P.O.V KARA ZOR-EL
Uma mulher está parada de pé ao lado da minha mesa, na cafeteria, perto do meu apartamento, fazendo sombra sobre a minha papelada e bloqueando a luz.
Ergo os olhos.
E ela está aqui.
Lena Luthor, em carne e osso, no meu bairro, parecendo estar tão surpresa em me ver como eu estou em encontrá-la. Estamos boquiabertas. As duas. Ela encosta na mesa, com as mãos nos bolsos, a expressão é de mau-humor.
— Senhorita Zor-el. — Sua saudação é antiquada e formal, como ela.
— Senhorita Luthor. — respondo, sorrindo docemente e enfatizando as sílabas de seu nome.
O jeito que eu murmuro seu nome tem o efeito desejado. Ela franze a testa, exatamente como eu sabia que faria. Tão previsível. Tão mal-humorada e teimosa.
Tão bonita.
Deus, eu sou tão fácil, que chega a ser ridículo…
Eu me remexo no banquinho de madeira, local que estou sentada há mais de duas horas, e seguro com as duas mãos — um pretexto para disfarçar o nervosismo — meu copo de papel com café.
— Você está… esperando alguém? — Ela não poderia estar em qualquer outro café? Um perto da casa dela? Este bairro nem é grande coisa. Imagino minha chefe em um bairro de arranha-céus elegantes, não em um bairro família e cheio de artistas tentando um lugar ao sol.
— Não. Vim tomar café. — Como se isso explicasse por que ela está no meu bairro e não no dela.
Solto um hummm demorado.
— Deixe-me adivinhar. Preto. Sem leite. Sem açúcar.
Seus lábios se contraem.
— Errado.
— Expresso.
— Errado de novo. — Ela cruza os braços. — Latte gelado. De soja. Com três colheres de açúcar.
— Não! Açúcar? — provoco, sorrindo. — Açúcar, mas não para te deixar mais doce.
Calma, Kara. Pare de flertar com sua chefe. Lena não morde a isca.
— Você sempre vem aqui?
— Eu? Quando não estou trabalhando para você, sim. — O que não é tão frequente, para ser honesta, mas quando tenho uma freela, é aqui que adoro trabalhar. É um pouco caótico, mas a agitação e o barulho são na medida certa.
Um caderno está no centro da minha mesa, e o olhar de falcão de Lena pousa nele.
— Sem notebook hoje?
— Sou mais tradicional.
— Bem incomum para alguém que é paga para ficar online o dia todo.
O comentário me faz rir, em parte porque é verdade e em parte porque sua expressão é um misto de horror, desgosto admiração. Não sei decidir qual predomina.
— O que tem no caderno?
— Não é da sua conta.
Ela me olha com surpresa. Se eu ganhasse um centavo para cada vez que os olhos dessa mulher se abrem em choque, eu já estaria rica e não precisaria começar o meu próprio negócio. Seria rica e independente.
— Ele está cheio de ideias para transformar a nova linha feminina da L-Corp?
Solto uma gargalhada.
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Com Amor, Sinceramente, Sua - Supercorp
FanfictionLENA G!P. SE NAO GOSTA, NAO LEIA. Cara, senhora... Não, nada disso, muito formal. Oi, gostosa... Não, também não. Atrevido demais. Recomeçando... A quem possa interessar. Na real, antes de continuarmos este e-mail, informo que bebi muito álcool para...