Capítulo 28.

1.8K 250 41
                                    

P.O.V LENA LUTHOR

— Existe algo chamado “tomar banho” — diz Samantha, atravessando meu escritório e se sentando à minha frente, com uma pasta na mão. Ela tem feito meu trabalho nas últimas duas semanas.

Meu trabalho com a Kara, e não aguento mais.

Sei quando acontece cada reunião, quando começa e termina e o exato momento em que cada uma vai para um lado, porque Sam me manda mensagens todas as vezes.

Sam: Chegando na cafeteria. Vestido curto. Ela está bonita, Lee.

Sam: Deus, ela é tão inteligente. É muito boa nessa merda toda.

Sam: Que perfume ela usa? O cheiro é uma delícia.

Sam: Você sabia que ela pinta as unhas com frequência? Hoje está rosa.

Sam: O jeito que morde o lábio inferior… caramba.

Sam: Ela me deu um abraço de despedida hoje. Seus seios se apertaram contra os meus **emoji fazendo ok**

Sam: Ah, e ela rebola quando anda.

Eu quero matá-la. Ela tem feito isso nas últimas duas semanas.

Sei qual é o cheiro dela. Sei que pinta as unhas. Já a vi fazendo isso usando só uma camisa minha. Inteligente? Ela é a garota mais inteligente que eu conheço, tão esperta e astuta. Foi por isso que a contratei.

Não por causa dos e-mails ou do flerte, mas porque ela é muito boa no que faz, e eu precisava dela no meu time.

Agora preciso dela na minha vida. Permanentemente.

Sinto muita falta da Kara. Da maneira como ela testa minha paciência ou se ilumina quando entro na sala, ou o jeito que geme meu nome. Amo a sua capacidade de me deixar de joelhos com sua sagacidade e adoro que saiba quando preciso que fique no meu colo só a abraçando, sentindo o seu cheiro depois de um dia difícil. Eu amo sua personalidade agressiva e inteligente. Amo como sabe me manter na linha. Amo seu sorriso, o olhar sensual e os lábios.

Minha nossa... Eu...

Eu a amo.

Sam bate os nós dos dedos na minha mesa de madeira.

— Oi, tem alguém aí? Tá me ouvindo?

Balanço a cabeça e esfrego o rosto.

— Não, não estou ouvindo porque o que você está dizendo vai me torturar, e não quero ouvir. Só me dê as anotações.

A primeira coisa que Sam faz depois das reuniões com ela é parar aqui no escritório para me torturar com detalhes sobre como Kara é incrível.

Novidade: eu sei disso, e eu sou a idiota que estragou tudo.

— Tem razão. — Sam coloca a mão no bolso. — Eu ia dizer que hoje ela estava triste. A fachada “estou bem” já era. E aquele brilho nos olhos não estava presente hoje.

Eu não consigo lidar com essa informação. Uma Kara mal-humorada, sem conseguir se concentrar, sem a habitual luz que carrega..

Eu sou muito idiota.

— Ela nem pediu bebida desta vez.

— Quê? — Viro a cabeça para Sam. — Por quê?

— Disse que não estava com sede ou fome. Isso não me impediu de comer um croissant e lamber os dedos depois.

— Merda — murmuro e me inclino para trás na cadeira.

Sam respira fundo e cruza as pernas.

— Lee, o que está te impedindo de ir atrás dela e pedir desculpas?

— Eu já pedi, mas ela foi embora.

— Deixa de ser idiota. Claro que ela foi embora. Você a magoou demais. E olha que eu avisei. Disse pra não explodir, mas você não me ouviu.

— Obrigado pela lembrança.

— Sério, está esperando o quê? Você está tão na merda quanto ela. E está na cara que está sentindo falta dela. Se vira, Lena. Dê um jeito, rasteje se for preciso.

— Não é tão fácil — respondo, olhando para o papel de parede na tela do meu computador.

É uma foto que Kara tirou da gente no Serendipity. Ela está sentada no meu colo, o braço em volta do meu pescoço, e eu a beijando na bochecha. Seu sorriso é de outro mundo.

— Por quê?

— Porque ela não aceitou nem ir morar comigo.

— Porque ela queria um pedido memorável, não a porra de um comunicado interno de que vocês deveriam morar juntos. — Sam estala o dedo e abaixa o pé, aproximando-se da minha mesa. — Abra o Pinterest. Aposto que poderíamos encontrar algumas boas ideias sobre como reconquistá-la.

— Não vou olhar Pinterest porra nenhuma. — Eu me levanto e começo a andar pela sala.

Minha cabeça tá a mil, mas não com ideais, e sim com preocupação. E se deixei passar tempo demais? E se ela não me quiser de volta?

Eu abaixo a cabeça, desolada, e digo: — Eu a amo, Sam.

— Jura? Sonsa. Todo mundo sabe. — Ela me olha com as sobrancelhas arqueadas. — E então o que você vai fazer a respeito?

Olho para a minha tela de novo, sua alegria contagiante me lembrando de onde começamos…

— Acho que tenho uma ideia.

Sam esfrega as mãos e se inclina para frente.

— Opa, meus mamilos até ficaram duros. Desembucha.

Eu realmente preciso de uma nova melhor amiga. Sam sugeriu que eu desse um trato no meu visual antes de tentar reconquistar Kara, e, pela primeira vez, acho que ela está certa. Escolhi um jeans preto e um casaco também preto com gola alta. Kara sempre disse que ama meu visual de empresária, mas são minhas roupas casuais as que realmente a excitam.

Eu estou nervosa.

Nunca tive de reconquistar uma mulher antes. Nenhuma despertou meu interesse para que eu me esforçasse, mas Kara vale cada segundo do meu tempo.

Sentada em um restaurante em frente à cafeteria, tenho uma visão perfeita dela. Está vestida de jeans, suéter azul e calçando botas marrons até os joelhos. Ela parece bem. No minuto em que a vi de perto, meu coração disparou.

Tiro o celular do bolso, abro o e-mail que digitei e leio mais uma vez, fazendo pequenos ajustes.

Com Amor, Sinceramente, Sua - Supercorp Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang