IRMÃOS - Sasusaku

Sim, eu te amo!

Sakura encarou o aparelho a centímetros de distância do alcance de suas mãos. Com o coração aos saltos e a respiração ofegante, seu olhar oscilava entre o telefone que insistentemente tocava e seu irmão que, agora de costas, não a olhava, e tudo que a tão pouco tempo parecia real, se tornava incrivelmente distante. Impressionante como a mente humana é vacilante nesse quesito, tornando um simples momento algo absurdamente extremo.

Atordoada e agindo rapidamente, avançou sobre o celular e o agarrou em uma fúria ridícula, queria ao mesmo tempo matar quem a interrompeu em um momento que esperava há muito e também agradecer por a ter separado do seu irmão, tudo tão conflitante. Ainda mais quando seu irmão diz que quer confessar algo após um gesto tão, tão delicioso, pra ser o mais honesta possível.

- Tenente Haruno - sua voz firme pouco condizia com todas as suas questões pessoais. Seu irmão novamente a encarou e analisou detalhadamente cada expressão facial dela, enquanto Sakura apenas o ignorou por momentos.

Do outro lado da linha, alguém dava umas coordenadas confusas, um endereço, um horário, uma pista.

Eufórica, a policial desligou o telefone e levantou-se, sentindo seu corpo doer, mas novamente a adrenalina o percorria, fazendo com que nada disso importasse. Já em pé, seus olhos se cruzaram com os de Sasuke, que agora tentava decifrar toda animação da mais nova.

- Finalmente! - exclamou, batendo as palmas das mãos. - Uma pista sobre o desgraçado, preciso falar com Kakashi.

- Calma. - Sentiu as mãos fortes de seu irmão tocarem seu braço, a impedindo de dar um passo e seguir adiante. Olhou confusa para ele. - Do que está falando?

- Sasuke, uma ligação anônima com uma pista sobre um dos possíveis esconderijos do Justiceiro. Tenho certeza que dessa vez é quente!

- Para de ser ingênua, Sakura - o homem falou um pouco agressivo, destoando de momentos atrás.

- Não estou sendo ingênua, devemos seguir todas as pistas, uma delas nos levará a ele - respondeu, convicta, se soltando das mãos do irmão e saindo sem olhar para trás.

Agitada, caminhou até a cozinha. Suas costelas doíam até mesmo quando respirava. Apoiou o corpo no balcão e puxou a cadeira com os pés, sentando-se. Em seguida, vasculhou a agenda do telefone até o nome do seu superior e clicou no botão verde, dando início à ligação.

- Tenente Haruno, espero que esteja descansando.

- Estava - respondeu firme e escutou os passos de Sasuke se aproximando, olhou na direção do som e o viu parado com um semblante passivo a encarando. - Porém, acabei de receber uma ligação com uma pista de um possível esconderijo do Justiceiro.

Enquanto sua irmã detalhava cada frase ouvida na última ligação, Sasuke calmamente a ouvia. O homem caminhou até a cafeteira, onde pegou um pouco do líquido fumegante. Seus olhos firmes não mentiam sobre sua insatisfação, Sakura sempre foi teimosa e, mesmo com dores que a impossibilitavam de ir trabalhar, ela não ia desistir de alcançar seu alvo.

Ela mudou a expressão drasticamente de feliz para triste, baixando o olhar, encarando os próprios pés. Algo dito por seu superior não foi de seu agrado, isso era nítido.

- Sr. Hatake, não acho que estamos em condições de perder uma pista dessa!

- Eu entendo, Sakura, e não estamos mesmo, no entanto o local que está me falando está interditado devido às chuvas, não está com sinal para celulares e nem rádios, o que torna nossa ida momentaneamente arriscada. E mesmo que eu leve meus melhores homens, estaremos nos arriscando. Precisamos montar um esquema forte pra chegar até lá e...