Capítulo 40: Cookies.

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Eu desci as escadas até ele, vendo seu sorriso se tornar maior. Aquilo deveria ter me preocupado, mas não preocupou. Estava mais incomodada com a presença dele ali do que ouvir aquilo.

—Eu não vi seu rosto aquele dia, mas vi o dele e o reconheci na sua nova casa. —Murmurou, me fazendo ficar tensa e apertar a alça da mochila com força.

—Anda me seguindo? —Indaguei, e comprimi os lábios quando ele deu de ombros, sem confirmar ou negar. Mas eu sabia que sim. Sabia que aquele carro que vi na frente do casarão só poderia ser dele. —O que você quer, hein? Não veio aqui me contar que sabe que foi nós dois por nada. Ainda mais se ainda não contou pra minha madrasta sobre isso.

—Tem razão, eu não viria aqui por nada. Pensei em contar a ela, mas percebi que pouco vai fazer diferença agora que foi provado que ela tentou roubar a herança...

—Ela não tentou, ela roubou. —Retruquei, fazendo-o soltar uma risadinha e passar as mãos pelos cabelos castanhos.

—De qualquer forma, você vai ficar com tudo pra você no final das contas. —Ele deu de ombros, me deixando confusa, porque tinha quase certeza que Leah ainda conseguiria ficar com algo, mesmo depois de tudo. —Só queria conhecer você pessoalmente.

—Por quê? O que você quer? —Questionei, olhando para o prédio quando percebi que acabaria me atrasando se não me livrasse dele logo. —Não parece ser um simples segurança dela.

—Talvez eu seja, talvez não. —Ele deu de ombros de novo, começando a me deixar super irritada com aquela conversa esquisita.

—Alguém quer biscoito? Quer biscoito, senhor? É pra ajudar minha família.—Um garoto veio para perto de nós, estendendo alguns saquinhos de cookies feitos em casa para o homem na minha frente, que sorriu pra ele.

—Não, criança. Mas minha filha talvez vá querer. —Ele me indicou com a cabeça, fazendo o garoto se virar pra mim. Olhei pra ele com uma expressão infeliz, puxando minha mochila pra pegar dinheiro, antes de me virar para o garoto que veio até mim.

—Quer biscoitos? —Indagou, me encarando com os olhos super ansiosos. Quase quis corrigi-lo e dizer que aquilo eram cookies, mas mordi minha língua.

—Foi sua mãe que fez? —Indaguei, entregando uma nota a ele e o vendo pegar o troco, enquanto balançava a cabeça que sim. —Isso não tem amendoim, tem?

—Não. —Ele fez uma careta, me entregando um dos saquinhos que estava amarrado com uma fita colorida, antes de se afastar correndo.

—Você deveria... —Ergui a cabeça, franzindo a testa ao olhar ao redor, vendo que o homem já não estava mais ali. Bufei, irritada e frustrada ao mesmo tempo, enfiando aquele saquinho de cookies na mochila, antes de ir pra aula.

[...]

Steven estava me esperando no estacionamento quando sai dá aula aquele final de tarde. Sabia que ele ia me levar pra jantar, já que eu havia praticamente intimado ele a isso. Abri um sorriso ao vê-lo, vendo ele me aguardar da mesma forma de sempre, escorado na frente do carro com as mãos no bolso e as tatuagens nos braços a mostra.

—Como foi sua aula? —Indagou, me abraçando pela cintura e beijando minha bochecha quando cheguei até ele.

—Uma chatice. Nunca pensei que a universidade poderia ser um saco. —Afirmei, fazendo ele rir e se inclinar para deixar um beijo nos meus lábios. —Estou morrendo de fome. Não comi nada a tarde toda.

—Tá ansiosa pra saber onde eu vou te levar pra jantar? —Eu balancei a cabeça que sim, observando os olhos dele fixos no meu rosto, enquanto sua expressão estava calma e um pouco hesitante. —Precisamos conversar.

—Sobre? —Eu suspirei, escondendo o rosto no pescoço dele. —Vai me dizer o que está te incomodando desde ontem a noite?

—Sim. No jantar vamos conversar. Mas não precisa ficar preocupada. —Ele segurou meu rosto e me beijou. —Vai ficar tudo bem.

—Se você diz, eu acredito. —Sorri pra ele, porque só queria que as coisas ficassem bem de novo. —Sabe quem apareceu aqui hoje? —Ele ergueu as sobrancelhas. —Aquele cara que correu atrás da gente na casa do meu pai. Ele disse que era segurança da minha madrasta.

—O que ele queria? —Steven pareceu ficar tenso.

—Ele disse que sabia que era nós dois aquela noite. Na verdade, nem sei porque ele veio aqui. Ele não falou nada com nada. —Dei de ombros, vendo Steven soltar um suspiro e assentir, ainda um pouco tenso. —Tudo bem?

Ele balançou a cabeça que sim e me levou até a porta do carro. Steven dirigiu de volta para o casarão em silêncio, parecendo perdido nos próprios pensamentos. Quando chegamos em casa, eu corri para o quarto para me arrumar, sabendo que precisava de um banho depois de horas presa em uma sala de aula. Além do mais, não era todo dia que eu saia pra jantar com um cara que por acaso era meu namorado.

Podia ouvir os sons de tiros no andar de baixo, sabendo que Steven estava jogando com Victor enquanto me esperava. Puxei a cadeira e me sentei em frente ao espelho, começando a me maquiar com cuidado. Minha barriga roncou de fome, me fazendo puxar aquele saquinho de cookies e começar a comer.

Devorei quase todos aqueles cookies enquanto me maquiava, antes de ficar de pé e ir procurar uma roupa no meu armário. Não sei quantos minutos se passaram até eu começar a me coçar, em cada parte do corpo que eu alcançava. Minha respiração ficou pesada quando me escorei no armário, respirando fundo quando meu coração disparou dentro do peito, doendo de tão rápido que estava batendo.

Olhei por cima do ombro, para o maldito pacote de cookies em cima da cadeira. Senti minha língua ficar pesada, enquanto dava um passo em direção a porta, quase caindo quando minha cabeça girou e meu coração martelou, fazendo meu peito queimar.

—Steven! —Tentei gritar, mas minha voz quase não saiu quando me escorei na porta, puxando o ar com força quando minha cabeça girou mais ainda, me deixando subitamente enjoada. —Steven!

Consegui abrir a porta, saindo para o corredor e caindo de joelhos quando minha visão ficou turva. Respirar se tornou difícil quando senti minha garganta se fechar, me fazendo ofegar em busca de ar enquanto o suor escorria pela minha testa. Quando tentei ficar de pé, meu estômago se revirou, pronto para despejar tudo que eu havia comido no chão.

Consegui chegar até a escada, antes de desabar no chão de novo, com minha cabeça pesando, sentindo minha garganta se fechar cada vez mais. Fiquei sentada na ponta do primeiro degrau, escorada na parede, enquanto levava a mão até meu pescoço e tentava respirar, mas tudo que eu conseguia sentir era a dor terrível no meu estômago enquanto meu coração batia milhões de vezes por segundos.



Continua...

Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2Donde viven las historias. Descúbrelo ahora