𝚊𝚕𝚕 𝙸 𝚠𝚊𝚗𝚝𝚎𝚍

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Não queria admitir que Suna havia lhe machucado mais que Shigure, porque ao contrário dele, Rintarou lhe permitiu descobrir um amor impermisto, débil e invejável, ainda que tudo fosse planejado a ter um fim progamado.

Doía lembrar de cada momento passados juntos, porque tudo se passava de uma fábula em que a lição no final era dolorosa demais para querer e conseguir lidar.

Tirou a coberta da cabeça e respirou fundo para repor o ar antes escasso de seus pulmões. A temperatura que o seu quarto se encontrava deixava todos os pelinhos do seu corpo arrepiados. O canto do seu olho ardia de tanto que chorara na última hora que passara olhando as fotos de vocês dois juntos. Mesmo se quisesse não conseguia evitar. A dependência emocional que desenvolvera por ele foi algo que não podia conter ou até mesmo impedir que acontecesse.

Nunca havia se sentido tão vazia e incompleta na vida.

Suna havia se tornado a sua estrela guia, então como poderia continuar seguindo em frente sem tê-lo ali apontando uma direção?

Deixou um suspiro forte escapar por entre seus lábios, enquanto virava para se deitar de lado na cama, mas acabou não obtendo êxito em conter mais lágrimas de  sofrimento, frustração e derrota ao ver a pelúcia do dragãozinho preto do lado que costumava ser dele na sua cama. Além de Suna ter feito você perder seu porto seguro em dias tempestuosos, ele ainda teve a capacidade de virar um fantasma que fez com que seu pavor por tempestades fosse pior do que antes.

A pelúcia do banguela costumava ser sua âncora nos dias chuvosos, mas agora tudo o que ela representava era apenas uma lembrança constante e dolorosa do passado que tiveram juntos. O que havia feito para merecer isso? Será que era tão azarada no amor para ele não querer permanecer ao menos uma única vez?

Amar.

Suna me amava. Você repetia essa afirmação constantemente na sua cabeça. Suna me amava. Eu sei disso. Como não amava se ele me acolhia, cuidava e dizia palavras tão gentis? Mentira. Suna não me amava. Se ele amasse não teria usado os meus maiores traumas contra mim e acabado com nosso relacionamento como se não fosse algo digno de pena.

Parecia ser uma piada de muito mal gosto. Uma charada que te induz a escolher a resposta errada. Logo quando você achava que amar valia o sacrifício, o amor mostrou sua verdadeira face assim como mostrou que é capaz de ser mais difícil do que imaginava.

— [Nome]? — a voz de Osamu soou logo após duas batidas serem desferidas na porta do seu quarto a despertando do transe que se encontrava — Posso entrar?

— Tá aberta. — você respondeu no mesmo segundo, com a voz fraca, enquanto se embrulhava na coberta.

O feixe de luz que veio do corredor foi o suficiente para que você fizesse uma careta em respeito a luminosidade ao seu ver insuportável, que se infiltrara de uma vez no seu quarto. Para a sua sorte Osamu percebeu seu desconforto e tratou de fechar a porta rapidamente assim que passou por ela.

— Caralho, tá congelando aqui dentro. — o mais velho disse enquanto passava as mãos pelos próprios braços freneticamente na tentativa de se esquentar.

— Tá normal. — você murmurou em resposta, se enfiando ainda mais debaixo do cobertor.

— Normal o cacete. — ele disse colérico correndo para a cama para se deitar ao seu lado.

— Eu deixei? — perguntou com uma carranca no rosto ao vê-lo puxar um punhado do seu cobertor para se cobrir também.

— Não precisa deixar pãozinho de mel. — ele disse sem ligar pro seu jeito, já que sabia o motivo do seu péssimo humor — Mas sério, desse jeito agorinha vamos ter um picolé de [Nome]. — brincou ao tempo em que apertava seu nariz e sorria infantilmente.

𝔒𝔫𝔢 𝔐𝔬𝔯𝔢 𝔏𝔦𝔤𝔥𝔱 // 𝚂𝚞𝚗𝚊 𝚁𝚒𝚗𝚝𝚊𝚛𝚘𝚞Where stories live. Discover now