Cap4: Espumante, macarons e rosas

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Oi, gente! Boa tarde, tudo bem?

Segue mais um capítulo para vocês.

Bom final de semana :)

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"O que está acontecendo aqui?", digo olhando diretamente nos olhos do homem barbudo que encosta o rapaz magrelo na parede. Dou dois passos para frente, entro no beco sem saída e escuto o coração grandalhão acelerar.

"Supergirl...", ele me reconhece mesmo sem o traje. Seu coração acelera como se tivesse levado um susto. E levou, eu acho. Ajeito a alça da bolsa no meu ombro e cruzo os braços estufando o peito. Faço aquela cara de poucos amigos e vejo o homem menor me lançar um olhar suplicante e aliviado. "Esse babaca me deve dinheiro!", ele me explica.

"Não justifica, não é assim que se resolve as coisas", uso um tom mais grave, porém ainda calmo. Cara, por favor, não me faça lutar contigo agora, eu acabei de arrumar meu cabelo bonitinho, tô de salto... colabora, vai. "Se continuar, eu serei obrigada a parar você". Seu pulso continua muito rápido, ele engole seco e olha nos olhos do menor, que ainda parece assustado. Vagarosamente percebo suas mãos afrouxando o aperto no colarinho do casaco do outro e ele se arrasta de lado, pela parede, até conseguir correr para o meu lado. O homem maior apenas o acompanha com o olhar, olhar esse que lhe dava um recado do tipo 'te pego depois'. "Você não estará seguro até pagar o que deve, então acho melhor ir embora daqui e pensar num jeito de pagá-lo", digo olhando para o rapaz que se esconde atrás do meu braço. Ele balança a cabeça afirmando que entendeu o que eu disse e olha o outro, que continua com seu olhar ameaçador, mas não se moveu. "'Eu estou falando sério. Da próxima vez eu posso não estar por perto, ou disponível", informo.

"Sim, claro...obrigado, Supergirl." ele dá um sorriso nervoso e eu aceno com a cabeça. Ele repete o meu movimento e sai correndo para longe dali.

"Ele consumiu minhas mercadorias e não pagou, como pode defendê-lo?", o barbudo me questiona ainda parado. "Não é você o símbolo da justiça?", Ouch! Essa pegou um pouco. Sou sim, e preciso elaborar uma boa resposta para te dar agora. Respiro fundo e ouço o coração ainda rápido, mas a respiração estabilizando. Ele sabe que tem um ponto, mas ainda está com medo de apanhar.

No final das contas eu nunca sei bem o que fazer nessas horas. Não faço ideia se ele é um criminoso ou alguém que apenas quer seu dinheiro de volta e está tentando conseguir de forma violenta. Tecnicamente ele ainda não tinha agredido o outro quando cheguei, ou seja, eu não posso puni-lo ou até mesmo chamar a polícia.

"Eu não estou defendendo o erro dele, estou impedindo que você reaja com violência.", tento ser objetiva. Ainda de braços cruzados, ouço os passos rápidos do homem que estava aqui se afastarem cada vez mais ao longo das ruas e concluo que ele já está em uma distância segura. "Espero que consiga seu pagamento, senhor. Mas se eu te ver de novo fazendo esse tipo de cobrança indevida, não hesitarei em te impedir", avisei e ele virou a cabeça para o lado, passando a mão na grande barba. Eu sabia que ele não estava convencido, também sabia que o devedor deveria agora contar com a sorte, caso não pagasse sua dívida. Não há muito o que fazer em situações como esta. A maturidade anda me fazendo escolher suas batalhas. Mas não apenas ela, todos agora sabem meu sobrenome e as pessoas que me cercam, família, amigos e colegas de trabalho, não dá para ficar me enfiando em toda confusão que aparece na minha frente. Esperei ele me olhar novamente e acenei com a cabeça, anunciando o final da conversa. Virei de costas, dei alguns passos para fora do beco, mas ainda atenta ao homem que ficou irritado atrás de mim.

Que merda, logo cedo! Eu estava tendo uma manhã ótima e ele acabou de cortar minha vibe!

Respiro fundo e passo a mão pela lateral do meu vestido cor de lavanda, que é quase novo, pois só usei uma vez. Voltei para casa hoje de manhã com a intenção de vestir ele, porque estou me sentindo muito gostosa depois da noite que passei com a Lena. Da primeira vez que usei foi também na intenção de impressioná-la: voei até alguns países diferentes para comprar café e um lanche de seu gosto, apenas porque acreditava que era uma ótima forma de me desculpar. Olhando para trás eu vejo o quanto exagerei. Mas fazer o quê? Fiz de coração. Enfim, eu nunca mais havia usado esse vestido, pois me lembrava muito aquele desespero que eu estava em me reconciliar com ela, mas hoje eu estou ressignificando essa roupa, até porque ela me deixa bem bonitinha, né?

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