27. HOME

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Well, holy moly, me oh my, you're the apple of my eye, girl, I've never loved one like you (...) Home is wherever I'm with you.
(Bem, Santo Deus, minha nossa, você é a menina dos meus olhos, garota, eu nunca amei alguém como você (...) Lar é qualquer lugar que eu esteja com você)

Daniel Ricciardo dormia tranquilo na cama do hospital enquanto Ellie Earnhardt o encarava atentamente no seu lugar de acompanhante, com o edredom branco cobrindo seus pés. Cada bip do monitor não passava menos despercebido por ela – Lily ainda estava em estado de alarme, por mais que o prognóstico do australiano estivesse além do esperado. Daniel havia acordado na madrugada anterior enquanto Ellie não sabia mais o que era dormir.

Mas mesmo com todo o cansaço, a mente um turbilhão de emoções e a vinda do seu trauma como uma avalanche, Ellie Earnhardt era grata por Daniel estar vivo. A vida do australiano era a única que importava naquele momento.

E ao vê-lo murmurar baixinho como sempre fazia quando estava dormindo, Ellie se permitiu chorar em silêncio, para que ele nem em sonho pudesse cogitar que ela estava derramando lágrimas.

Daniel estava ali. Vivo. Respirando. Saudável. Ele não a tinha abandonado.

Earnhardt não seria capaz de descrever o quanto aquilo significava para sua vida.

‎Lily não percebeu, mas de tanto chorar, adormeceu. Tranquilamente. Como se o mundo inteiro tivesse saído de suas costas. Daniel acordou com um desconforto no lado esquerdo do corpo, mas ao olhar para o lado e ver Ellie dormindo, esqueceu-se do motivo que o tinha levado a acordar.

— Principessa — disse quase que inaudível. — Eu pensei que nunca mais fosse te ver. Nunca senti tanto medo. Morrer sem deixar você saber o quanto é amada teria sido a pior coisa que poderia acontecer.

Ellie remexeu-se delicadamente na cama ao lado da maca e Daniel quis ajeitar o lençol que escapou de seu corpo. Ele sabia o quanto ela sentia frio. Principalmente nos pés.

— Amo você, doutora Ellie Daylin Earnhardt. Amo você pra caralho — foi a última coisa que disse antes do remédio voltar a fazer efeito e ele apagar.

Tranquilo, daquela vez. Ellie estava a apenas quatro metros de distância.

Tudo ficaria bem.

⚙️

Daniel e Ellie começaram o dia com boas notícias. Acompanhados pela família Ricciardo por meio de uma chamada de vídeo, a equipe médica responsável pelo tratamento do australiano deram excelentes perspectivas de melhora rápida e eficaz, sem sequelas. Ricciardo precisaria apenas de repouso para curar totalmente a cirurgia na artéria e anualmente fazer exames de sangue por conta das transfusões que recebeu. Como não quebrou nada, por sorte ou intervenção divina, Daniel poderia voltar a pilotar em um mês se seguisse devidamente todos os cuidados necessários.

— Tá vendo, mulher? Não precisa sair da Austrália para cá. — A matriarca da família Ricciardo resmungou, arrancando uma risada do filho. — Estou bem, mamãe.
— Iremos para Perth assim que derem alta para Daniel — Ellie interveio. — Não se preocupe, Grace. Max deixou o jatinho à nossa disposição para que não tenhamos dor de cabeça com companhias aéreas e os aeroportos.
— Ah, Ellie, obrigada! Continue dando notícias, ok? — Grace se despediu, e um coro de "tchau, tio Daniel, tchau, tia Ellie" pôde ser escutado ao fundo.
— Você sabe que vamos ter que alugar uma casa em Perth, não sabe? — Danny perguntou e Ellie o encarou, confusa. — Minha mãe, Ellie Daylin, minha mãe vai me tratar como um incapacitado.

Ellie balançou a cabeça negativamente e soltou uma risada ao perceber o verdadeiro desespero na voz do namorado. Ambos conheciam Grace Ricciardo muito bem para saber que a mulher não ficaria mais um minuto longe do caçula no momento em que ele voltasse para casa. Para desespero de Daniel. Para a alegria de Ellie.

MONTE CARLO - LEGACY • DANIEL RICCIARDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora