Capítulo 7

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Dul: Christopher! — gritei. Eu me livrei dos sapatos de salto com um chute e enfiei meu par de All Stars nos pés. Depois me contorci e tirei o vestido, jogando-o do outro lado do quarto. Enfiei a primeira camiseta que vi pela frente e corri até a sala, parando na entrada do apartamento. — Tá melhor? — perguntei, bufando de raiva e puxando o cabelo para prendê-lo num rabo de cavalo.

Ucker: Agora tá! Vamos!

Fomos correndo até o estacionamento. Pulei na garupa da moto enquanto ele ligou o motor com tudo e saiu voando pela estrada até a faculdade. Apertei a cintura dele, tamanha era minha expectativa; a correria na hora de sair tinha enviado ondas de adrenalina por minhas veias. Chris subiu no meio-fio com a moto e a estacionou na sombra, atrás do Pavilhão Jefferson de Humanas. Pôs os óculos de sol no alto da cabeça e me agarrou pela mão, sorrindo enquanto seguíamos sorrateiramente até a parte de trás do prédio. Paramos ao lado de uma janela aberta perto do nível do chão. Arregalei os olhos quando me dei conta do que faríamos.

Dul: Você só pode estar brincando!

Ucker: Essa é a entrada VIP. Você devia ver como o resto do pessoal entra.

Balancei a cabeça enquanto ele enfiava as pernas ali para entrar, sumindo de vista logo depois. Eu me abaixei e o chamei no meio da escuridão.

Dul: Chris!

Ucker: Aqui embaixo, Flor. É só descer, os pés primeiro. Vem, eu te seguro!

Dul: Você está louco se acha que vou pular no escuro!

Ucker: Eu te seguro, prometo! Anda logo, vai! — Eu me sentei no parapeito da janela e fui indo para frente, até que metade do meu corpo ficou pendurado no escuro. Virei de barriga para baixo e tentei tatear o chão com os dedos dos pés. Esperei que meus pés encostassem na mão de Christopher, mas perdi a pegada, soltando um gritinho agudo quando caí para trás. Duas mãos me seguraram e ouvi a voz dele no escuro. — Você cai que nem menina — ele disse, dando uma risadinha. Ele me pôs no chão e me puxou ainda mais para a escuridão. Depois de uns doze passos, eu já podia ouvir a gritaria familiar de números e nomes, e uma luz se acendeu. Havia uma lanterna no canto, que iluminava a sala o suficiente para eu conseguir ver o rosto de Chris.

Dul: O que estamos fazendo?

Ucker: Esperando. O Xavier tem que fazer o discurso de abertura dele antes de eu entrar.

Dul: É melhor eu ficar esperando aqui ou entrar? Pra onde eu vou quando a luta começar? Cadê o Sid e a Lua?

Ucker: Eles foram pela outra entrada. É só me seguir, não vou deixar você entrar naquele tanque de tubarões sem mim. Fique perto do Xavier, ele vai impedir que te esmaguem. Não posso cuidar de você e dar socos ao mesmo tempo. Vai ter mais gente aqui hoje. O Brady Hoffman é da Estadual. Eles têm o Círculo deles lá. Vai ser a nossa galera e a galera deles, então vai ficar uma doideira lá no salão.

Dul: Você está nervoso? — Ele sorriu, baixando o olhar para mim.

Ucker: Não. Mas você parece que está um pouco.

Dul: Talvez.

Ucker: Se isso fizer você se sentir melhor, não vou deixar ele nem encostar em mim. Não vou deixar ele me acertar nem uma vez, pra agradar os fãs dele. Geralmente deixo que eles acertem uma... para parecer justo.

Dul: Você... deixa as pessoas te acertarem?

Ucker: Que graça teria se eu só massacrasse o adversário e nunca levasse nenhum soco? Isso não seria bom para os negócios, ninguém apostaria contra mim.

Dul: Acho difícil acreditar que você só leva um golpe quando deixa.

Ucker: Quer fazer uma aposta, Dulce Saviñon? — ele me perguntou sorrindo, com um brilho nos olhos. Sorri de volta.

Verano PeligrosoWhere stories live. Discover now