"Eles seguiram em frente, sem saber em que direção. Havia muito para ser pensado, sentido e dito, para atenção a quaisquer outros objetos".
— Jane Austen - Orgulho e Preconceito
Na manhã seguinte, Joan acordou determinada a encontrar Davies, de modo a negociar a propriedade em Staten Island.
Ela se arrumou impecavelmente, avisou a todos que iria a Mayfair, tomou a carruagem e partiu rumo ao parlamento, pois tinha negócios a tratar com Davies.
Enquanto estava na carruagem, foi pensando no discurso que diria para convencer o conde a lhe vender a propriedade em que ela havia estabelecido seu empreendimento de sucesso. Sabia que seria uma negociação difícil, mas ela não desistiria até conseguir o que desejava.
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Ao chegar no parlamento, Joan notou que todos os olhares se voltaram para ela, afinal, ainda não era comum a presença de uma mulher naquele lugar.
Joan, portanto, aproximou-se de um jovem e solicitou:
— Por gentileza, gostaria de falar com lorde Albert Davies.
O moço franziu o cenho, mas perguntou:
— Qual o nome da senhorita?
— Lady Joan Morrison.
— Aguarde um momento, transmitirei a informação a ele.
— Tudo bem.
Então o jovem adentrou pela porta e Joan ficou o aguardando. Não tardou para que ele retornasse.
— Lorde Davies está acompanhando um debate, mas pediu para que eu a conduza até o escritório dele.
— Perfeito.
— Acompanhe-me, lady.
Joan seguiu ao encalço do homem, subiu um lance de escada, caminhou até o corredor e passou por três portas fechadas até que chegaram ao destino.
Com demasiada cordialidade, o jovem abriu a porta concedendo a passagem para Joan.
— Lady Morrison, assim que o debate findar, o conde virá ao seu encontro.
Joan apenas assentiu concordando.
Respirando fundo e controlando as emoções, ela permaneceu sentada naquele escritório elegantemente decorado e ajeitou mais uma vez o longo vestido feito de rendas e tecidos delicados. Um curto tempo depois, ela observou Albert Davies adentrar no ambiente. Seus olhos encontram-se por um breve momento, o suficiente para despertar memórias de um passado compartilhado, de momentos de alegria e dor.
Ao fitar aqueles intensos olhos negros, Joan sentiu um sentimento familiar se agitar dentro dela; algo que ela fez questão de dissipar.
Então a mulher levou um leve sorriso aos lábios, que fora rapidamente substituindo-o por uma expressão de indiferença. O coração bateu acelerado dentro do peito, clamando para que revelasse seus verdadeiros sentimentos, mas a razão prevaleceu. Joan se lembrou das lágrimas derramadas, das promessas quebradas e das feridas que ainda estavam cicatrizando. Chegara o momento de pôr um fim em tudo.
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Como Domar Lorde Devil
Historisk fiksjonNo final do século XIX, a sociedade britânica passava por significativas mudanças, todavia um fato continuava imutável: mulheres eram pressionadas a se casar. Na década de 1890, lady Katherine Morrison, mãe do importante duque de Hereford, decidiu q...