Capítulo 7.

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P.O.V KARA ZOR-EL

Não acredito que a infeliz teve a cara de pau de me insultar!

Tá, tudo bem: eu acredito, mas assim na minha cara? Na boa, nem sei por que estou surpresa. Ela é uma idiota. É claro que faz o que quer e quando quer.

Corro para a mesa que será minha pelos próximos onze dias, puxo a cadeira e me sento já com as mãos no teclado. Solto um bufo quando ouço o cooler do processador do computador ronronar. Então verifico as redes sociais da empresa, adiciono hashtags em uma postagem no Facebook, mais três no Instagram e uma nova foto nos Stories. Depois adiciono um link de compra para um saco de dormir com recurso de deslizamento.

Anoto na agenda uma sessão de fotos para a nova linha feminina de roupas, são peças em camadas ridiculamente fofas que me deixam desapontada por não conseguir desconto no lançamento.

Por alguns segundos, fico emotiva. Vou sentir falta desse lugar, não só dos meus amigos e colegas de trabalho, mas do trabalho em si. Tem sido um ótimo lugar para trabalhar, apesar da proprietária.

Ou por causa dela?

Lena Luthor pode ser uma idiota, mas criou algo maravilhoso aqui — o que mostra sua inteligência, apesar da atitude indiferente e dos comentários mordazes. A L-Corp é inovadora e moderna e cresce em ritmo acelerado. A instalação é linda. Rústico sem ser exagerado. Elegante sem ser estéril. Salas de descanso em cada andar. Limpas. Alimentos frescos e geladeira abastecida. O que eu mais gosto de fazer é me sentar a uma das mesas de canto na sala de descanso e relaxar. Com exceção de agora há pouco.

O que Lena estava fazendo ali? Ela era a última pessoa que eu esperava ver quando baixei a revista. Fiquei sem graça por não ter reconhecido sua voz. Tenho uma queda enorme por ela. Como não reconheci a voz?

Que humilhação.

Ela ficou tão aturdida por me ver ali quanto eu. Foi notório. Ela bem que tentou aparentar casualidade, mas não conseguiu disfarçar a surpresa. Lena Luthor pareceu… interessada. Ou talvez ainda seja efeito do álcool.

Saco!

Ou talvez só estivesse interessada na minha roupa. Aliso o tecido grosso nas pernas, encolhendo-me no poliéster que está engolindo meu corpo. Sim, tenho certeza de que ela estava mais interessada na merda da roupa que estou vestindo do que em mim.

Volto a trabalhar. Configuro os pixels e ajusto o público-alvo em algumas postagens. Bocejo. Verifico a hora e volto ao meu e-mail. Como faço todas as manhãs, passo o mouse pelos novos e-mails para ter certeza de que não deixei nenhum de fora, em seguida vou deletando o que não importa e enviando outros para suas devidas pastas.

De: Lena Luthor

Eu paro.

Meu coração imediatamente dispara.

Não é possível…

Ah, merda, Alex adicionou o endereço de e-mail falso no meu Outlook.

Não pode ser.

Ela respondeu. Puta merda.

Não é que ela respondeu mesmo?

Relaxe, Kara, ela só está te dando uma bronca.

Não abra, não abra, não abra…

Nada de bom pode ter aí dentro. Nada.

Se ela descobrisse que o e-mail original veio de mim, minhas coisas e eu já estaríamos na rua. Seguir por conta própria requer dinheiro, e preciso receber pelos próximos onze dias. Preciso desse pagamento extra.

Com Amor, Sinceramente, Sua - Supercorp Where stories live. Discover now