Capítulo 22

118 6 0
                                    

Ucker: Você conseguiu onze mil dólares com as minhas lutas? Quando você apostava?

Dul: Xavier e eu tínhamos um acordo — respondi, sem ligar para a surpresa dele. De repente, os olhos de Gunther ficaram cheios de animação.

Gunther: Você pode duplicar isso em um fim de semana, Docinho. Você consegue os vinte e cinco pra mim no domingo, aí o Benny não manda os capangas dele atrás de mim. — Senti a garganta seca e apertada.

Dul: Isso vai me deixar dura, Gunther. Tenho que pagar a faculdade.

Gunther: Ah, você consegue recuperar esse dinheiro rapidinho — ele disse, acenando com a mão como se não fosse nada.

Dul: Quando é o prazo final?

Gunther: Segunda de manhã. Quer dizer, à meia-noite — ele respondeu, nem um pouco arrependido.

Ucker: Você não tem que dar uma porra de um centavo pra ele, Beija-Flor — Gunther me agarrou pelo pulso.

Dul: É o mínimo que você pode fazer! Eu não estaria nessa merda hoje se não fosse você! — Lua afastou a mão dele de mim com um tapa e depois o empurrou.

Lua: Não se atreva a começar com essa merda de novo, Gunther! Ela não te obrigou a pegar dinheiro emprestado com o Benny! — Ele olhou para mim com ódio.

Gunther: Se não fosse por ela, eu teria meu próprio dinheiro. Você tirou tudo de mim, Dulce. Eu não tenho nada! — Pensei que o tempo longe de Gunther havia amenizado a dor de ser filha dele, mas as lágrimas que fluíam dos meus olhos diziam o contrário.

Dul: Vou conseguir o dinheiro para você pagar o Benny até domingo. Mas depois disso quero que você me deixe em paz, cacete. Não vou fazer isso de novo, Gunther. De agora em diante, você está por conta própria, está me ouvindo? Fique. Longe. De. Mim. — Ele pressionou os lábios e assentiu.

Gunther: Como quiser, Docinho. — Eu me virei e fui em direção ao carro, ouvindo Lua atrás de mim.

Lua: Façam as malas, meninos. Estamos indo para Vegas.

...

Christopher colocou as malas no chão e olhou em volta do quarto:

Ucker: Isso aqui é legal, hein? — Olhei feio para ele, que ergueu uma sobrancelha. — Que foi?

Dul: Não estamos de férias. Você nem devia estar aqui, Chris.

Ucker: Eu vou aonde você for.

Dul: Tenho que descer lá. Você pode ficar aqui ou ir dar uma volta a gente se vê mais tarde, tá?

Ucker: Eu vou com você.

Dul: Não quero você por lá, Chris. — Uma expressão de mágoa pesou sobre seu rosto e pus a mão em seu braço. — Preciso me concentrar para ganhar catorze mil dólares em um fim de semana. Não gosto de quem vou me tornar enquanto estiver naquelas mesas, e não quero que você veja.

Ucker: Tudo bem, Flor.

...

Lua puxou meus cabelos para trás e me entregou um tubo preto:

Lua: Você precisa de mais umas cinco camadas de rímel, e eles vão jogar sua carteira de identidade no lixo se você não passar mais blush. Esqueceu como se joga isso? — Peguei o rímel da mão dela e fiquei mais uns dez minutos me maquiando. Assim que terminei, meus olhos começaram a lacrimejar. —Droga, Dul, não chora. Você não precisa fazer isso. Não deve nada pra ele.

Dul: Ele deve dinheiro pro Benny, Lua. Se eu não fizer isso, eles vão matar o Gunther. — A expressão dela era de pena. Eu a tinha visto me olhar daquele jeito as vezes antes, mas agora Lua estava desesperada. Ela tinha visto meu pai arruinar a minha vida mais vezes do que qualquer uma de nós seria capaz de contar.

Verano PeligrosoOnde histórias criam vida. Descubra agora