24. OF LOVE AND LIFE

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Find a beautiful love, look straight into their eyes make sure they know they're your morning light and that you'll never let go till the day that you die.
(Encontre um lindo amor, olhe diretamente nos olhos deles, certifique-se de que eles saibam que são sua luz matinal e que você nunca vai deixar ir até o dia que morrer)


30 de junho de 2022
Londres, Inglaterra

Por mais que o Reino Unido estivesse de luto pela morte da rainha, para Ellie Earnhardt, estar ali depois de tudo o que aconteceu era reconfortante.

Foi no país inglês que sua vida mudou, que reencontrou-se tanto de forma pessoal quanto profissional, que passou dias incríveis e também ruins. Foi naquele lugar que descobriu que amava Daniel Ricciardo. Estar ali significava que segundas chances eram possíveis.

Por aquele motivo, Ellie poderia colocar a Inglaterra como um de seus lugares preferidos no mundo.

— Eu realmente gosto desse hotel — Ricciardo disse ao estender uma xícara de café para Ellie, que fazia anotações em seu iPad cor-de-rosa na enorme sacada em frente ao Hyde Park. — As pessoas parecem tão tristes.
— A rainha deles morreu, Dolce. — Ricciardo deu de ombros e pegou o pé da mulher para lhe fazer massagem. — Exatamente aí.
Eu estou feliz, é muito errado?
— Ela não era sua rainha. Meu país foi colonizado por eles, então não posso me importar menos — encarou o australiano e deu um sorriso. — O seu país também foi tomado por eles. Você pode se sentir feliz.
— Uh, então você é uma sabichona de causas históricas e sociais — respondeu, e Ellie riu. — Sou um leigo, mas você pode me ensinar. Sabia que Lewis me ensinou algumas coisas ano passado? Eu fui um tremendo babaca uma vez.
— O que você fez?
— Disse que não gostava de ouvir sobre coisas ruins, então não procurava saber. Foi errado. — Ellie o encarou ao tomar um longo gole de seu café.
— Sim, as pessoas morrem enquanto estamos imersos no fantástico mundo do automobilismo. Lewis é importante nesse meio, faz pessoas que nunca pararam para pensar em causas sociais pensarem um pouco. Eu o apoio em cada coisa que ele se manifesta, com exceção da monarquia. Mas eu o entendo, é a cultura dele.
Você é uma comunista? — Daniel perguntou e Ellie soltou uma risada, deixando o iPad em cima da pequena mesa.
— Sou comunista e curto carros, gostou? — brincou, e Daniel riu. — Eu não sei bem, mas acho que não. Não tenho tanta leitura para me considerar alguma coisa, apenas defendo o que acho certo. Por exemplo, você acha certo alguém morrer por conta da cor de pele?
— Não, isso é errado.
— Isso é racismo e é completamente indefensável. Pessoas brancas também morrem, mas elas não morrem porque são brancas, enquanto pessoas negras morrem unicamente por nascerem com a cor de pele delas. Sabe Beatrice? Mesmo sendo bilionária, ela não está imune a isso, porque a cor de pele dela chega primeiro nos lugares — enquanto falava, Daniel a olhava atentamente. — Policiais perseguem pessoas negras e as punem quando nem mesmo são culpadas de algo.
— Tipo com George Floyd? Lewis usou uma blusa também sobre uma mulher.
— Breonna Taylor — completou, e Ricciardo concordou. — Eu acho que quanto mais pessoas falarem sobre o assunto, mais vão se tocar do quanto o nosso mundo é injusto e tem gente que sofre de verdade com isso.
— Isso é uma droga — ele murmurou. — Queria poder fazer algo, mas me sinto hipócrita.
— Hipócrita porque você já falou besteira? Baby, todos nós falamos. O que importa é o que você faz depois.
— Mas me parece errado falar sobre isso quando não entendo. Não sou muito inteligente, você sabe disso. Não quero dar motivos para falarem coisas ruins sobre mim.
— Baby, isso não é sobre você. Mas sobre o que você pode fazer com o engajamento e visibilidade que possui. — Daniel respirou fundo e Ellie lhe deu um beijo. — Gosto de café.
— Gosto do gosto de café em você — respondeu, e ela sorriu. — Quero fazer alguma coisa sobre isso que conversamos.
— Quer mesmo? De verdade e com seu coração?
— Sim, eu quero — ele passou a mão pelos cachos dela, que já estavam grandes. — Você disse que eu posso fazer a diferença, não é? E isso também afeta pessoas que eu amo. Não consigo imaginar se algo acontecer com Beatrice, por exemplo. Mas, sei lá, ficar falando sobre isso em entrevistas não me parece ser suficiente.
— E não é. Você não precisa fazer isso agora, sabe? Expor o que acha. As pessoas têm um péssimo hábito de ficar cobrando posicionamento dos outros quando nem mesmo elas fazem algo — Ellie deu de ombros e terminou seu café em um gole rápido. — Eu conheço algumas organizações que podemos ajudar. Financeiramente, entende? É importante, essas pessoas fazem um trabalho incrível e não recebem nem um por cento do nosso salário.
— Como isso pode ser possível? Se às vezes eu acho que ganho...
— Não termine essa frase — Ellie lhe deu um soco na coxa. — Mas, sim, é possível e a gente pode ajudar deixando um pouco mais fácil. O que acha?
— Eu acho perfeito — Daniel sorriu e puxou novamente o pé da namorada para seu colo. — Meu Deus, eu namoro uma comunista.
Abaixo a monarquia.
— Vamos ser expulsos desse país.

MONTE CARLO - LEGACY • DANIEL RICCIARDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora