Irmãos Haruno

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Pela manhã o sol invadia o quarto pelas pequenas brechas entre a janela. Sakura abriu os olhos sentindo suas pálpebras pesadas, era como se tivesse ainda com sono, chegava estar um pouco atordoada, fraca, mas ao mesmo tempo com dores pelo corpo. Se esforçando ao máximo para manter o seus olhos abertos, o teto branco fez sua mente retornar ao real motivo de se sentir tão vazia, tão usada. Aquele vídeo. Merda! Maldito infeliz. Aos poucos, à medida que sua mente acordava por completo, lembrou-se do vídeo que viu em seu celular e o quanto tinha ficado abalada. Apertou os lençóis com força, agora sentindo raiva e não mais pena de si. A cabeça latejou com dores pela têmpora, como a vida poderia ser tão dura? Nada parecia dar certo, quando ela pensava ter encontrado um amor para sua vida solitária, se decepcionava. Quando alcançava tal cargo que tanto estudou, se esforçou, lutou para conseguir, não era boa o suficiente para aquilo. Quando se sentia segura nos braços do seu irmão mais velho, a única família que lhe sobrou, se sentia confusa, um tanto quanto podre. Droga! Nada na sua vida estava bom, absolutamente nada. Pensou em como não teve tempo de processar os homens que passaram por sua vida, só decepção! E porque esses sentimentos incompletos, para não afirmar que seu dedo podre sobressaia, teve Lee, que aliás era um dos seus cooperadores, de todos os caras claramente foi o que a tratou melhor, e talvez esse fato dele ter lhe dado tanto carinho, um amor unilateral onde apenas o rapaz se doava. Talvez tivesse sido isso que não o fez ir pra gente, talvez gostasse dos errados, das peças quebradas, dos vagabundos. Santo Kami tenha misericórdia! Pra que se enganar, pra que procurar algo nos outros, pra que viver de migalhas de um maldito sentimento que a fazia de prisioneira da sua própria frustração. Seu problema ficava cada vez mais claro, procurava nos outros o que ela não tinha, o que não sabia, procurava ser completa.

Com esforço a policial se levantou da cama, se parar pra pensar já teve dias piores? Como quando encontrou junto ao seu irmão os corpos dos seus pais violentamente mortos, quando Sasuke foi baleado em uma operação, quando a própria ficou entre a vida e a morte com uma bala alojada entre seus pulmões. Porra! Não seria um videozinho de merda que foderia sua vida! Ou seria? Levantando da cama notou as roupas que estava vestida, aliás, como havia chegado ali? Sua cabeça doeu ainda mais com o esforço para lembrar, mas não vinha mais nada, graças à grande carga de estresse emocional submetida no dia anterior havia tido um lapso de memória, esquecendo por completo tudo que aconteceu após ver aquele vídeo em sua sala na delegacia. Seu cérebro desligou-se por completo, claramente uma alta defesa e tudo que fez depois dali foi como se estivesse no piloto automático. Haruno não sabia da presença do calmante em seu organismo dado pelo seu irmão, mas os resquícios do produto eram fortes ao ponto das suas pernas estarem enfraquecidas.

Olhou no relógio na cabeceira ao lado da cama dando-se conta do quanto estava atrasada para toda sua rotina matinal, ainda grogue, com uma leve ressaca, tanto pelo remédio quanto por sua moral, sentia todo o peso da vergonha de ter sido tão exposta e de ter ficado tão vulnerável, mas afinal quem não ficaria? Infelizmente essa prática grotesca é muito comum em diversas parte do mundo e na maioria das vezes a maior prejudicada é a mulher, por conta da cultura machista que estamos inseridos, o homem quando expõe é como um troféu, já a mulher sofre consequências severas ao ter um momento íntimo exposto, sendo taxada de coisas das quais ela não é.

Sakura pensava como uma policial e mulher, agora queria pegar Sasori pelo crime que ele havia cometido, aquele maldito infeliz, tentaria de forma legal com que ele pagasse por tudo.

...

Depois da sua higiene, arrumou-se para encarar seus demônios de cabeça erguida, quando estava saindo do quarto, ouviu um barulho vindo da cozinha, caminhou calmamente pelo corredor na direção do local, pensou ser Karin, pois imaginou que seu irmão já havia saído. Ao chegar no cômodo deparou-se com ele, Sasuke, que fazia de maneira descontraída um café na cafeteira elétrica e mexia uns ovos em uma panela.

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