4. Eu sabia que voce era problema

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Flora

O tráfego de Los Angeles circula rapidamente, com uma cacofonia de pneus cantando e buzinando. São quase cinco horas da tarde de uma sexta. E mesmo assim o policial que adora encher a porra do meu saco resolve me parar.

– Policial Miller, esse uniforme é novo? – Dou umas piscadas, ainda dentro do meu carro – E esse distintivo? Parece mais brilhante.

– Senhorita Parker, você de novo. Habilitação e documento do carro, por favor.

– Eu digo o mesmo, policial Miller. Me dê uma folga, estou indo buscar a minha mãe no hospital, ela está saindo de um plantão de...

– A gente iria parar de se encontrar assim se a senhorita respeitasse o limite de velocidade da via. Você me ultrapassou andando a setenta quilômetros por hora em uma via onde o máximo era cinquenta. Geralmente as pessoas diminuem a velocidade quando se deparam com uma viatura.

– Eu tento, ok? Mas acontece que estou atrasada, e ninguém nessa porcaria de cidade sabe dirigir.

– Bom, olha quem fala – Ele coloca as mãos no bolso da calça do uniforme e arqueia as sobrancelhas. Minha mãe vai me matar por perder tanto tempo.

– O que quer dizer?

– Gosto de você, Senhorita Parker, minha filha assiste os seus jogos porque o irmão mais velho dela estuda na UCLA, mas uma senhora foi correndo para o meio-fio quando você passou.

– O que ela estava fazendo na rua, de qualquer forma? – Aperto os lábios e dou de ombros, observando ele anotar mais uma multa no bloco de notas. Eu tenho que me lembrar de nunca passar nessa via, mas é o caminho mais curto.

– Mais cuidado da próxima vez.

– Pode deixar – Murmuro a contra gosto e pego o papel, jogando no porta-luvas junto com as outras multas que preciso pagar.

– Pode deixar – Murmuro a contra gosto e pego o papel, jogando no porta-luvas junto com as outras multas que preciso pagar

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– Onde diabos você estava? – Minha mãe esbraveja quando entra no carro. Pelo modo como ela fala, deve estar parada na porta do hospital há algum tempo.

– Acredita que todos os sinais estavam fechados?

– Você espera que eu acredite nessa mentira deslavada, Flora? – Ela me dá um tapinha no braço, já voltando ao bom humor – Vamos fazer o jantar ou pedir uma pizza?

– Eu falo pelo Aspen quando digo pizza – Sorrio – Mas seria uma tortura pra mim porque tenho que ficar de olho nos carboidratos.

– Nem a vegetariana?

– Meredith, assuma, você detesta fazer o jantar.

– Culpada – Ela joga a cabeça para trás e solta um longo suspiro, e sei que está prestes a contar como foi o turno.

Eu sou completamente apaixonada por essa mulher. Ela e a esposa decidiram me adotar alguns meses depois do casamento. E eu não poderia ter sido colocada em um lar melhor. Minhas mães eram incríveis juntas, elas tinham uma sintonia de outro mundo que ninguém entendia. Quando eu tinha quinze anos, decidiram adotar o Aspen, também ainda bebê.

Tudo ou nada (Romance Sáfico)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant