Capítulo 26.

3K 288 147
                                    

P.O.V KARA ZOR-EL

— Não se atreva a me olhar com desdém.

— Não estou fazendo isso.

Aponto o dedo para ela, de forma acusadora.

— Está, sim. Eu queria ter um espelho agora pra você ver a sua cara.

— Pare.

— Lena.

— Kara — ela diz meu nome com um tom suave e doce que sei que usa só comigo.

Quando fala com qualquer outra pessoa, o tom é mais sério. Esse tom leve mexe demais comigo.

— Fala a verdade, você está com medo.

Ela olha para o cachorro-quente que acabei de lhe comprar numa barraquinha de rua, cujo vendedor tinha uma barba enorme e expressão duvidosa. Passamos as últimas duas horas descansando, lendo, apreciando as artes e a bela arquitetura na Biblioteca Pública de National City.

E pasmem…

Estão preparados para ouvir?

Ficamos de mãos dadas o tempo todo.

Meu lado menininha grita de euforia. Lena Luthor ficou com os dedos entrelaçados aos meus, me acariciando com o polegar. Uma coisa tão banal, mas muito significativa para mim. São tantos anos sonhando com essa mulher, que chega a ser difícil de acreditar que é verdade. E não é apenas um casinho. Estamos namorando há três semanas. Três semanas recebendo ligações, mensagens de texto e flores da Lena.

Tantas flores.

Consegue imaginar que Lena é do tipo que manda flores? Nem eu, mas ela é. E ainda me surpreende me presenteando com brinquedos sexuais, coisas realmente pervertidas.

Nós nos vemos quase todas as noites. Às vezes, conversamos sobre trabalho, mas na maioria das vezes, conversamos sobre amenidades. Ela me contou como começou a L-Corp, eu contei sobre meus planos com a Fresh Minted Designs. Também me contou sobre sua família e infância no interior e o sonho de morar em Nova York.

E, claro, sobre a amizade com Samantha e por que ainda a ama, apesar de ela estar sempre a irritando. Hoje posso dizer que conheço bem Lena. E sabe o que é melhor?

Além do sexo alucinante, é claro. Quando piso no escritório, ela é totalmente profissional. Conversamos sobre estratégias, revisamos os mockups, trabalhamos como duas profissionais. Só quando terminamos, é que ela me dá um tapa na bunda e me beija antes de eu ir embora, só aí lembro que somos um casal.

É como se eu tivesse o melhor dos dois mundos, pessoal e profissional, e ainda não consigo acreditar em como consegui fazer isso acontecer. Com uma brincadeira por e-mail no meu aniversário de trinta anos. É incrível como as coisas funcionam.

— Acredita que moro aqui há anos e nunca comprei comida ou bebida de vendedores de rua?

— É porque você é esnobe. — Levo o cachorro-quente à sua boca. — Agora coma, isso não vai te matar.

— O cara tinha queijo grudado na barba quando nos atendeu.

Dou uma mordida gigante no meu cachorro-quente, saboreando o tempero.

— Isso tá uma delícia. — Grudo o cachorro-quente em seus lábios. — Pode comer. — Ela não abre a boca. Caramba, é mesmo esnobe. — Lena, está gostoso. Só uma mordida.

— Não estou com fome. Você pode comer o meu.

Coloco a mão no quadril, frustrada. Além de esnobe, é teimosa.

Com Amor, Sinceramente, Sua - Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora