Capítulo 48: Eu sou rancorosa.

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Meu coração acelerou tanto que eu pensei que fosse explodir, enquanto eu sentia uma eletricidade passar entre nós, como um imã me puxando em direção a ele. Abri um sorriso para Steven, observando seus olhos brilhando na minha direção.

—Eu também te amo. —Falei, sorrindo tanto que minhas bochechas doeram quando fiquei na ponta dos pés e roubei um beijo dele. —Eu amo você, Steven.

—Eu sabia disso muito antes de você me dizer. —Afirmou, me fazendo soltar uma risada e erguer as sobrancelhas. —Sherlock Holmes esqueceu?

—E depois eu é que sou impossível. —Murmurei, segurando o rosto dele e o beijando. Steven soltou um suspiro, abraçando minha cintura com força, me puxando pra ele mais e mais a cada segundo, enquanto seu gosto de misturava com o meu, fazendo meu estômago se encher de borboletas.

Não consegui pensar em mais nada além dele e de como ele fazia eu me sentir tão bem. Desde o início Steven mudou tudo pra mim. Seus beijos me tiravam do chão, me fazendo perder o foco e esquecer de tudo. Não conseguia o tirar da cabeça e saber que ele me amava fazia tudo se tornar mil vezes melhor.

—Quer saber quando soube que eu estava apaixonado por você? —Indagou, afastando os lábios do meu, com nossas respirações pesadas se misturando quando nos encaramos. Ele parecia ainda mais bonito naquela noite, com a atenção fixa no meu rosto, como se eu fosse a única coisa que existisse no mundo. —Foi depois do nosso primeiro beijo, quando você começou a me evitar. Não conseguia parar de pensar em você e quando pensei que você poderia ter odiado o beijo, eu me senti péssimo. Senti que estava perdendo algo que nem era meu ainda, apesar de eu desejar muito. E quando você correu por aquele jardim e eu te segurei e olhei pra você, eu sabia que estava completamente perdido. Eu sabia que estava me apaixonando e não importava o que acontecesse, eu iria querer você sempre.

Eu soltei uma respiração pesada, sentindo meu peito se aquecer com algo aconchegante e alegre. Aquele amor se tornando ainda mais naquele momento.

—Acho que comecei a me apaixonar quando você foi até a casa do meu pai com os outros para buscar minhas coisas. Porque eu me senti tão acolhida e aquilo significou tanto pra mim. Mas tive certeza quando você foi pra aula de dança comigo. —Steven riu, tocando meu rosto com carinho, enquanto sua testa permanecia colada na minha. —Você parecia estar se esforçando tanto e seus olhos nunca deixavam os meus, como se quisesse ter certeza que eu estava me divertindo. E eu percebi que... que você não se importaria em fazer nada que achasse chato, contando que tivesse certeza que eu ia gostar.

—Eu queria vê-la feliz e ainda quero. Quero que seja a pessoa mais feliz do mundo todo, Cat. Quero fazer você feliz.

—Você já faz. —Afirmei, com milhares de fogos de artifícios explodindo no meu peito. —Eu te amo.

—Eu também te amo. —Ele me beijou de novo e eu não precisava ouvir mais nada depois daquilo, tudo que eu queria era apenas ele.

Alguns meses depois...

Me sentei na cadeira super desconfortável, sentindo um certo nervosismo por estar ali. A mulher vestida com uma farda da polícia se colocou próxima a porta, com a expressão super seria. Eu fiquei rígida na cadeira quando a porta do outro lado se abriu, revelando minha madrasta em uma roupa laranja, com os cabelos presos e o rosto sem qualquer maquiagem.

Estava visivelmente abatida, como se a cadeia estivesse a deixando doente. Mas mesmo assim ela andava com a cabeça erguida, olhando pra mim e enrugando os lábios em reprovação, antes de se sentar do outro lado da mesa. Não havia um pingo de arrependimento ali. Nenhum sentimento concreto além de indiferença.

—Veio tripudiar em cima de mim? —Indagou com uma voz fria. —Não estou interessada em receber visitas de você.

—Eu sei. Também não tenho interesse em te visitar toda semana. —Retruquei, soltando uma respiração pesada, me remexendo desconfortável na cadeira.

Aquele era nosso primeiro encontro em meses. Não havia a procurado e nem tentado falar com ela por ligação ou mensagem depois do que Steven me contou. No final das contas Luc estava certo e apesar de ter demorado para provar, ele conseguiu. Ela ganhou uns anos na prisão e eu recebi toda a herança.

—Só queria olhar pra você. Fez de tudo pelo dinheiro e agora está aqui, presa em uma cela. —Falei, balançando a cabeça, enquanto meus dedos apertavam a lateral da cadeira. —No final das contas nada valeu a pena pra você.

—Ah, que foi, Catalina? —Ela soltou uma risadinha, exibindo os dentes perfeitos. —Quer que eu peça perdão? Veio dizer que me perdoa por tudo e que não guarda ressentimentos? Todo aquele clichê idiota e sentimental de sempre?

—Eu não quero que me peça perdão. —Soltei uma risada fraca, sentindo um nó se formar na minha garganta. —Se me pedisse perdão, eu diria não. Porque eu jamais vou perdoar você. Seu coração é ruim demais pra você sequer ter qualquer sentimento de arrependimento. Mas eu também não odeio você. Eu tenho pena de você. —Ela revirou os olhos, rindo. —Você sujou suas mãos pelo dinheiro e acabou ficando sem nada. E o pior? Sozinha. Sem parentes próximos, sem filhos, nem nada. Meu pai pode ter partido, mais eu sempre vou estar aqui pra amá-lo e me lembrar dele. Sempre vou estar aqui para visita-lo e levar flores. Mas você está viva e não tem ninguém pra fazer isso por você, porque vai viver esquecida aqui dentro. Então é, eu tenho pena de você.

—Chega! —Ela sibilou, ficando com o rosto vermelho. —Vai embora daqui, Catalina. Eu não quero saber de nada que venha de você.

—Eu vou. Tenho uma vida muito feliz pra viver, bem longe de você. —Afirmei, pegando o pacote que estava no meu colo e ficando de pé, antes de colocá-lo na mesa e empurra-lo até à frente de Leah.

—O que é isso? —Ela encarou o pacote de amendoim e então ergueu os olhos surpresos até mim, me vendo sorrir.

—Trouxe pra você. —Eu sou rancorosa, fazer o que. —Espero que morra engasgada com eles.

Leah me encarou com uma expressão congelada e eu tinha certeza que não os comeria depois daquilo. Mas virei as costas e sai de lá, pronta para afundar ela em um poço do esquecimento. Não iria ficar remoendo o passado. Essa era nossa despedida. Eu queria justiça e consegui ela. Agora eu queria ser feliz.

E foi difícil não sorrir quando sai do prédio e vi Steven escorado em seu carro, com aquelas tatuagens todas a mostra e uma expressão de mau, me aguardando. Mas ele sorriu assim que me viu, com seu rosto se abrindo em algo tão caloroso. Meu coração se acalmou quando fui até ele, entrando nos seus braços, onde eu tinha certeza que era meu verdadeiro lar.


Continua...

Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora