Mapsi | taekook

🍸⸸4.tough as leather

Seu jeito de ser e pensar não se encaixava, muito menos condizia com a ideologia daqueles ao seu redor, nem mesmo com seus familiares e conhecidos próximos. Foi um tanto prematuro quando descobriu sua tendência a ser como um lobo solitário, mesmo que isso envolvesse muitas coisas.

Diferente dos outros que ascendem às suas origens e naturezas, misturam-se e possuem suas alcateias, soube que jamais teria algo assim. O natural de Jungkook era si mesmo. Por conta própria, recluso e longe de todo o drama da humanidade.

Julgava ser muito capaz de sobreviver sozinho, sem acatar o comando de ninguém e precisar de assistência. Era capaz de ser forte vivendo plenamente em solitude.

Jungkook também sabia que como um lobo solitário, estaria condenado. Seria destinado a ter dificuldades alheias ao longo de sua vida, sem contar que não só tinha mais chances de morrer cedo, como sozinho. Mas nem isso o impediu de ser decisivo.

Como uma peça crucial que o compunha e determinava como alguém, o homem era tão determinado quanto confiante.

Queria ser dono de si mesmo, ter suas próprias conquistas, desfrutar de seu tempo como bem quisesse, sem se importar com nada, nada além de si mesmo, seu próprio bem-estar e satisfação. E mais do que tudo, Jungkook se amava.

Tão bem sabia seus pontos fortes, quanto os falhos, seus piores defeitos. Era capaz de aceitá-los plenamente e poder ter um amor próprio extenso, também provido de uma boa quantidade de autoestima.

Entretanto, em vários aspectos, ainda era um ser humano, fraco e vulnerável. O que diria que tanto o tornava um, também envolvido no emaranhado de teias que mantém as pessoas em coleiras, era o fato de ser submisso ao capital. Mais precisamente, era apaixonado por dinheiro.

Se tinha algo que Jeon Jungkook podia quase - talvez estivesse logo a seguir, no terceiro lugar - amar mais do que a si mesmo e seu bebê Skyline, era o dinheiro.

O tão adorado dinheiro. Ambíguo e destrutivo, capaz de tanto trazer felicidade, quanto desgraça. E ainda assim, sabendo disso, sua relação com ele sendo tóxica, não se restringia. Aceitava trabalhos arriscados e perigosos, fazia justiça em troca de valores consideráveis.

O xis da questão para quando mais novo não ter cedido à tentação foi que não pretendia usufruir da popularidade e riqueza de ninguém, por mais que estes visassem usufruir de seu conhecimento e habilidades, porque, Jeongguk havia nascido como um gênio, que desde sempre, pensava fora da caixa.

Sua origem simplória não impediu que aperfeiçoasse aquilo pelo que se interessava e mais entendia.

Mas com o tempo abdicou de tal talento por chegar à conclusão de que no final de tudo, por não ter condições próprias, acabaria sendo usado por aqueles que tinham. E nunca permitiria isso. Sua personalidade também lhe provinha de um orgulho imenso e uma boa intuição. Jungkook sempre sabia quando estava diante de uma cilada.

Adorava o quanto sua vida parecia ter saído das telinhas do cinema de tanta diversão e adrenalina, a exceção, claro, era se tratar de apenas uma sensação. Sensação esta que não se passava de uma mera ilusão de sua parte, ao que se descobriu tão autoconsciente quanto equivocado.

Aquilo tudo era a vida real e como deveria ser de se esperar, subestimou não só o FBI, como também a crueldade do mundo. O lado sombrio dos EUA que só via em manchetes antigas, ainda permanecia vivo, vestido de pesadelo. A CIA era como a merda de uma doutrina que não tinha fim, imortal.

Pior do que ter sido caçado com a maior dedicação do mundo, foi ter sido delatado por seu último e forjado cliente, uma mulher que supostamente vinha sofrendo violência, esta que sua intuição falhou em discernir. Admitia que ela havia atuado bem, tão bem ao ponto de lhe enganar para que naquela noite, lhe levasse a ser pego numa verdadeira emboscada.