31: família

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Guilherme Marechal (MARECHAL)

40 minutos antes

Estamos parados dentro do carro observando a casa da pedreira, as luzes acessas mostrava que realmente tinha gente dentro da casa. Os seguranças em movimento também fortalecia a ideia de que o Caveira já tava esperando algo acontecer. Peguei o fuzil descendo do carro no momento que vi o sinal do Deco. Me esgueirei entre o mato e o muro passando abaixado onde não dava visão para os seguranças. Logo estávamos em um beco pequeno que dava pra pular para dentro da casa.

—Sobe, Marechal! —Lennon parou do meu lado me dando um pezinho já que o muro tinha mais que o dobro da minha altura.

Assim que sentei em cima do muro me abaixei segurando a mão dele e puxando pra cima também. Logo todo mundo já tava dentro da casa correndo em direção a sala, os seguranças já tinham visão nossa e começaram a correr atrás. Mas o que mais me fez estranhar foi o fato deles apenas correrem e não atirar. Ao entrar na sala tive visão apenas de um dos comandos aliados de São Paulo amordaçado com os olhos arregalados.

—Que porra... —Deco gritou chutando o sofá enquanto eu soltava o mano. —Que merda é essa 2D?

—Eles tão indo atrás da tua mulher, Marechal. —Senti um gelo percorrer toda a minha coluna, algo que eu jamais senti em toda a minha vida.

—Tá falando do quê? —Não pensei duas vezes em sair correndo na direção do carro.

—E se for uma armadilha, Marechal? —Escutei a voz do Lennon, mas na real eu tava pouco me fodendo, é a mulher que eu amo e o meu filho. —Calma, irmão.

—E se fosse a Amanda e o Miguel? —Lennon me segurou no mesmo instante e os olhos ficaram carregados da dor de ter perdido o filho. —Eu não posso perder eles, Lennon. Não posso perder a minha família outra vez.

—Me dá a chave. —Passei pra ele que entrou no banco do motorista e logo todo mundo já tava no carro. Ele pegou o celular ligando para alguém. —Vida, deu merda. Eu preciso da tua ajuda e do teu pai. Ele escapou outra vez... —Ele apertou o volante enquanto fazia uma curva acelerado. —Vida, vai pra casa do Marechal e tenta tirar as meninas que estão lá.

Meu celular apitou no mesmo segundo logo me fazendo ver o nome da Lorena. No mesmo segundo meu peito se apertou e meu coração acelerou com medo do que poderia estar escrito. Minhas mãos tremeram e soaram quando vi todas as ligações perdidas, logo cliquei na mensagem e percebi que ela tava mandando informações.

Lorena: Entraram em casa
As crianças estão no guarda-roupa do quarto do Lucas, tive tempo de esconder eles

As mensagens era apenas isso, meu corpo já nem me respondia mais, eu apenas sentia todo o ódio me dominar. Caveira foi atrás da única coisa que ele não deveria, a única coisa que ele nunca poderia tocar ou ameaçar. Ainda demoraríamos uns 30 minutos pra chegar na casa, mas na velocidade que o Lennon dirigia em menos de 15 estaríamos lá. Dito e certo, logo estávamos em frente a minha casa observando os homens do Caveira se movimentar.

Hari não disse nada, apenas desceu do carro se escorando atrás do muro logo agarrando o pescoço de um dos caras puxando ele pra longe e dando um mata leão até ele desmaiar. Quem olha pra ele todo magrinho, se bater um vento voa, nem imagina que esse cão luta jiu-jítsu melhor que qualquer um aqui da comunidade. Ele logo fez o sinal pra gente entrar por onde o cara estava, não demorei pra sair do carro com o fuzil nas mãos e entrando pelo jardim da casa.

Pela parte de vidro de longe avistei o Caveira sentando no sofá enquanto as meninas estavam ajoelhadas na frente dele, Milena tava falando alguma coisa quando ele acertou um tapa na cara dela. VT no mesmo instante se aprumou indo na direção deles, mas eu segurei já que tinha uns 8 homens armados esperando por isso.

UM LANCE PERIGOSO (MORRO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora