitir mas aquela era a minha música favorita deles.

Logo após o solo da guitarra sendo seguido dos pratos da bateria de James, Michael cantou e assim que fez as luzes mudaram de cor. Todos ficaram em silêncio para ouvir a música da autoria dos Hurricanes.

— Like butterflies, you make me feel like butterflies. — Eu apertava meus lábios da mesma forma que ele apertava seus olhos, com força. — Winter is here, so it's time to leave the storm coming like a hurricanes. — Sua voz firme e aquele timbre que fazia meus pelos se arrepiarem.

Michael Rimmer, tive a total certeza de que esse nome me atormentaria por muito tempo assim que ele abriu os olhos e encontrou com os meus.

— Eyes as cold as my heart... — Eu não conseguia respirar, tudo parecia tão abafado. — lips that warm even in imagination.

Olhos gelados como meu coração, lábios que aquecem na imaginacão. Eu tinha que quebrar o contato, a segunda vez em que ele me encara em menos de uma semana. Sempre os evitei, nunca mantive contato visual com nenhum eles.

Logo Augusto entrava com o baixo seguindo a guitarra, James balançava a cabeça a cada vez que suas baquetas se encontrava com seu instrumento. No refrão todos eles cantavam, e ninguém mais estava em silêncio e nem parados.

Um suspiro trêmulo até que eu me recuperasse completamente, foi só uma olhada, por que que me causou tanto nervosismo? Agradeci quando fumaças foram soltas para acompanhar o show.

Como borboletas, você me faz sentir borboletas. Milhares delas. Raios de música que não saía da minha cabeça! Meu humor havia até mudado.

Quando o pessoal foi embora, Bryan saiu minutos depois de se despedir de mim. O pessoal da cozinha que ficava responsável pelos petiscos foi assim que o chefe apareceu os dispensando. E eu? Fiquei aqui catando os cacos dos bêbados que me deram um trabalhão para mandar embora daqui.

Depois de juntar tudo e por em um saco comecei a limpar as mesas, estava concentrada e me assustei quando vi o chefe parado ali. Ele não esperava me ver então me olhou um pouco surpreso.

— Sophie, oque ainda faz aqui? Achei que Bryan fecharia tudo hoje. — Eu neguei esboçando um sorriso.

— Não senhor William, Bryan foi ontem a noite. — Ele assentiu e disse.

— Está muito tarde, alguém virá buscar você? — Se aproximou observando se alguém estava ali comigo.

Neguei e ele pensou um pouco.

— Vou pedir para que meu sobrinho a leve, não quero que nada de ruim aconteça aos meus funcionários.

Eu abri a boca para responde-lo até que da direção da cozinha sai Rose. Olhei confusa para ela, achei que todos já haviam ido. Espera... William e Rose? Será? Ah meu Deus, isso explica a mancha vermelha na gola da sua camisa branca. Conforme observava os dois ela ia ficando cada vez mais vermelha.

— Eu não vi nada. — Voltei a passar o pano na mesa.

Eu quase vi um sorriso no rosto do chefe quando olhou para Rose constrangida ao seu lado.

— Ele estará aqui em trinta minutos. — Eu agradeci enquanto assistia ele sair.

— Obrigada. — Ela sussurrou saindo logo atrás dele.

Dentro do Ritmo. [Em Revisão]Where stories live. Discover now