Estações do Amor: Verão [jjk + pjm]

Aroma Dominante

4710 palavras

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Enjoado demais para perceber o que acontecia à sua volta, Jimin pegou o lenço limpo que lhe puseram na mão. Por sorte não tinha o aroma de alguém, exceto por uma suave nota de goma de passar. Depois de secar o suor do rosto e limpar a boca, ele conseguiu se aprumar e encarar o recém-chegado. Seu estômago dolorido se contorceu de forma lenta e agonizante ao ver Jeon Jungkook. Pelo visto ele o seguira até ali, aproximando-se a tempo de testemunhar suas humilhantes náuseas. O ômega queria morrer. Se tivesse pelo menos conseguido expirar no ritmo certo momentos antes, apagando para toda a eternidade o fato de que Jungkook o viu pôr os bofes para fora no canteiro de flores.

O rosto do alfa estava impassível, a não ser pelo cenho franzido. Mais que depressa, ele estendeu o braço para segurar Jimin quando o olhou cambalear na sua frente.

— Pensando em nosso recente acordo – murmurou ele –, isso não é muito animador, Sr. Park.

— Ora, vá embora daqui – pediu Jimin com um gemido. No entanto, uma nova onda de náusea fez com que se apoiasse no forte suporte oferecido pelo corpo de Jeon.

Park apertou o lenço na boca e respirou pelo nariz até que a ânsia de vômito passou. Sentia uma fraqueza tão debilitante, a pior que já sentira em toda a vida, que, se o alfa não estivesse ali, Jimin provavelmente teria despencado no chão. Minha nossa, o que havia de errado com ele?

Jungkook se ajeitou de imediato, segurando-o com facilidade.

— Achei que estava um pouco pálido – observou ele com gentiliza, afastando uma mecha de cabelo que havia grudado na testa úmida dele. – Qual é o problema, meu bem? É só o estômago ou tem algo mais doendo?

Em algum ponto sob as camadas de sofrimento, Jimin se surpreendeu ao ouvir Jeon lhe chamar daquela forma, sem mencionar o fato de que um cavalheiro e alfa, jamais deve tirar satisfações à um moço solteiro, e tratá-lo com tanta intimidade; para que isso não fosse comprometer seu status, e o próprio. No entanto, ele estava passando muito mal para fazer qualquer coisa a não ser se segurar ao paletó dele. Concentrando-se na pergunta, avaliou o caos que havia na parte interna de seu inóspito corpo.

— Meu corpo todo dói – sussurrou. – A cabeça, o estômago, as costas... mas, sobretudo, o tornozelo.

Ao falar, Jimin notou que os lábios estavam dormentes. Umedeceu-os, alarmado com a falta de sensibilidade. O cheiro forte de âmbar cobrindo o de café, e inebriando a todos ali... Se estivesse menos desorientado, teria percebido que Jungkook o fitava como nunca havia feito antes, seus olhos brilhantes vidrados no mais velho, como se estivesse preso em um feitiço. Mais tarde, Taehyung descreveria em detalhes o modo protetor com que Jeon Jungkook o segurara nos braços. Por ora, no entanto, Jimin se sentia combalido o bastante para perceber qualquer coisa que não fosse o próprio mal-estar.