Cap9: Uma garota de sorte

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Oi, tudo bem? Eu aqui!

Espero que não tenha desistido de mim hehe

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Dor.

Essa é a resposta física para a minha preocupação do momento. Lena bateu com o carro, ou alguém bateu no carro dela, não sei ao certo. Ninguém me explica nada direito nesse hospital. Eu apenas preciso de respostas!

A única explicação decente que tive foi que, assim que eu cheguei no local do acidente há alguns minutos atrás, uma oficial me contou que 'apesar de feio, foi apenas um acidente', mas que a Lena havia saído numa maca por precaução, pois o capotamento foi de 180º, ela ficou um tempo de cabeça para baixo.

Graças a Rao e à sua própria consciência, ela estava de cinto..

Usem cinto de segurança.

Mas agora...agora eu estou com raiva, porque ninguém me deixa chegar perto dela. Eu preciso estar perto dela, eu preciso protegê-la. E se ela estiver precisando de mim agora?

Preciso vê-la e ninguém me deixa. Aaaarrg!

Eu sei o que você está pensando...eu não sou médica e blábláblá. Mas eu posso ajudá-la. Eu posso...eu posso ficar ao lado dela. Não posso? Eu poderia, se alguém me deixasse entrar naquela sala de exames idota, que eu conseguiria apenas arrancar a porta se eu quisesse. Ou arrebentar a parede e passar mesmo assim. Mas não vou, não vou porque Nia está aqui no meu pé, me segurando para que eu não faça nada 'de cabeça quente'.

E quem disse que eu estou de cabeça quente?

Ela até ligou para a Alex, como se eu fosse alguém que precisasse ser contida pela irmã mais velha. Ora bolas, não preciso de uma babá! Eu estou apenas preocupada porque ela está machucada! Ela não pode...ela não pode estar sentindo dor. Ela...ela não merece.

Eu deveria cuidar melhor dela, ela não pode ficar por aí assim, sem proteção, sem... sem... sem mim! E se acontecer outro acidente?

E se acontecer outro acidente dentro daquela sala e eu não estiver?

"Kara?", levanto minha cabeça para ouvir a voz de uma mulher conhecida. Atrás de Nia vejo os olhos preocupados de Sam enquanto ela caminha com seu terninho chumbo e o som dos seus saltos batendo no chão chamam atenção aos meus ouvidos sensíveis. Ela abraça Nia de lado, mas sem parar o contato visual comigo. "Oi, Nia.", beija a lateral da cabeça da pequena. Eu me desencosto da parede e descruzo os braços para recebê-la. "Eu fui encontrá-la na L-Corp, mas ela parou o contato comigo de repente. Olhei as notícias no celular e lá estava o carro dela de cabeça para baixo!", ela disparou ao me abraçar. "Ela está bem? Está consciente?!", afasta a cabeça para trás, para me olhar melhor.

"Eu não sei muita coisa, só consegui a informação que foi um acidente de trânsito onde envolveu outro carro e algum que estava estacionado.", isso não faz sentido, faz? "Eu não sei nada direito!", passo a mão no cabelo.

"Onde está Ruby?" Nia pergunta olhando para trás.

"Deixei no hotel. Sabe como são os adolescentes, não é?" rolou os olhos. "Mas ela ficou preocupada com a Lena e eu prometi mandar mensagem quando souber novidades." completou.

"Espera, você disse que estava falando com ela antes?" Nia perguntou como alguém que realizava algo em sua cabeça. "Você diz numa ligação?" inclina-se para frente e abaixa a voz como um cochicho e Sam balança a cabeça para os lados.

"Não, por mensagem mesmo. Mas ela estava respondendo rápido e..."

"...ela estava com atenção no celular ao dirigir." Nia conclui ao interromper a fala da mais alta. Percebo Sam respirar fundo no mesmo momento em que seu coração acelera e ela abaixa os olhos. Formam-se rugas em sua testa e ela esfrega a própria nuca ainda com o olhar baixo.

Game On | SupercorpWhere stories live. Discover now