Capítulo 13.

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P.O.V LENA LUTHOR

Eu não paro de sorrir.

Um sorriso de orelha a orelha, e por mais que eu tente, não consigo parar. Tento relaxar as bochechas, tento fazer cara feia, e até faço beicinho, mas não consigo me livrar do sorriso.

Está claro que eu perdi.

Perdi a porra do juízo.

É o que acontece quando se trabalha demais, quando se passa infinitas horas na frente da tela do computador tentando transformar a própria empresa na melhor do mundo; você chega ao limite. Sempre há um limite. Acho que cheguei no meu.

Estou sentada na minha cadeira, sorrindo e conversando por e-mail com alguém que eu não deveria. Eu deveria ter deletado esse e-mail absurdo no minuto em que o recebi. Mas não deletei. Pelo contrário, só coloquei lenha da fogueira ao responder e colocar a bunda dessa mulher como tela de fundo do meu computador.

E que bunda bonita.

De alguma forma, esses e-mails iluminam meu dia e este escritório sombrio e frio.

***

Para: LenaLuthor@lcorp.com
De:MaosDaLenaPeloMeuCorpo@lcorp.cm

Eu não estou te estereotipando. Bem, só um pouquinho assim, bem pouquinho. Eu juro!

Você não pode me culpar, né? Seu mundo é dentro desse escritório chique, atrás dessa mesa enorme, com uma parede de vidro. Você fica… intimidadora. Então claro que eu presumi que você morava em um bairro requintado. Requintado — hahaha —, que coisa mais britânica de se dizer. Uma curiosidade: Quando eu estava na faculdade, morei por seis meses em Londres. É a minha cidade favorita, depois de Nova York.

Posso te fazer uma pergunta? Se você é dona de uma empresa de esportes ao ar livre… Por que Nova York, e não um lugar como o Colorado? Sempre tive essa curiosidade.

CASS

***

Para:MaosDaLenaPeloMeuCorpo@lcorp.cm
De: LenaLuthor@lcorp.com

Por que Nova York? Bom, fiz faculdade aqui, e meus pais moram em Buffalo, então fez sentido para mim. Eu não os vejo com muita frequência, mas somos próximos. Além disso, minha avó vive em uma casa de repouso a meia hora daqui e… POR QUE ESTOU CONTANDO ISSO?

Não é da sua conta. Hahaha. Mas voltando ao assunto, com certeza, se não fosse por eles, eu teria ido para outro lugar. Talvez um dia eu transfira a empresa para uma cidade que faça mais sentido. Mas, por enquanto, gostaria de permanecer perto da família.

Quanto ao meu bairro, eu amo viver aqui. Adoro que aqui cada um cuida da própria vida e ninguém anda de nariz empinado. É esse tipo de merda que eu não suporto, e é por isso que sou tão próxima da minha melhor amiga.

***

Ajusto as mangas da camisa branca e estalo os dedos. Está na hora de pegar um café e ver como andam as coisas pelas baias…

Essa é uma desculpa esfarrapada para andar por lá. Eu deveria estar repassando os números de Sam, mas estou muito distraída para fazer algo sério e que requisite concentração, ainda mais com a planilha bagunçada que ela me entregou.

Levanto-me da cadeira, abro alguns botões da camisa aumentando o decote, não o deixando muito vulgar. Cuidadosamente, arregaço as mangas e passo os dedos por entre os fios do cabelo — não porque tem uma mulher por aí que gosta de me ver assim.

Com Amor, Sinceramente, Sua - Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora