Capítulo 11: Ela tem namorado.

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Olhei para a porta da livraria quando o sininho tocou, vendo uma garota entrar e passar para a seção de livros de romance. A livraria não andava tão movimentada nos últimos tempos, mas eu imaginava o motivo. Hoje em dia todo mundo pode comprar o livro digital e ler onde quiser, sem precisar ficar carregando o livro em si. Apesar de não ler tanto assim, ainda prefiro o livro na minha mão do que ele em formato digital, mesmo que isso as vezes seja mil vezes mais barata.

—Como estão indo as coisas na sua casa nova? —Ava indagou, assim que fui para trás do balcão junto com ela, ocupar meu banquinho.

—Ah, normal. Melhor do que eu esperava, na verdade. São todos super legais. —Dei de ombros, escorando meu cotovelo no balcão para deixar meu rosto escorado na minha mão.

—Você não parece muito animada. —Ela me olhou com cautela, sorrindo de leve. —Eles estão sendo super legais mesmo, ou você só está sendo gentil?

—Não, eles são legais. —Eu ri, balançando a cabeça negativamente. —É só que... é meio estranho, sabe? Quero dizer, são 7 pessoas que já se conheciam antes, que já eram super amigos antes e tudo mais. Então, eu inevitavelmente fico um pouco deslocada. Sempre tenho a sensação de estar atrapalhando ou me metendo na amizade deles, mesmo eles deixando claro que me querem por perto.

—Eu entendo o que quer dizer. Mas se eles deixam claro que querem você por perto, então deveria tentar fazer amizade com eles. —Ela tocou meu ombro. —Sei que tem amigos, Lina. Mas você nunca sai.

—Você não sabe disso. É só minha chefe.  —Retruquei, e ela riu.

—Ah, eu sei, sim. Você trabalha comigo a um tempo já. Quando não está aqui trabalhando, está na faculdade ou em casa estudando. Estou mentindo? —Ela ergueu as sobrancelhas, em fazendo sorrir e negar com a cabeça. —Eu sou velha, mas não tonta.

—Você não é velha. —Rebati, mordendo o lábio. —É só um pouco intrometida.

—Ei, você dormiu no meu sofá. Mais respeito, mocinha. —Ela me deu uma cotovelada, me fazendo soltar uma risada. —Não tem ninguém interessante nesse... como vocês chamam? Casarão?

—É. —Comprimi meus lábios, querendo segurar o sorriso. —E não tem.

—Duvido. Você está mentindo. Sempre tem alguém. Já fui adolescente, sei como é. Impossível viver com vários universitários e não achar um deles bonito e interessante. —Ela apertou a ponta do meu nariz e sorriu. —Pode contar. Tem um rapaz? Ou uma garota?

—Eles namoram, sabia? —Falei, vendo ela erguer as sobrancelhas e enrugar os lábios. —Tudo bem, tem o Steven...

—Ah, eu sabia! —Ela soltou uma risadinha. —Sua cara de quem está sonhando acordada te entrega.

—Eu não fico assim! —Retruquei, mesmo sabendo que talvez ela tivesse razão. —É só um cara, tá legal? Ele é bonito e super gentil. Eu tenho uma leve quedinha por ele. Nada demais.

—Sei, nada demais. —Ela balançou a cabeça negativamente. —Vocês jovens, sempre falando que não é nada demais quando é o total oposto. O que ele faz?

—Ele não tá na universidade. —Ela se virou e olhou pra mim, erguendo as sobrancelhas. —Ele tem 24 anos e é dono de um estúdio de tatuagem.

—Não sabia que gostava desse tipo de rapazes. —Ela sorriu, voltando a olhar pro notebook na sua frente.

O problema é que Steven é o tipo de qualquer um. Como vou ignorar um cara tatuado que está sempre sério, mas anda com um gato pra lá e pra cá, e ainda sorri sempre que te vê?

Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora