CAPÍTULO 5

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A N D R É I A

Fazia algumas semanas que havíamos sido expulsas da Ilha, quando passei a me sentir doente. Meu cartão de vacina está todo em dias, até porque foi necessário para a entrada na ilha, porém, isso não impediu que algo me acertasse. Talvez uma infecção estomacal ou algo parecido, porém, estamos no hospital em plena madrugada, porque meu mal-estar estava chegando ao ponto de inquietante, ainda em especial porque tudo me faz lembrar a ilha e o bendito príncipe tentador, que até em sonhos está invadindo minha mente, me fazendo recordar dos momentos quentes ou simplesmente terno que compartilharmos.

— Vai ficar bem amiga. — Mag sorri segurando minha mão.

— Espero. — Sussurro nervosa.

Quando chegou minha vez, a médica sorridente e com o sotaque forte cubano me indicou a tirar minha blusa e se deitar na maca.

— Você sempre teve essa risca aqui? — Indicou uma linha um pouco mais escura do meu estômago descendo em direção ao meu ventre.

— Não. Bem, nem mesmo havia percebido. — Confesso observando minha barriga.

— Tem sentido os seios sensíveis e aréolas mais escuras? Dores de cabeça? — Assinto para todos os casos, e ela me dá um sorriso reconfortante. — Vamos coletar seu sangue e ter a certeza técnica, porque, a senhora muito provavelmente está grávida. — Engulo em seco, minha mente trabalhando avidamente na informação.

Estou com todos os sintomas, e nunca nem tinha pensado no fato. Nunca tive convívios com mulheres gravidas e pode apostar que sintomas de gravidez não está no topo da minha lista de pesquisas e não sei se foi legal ignorar essa questão importante ainda mais para alguém que gosta de sexo como eu. 

— Eu uso diu. — Murmuro para a médica, tentando outra justificativa se não a óbvia.

— Sinto muito. — Suspirou pesarosa. — Vamos ter certeza.

— Certo. — Olho para minha amiga, que suspira apertando minha mão, vendo a médica sair do consultório. — Estou com grande problema. — Declaro colocando a mão na minha barriga, com a certeza brincando com minha mente.

— Vai levar? — Indicou hesitante, conhecendo muito bem minha hesitação sobre a maternidade.

— Não sei nem por onde começar a pensar. — Admito quase entrando em pânico, e minha amiga me abraça apertado.

Um tempo depois a médica voltou com uma enfermeira para coletar meu sangue e ainda enviar a um laboratório. Isso nem tem mais pressa, porque sinto que estou. Nem sei como não havia percebido as mudanças antes, porém, nem cogitei a chance de isso acontecer.

— Como será agora, amiga?! — coloco a mão sobre minha barriga, tomando a decisão mais discrepante da minha vida.

Nunca me imaginei sendo mãe, até porque nem sei como ser uma, porém, não quero que o bebê tenha a mesma má sorte que eu e nem sou capaz de tirar o feto, já que tem mais de dois meses muito provavelmente. 

— Estamos juntas. — Mag se sentou ao meu lado e beijou meu rosto com carinho. — Eu desafio a você, a ser a melhor mãe que possa existir. — Sorriu corajosa, me desafiando como sempre fazemos.

Esses nossos desafios já tiveram tantas consequências, que não faço ideia de como ou onde vamos parar, mas, enquanto estivemos juntas, enfrentaremos cada um como se fossemos apenas uma.

PRÍNCIPE TENTADOR |+18|Where stories live. Discover now