Parte Doze

43 12 1
                                    

— EU QUERO QUE VOCÊ VÁ SE FODER.

— VAI VOCÊ, SEU CORNO!

— EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO.

— VOCÊ PEDIU EMOÇÃO, EU TE DEI EMOÇÃO.

— EU VOU TE MATAR. DEPOIS VOU MOER SEUS OSSOS E FAZER UMA DENTADURA.

— ESPERO QUE VOCÊ PEGUE CÁRIE, SEU LADRÃO DE MERDA.

— EU SOU O LADRÃO? VOCÊ QUEM APOSTOU COMIGO. AGORA REVIVE ELE.

— NÃO.

— AGORA, KEIJI! REVIVE O MEU AMADO LIZ.

— ELE JÁ ESTÁ MORTO E ENTERRADO.

Tsukishima moveu seus olhos da cena onde Shoyo e Akaashi brigavam aos berros para Natsuki, que só inspirou fundo.

— Papai — chamou.

De imediato, Shoyo largou o maço de papel, desfez a expressão raivosa e olhou para Natsuki com carinho.

— Sim, Vegetal?

— Temos visita.

— Ah, oi filhote, fica a vontade. — Tsukishima ajeitou a postura diante do "filhote". Desde aquela noite, duas semanas antes, toda vez que se encontrava com Shoyo ele lhe tratava como a um filho. Tsukishima recebia os mesmos afagos de cabeça que Natsuki. — Se me dão licença... VAI SE FODER, KEIJI. O LIZ ERA LITERALMENTE O MELHOR PERSONAGEM, POR QUE VOCÊ MATOU ELE?

— EXATAMENTE POR ELE SER O MELHOR, ELE PRECISAVA MORRER.

— ISSO NÃO FAZ SENTIDO, SEU MERDINHA.

— OPA, QUEM É QUE TÁ SE REBAIXANDO AOS DIMINUTIVOS AGORA?

— Eles são sempre assim? — sussurrou Tsukishima.

— Só quando estão de bom humor. — Isso era bom humor? Em que tipo de família ele havia se metido? — Papai.

— Sim, querida? Pode falar logo, eu preciso esganar o seu tio e dar ele de comida aos gatos.

Eles tinham dragões e quem ia comer carne humana eram os gatos? Tsukishima segurou o riso.

Essa família era muito doida.

— O Tsukki quer falar com você.

— Oh, é mesmo? Sobre o quê?

Sobre sexo. Tsukishima queria conselhos, já que seu aniversário seria em alguns meses. Queria estar pronto, porque seus namorados (ele amava aquilo "namorados") só fariam sexo consigo quando ele fosse maior de idade. Porém Tsukishima jamais conseguiria falar disso naquela situação. Então quando percebeu estava soltando um:

— Por que você rouba? — Natsuki o olhou em um misto de confusão e repreensão. — Eu não estou julgando, só... Fiquei curioso.

Não era de todo mentira. Era evidente que Shoyo tinha alguma coisa com dinheiro e riqueza, algum problema talvez. Quem sabe fosse cleptomaníaco. Ou só um velho corvo. Tsukishima já havia julgado antes, mas agora ele só queria entender.

— Os gritos pararam — exclamou um dos gêmeos, colocando a cabeça para dentro do sala.

— Já podemos entrar? O território é seguro? — perguntou o outro da mesma forma. Parecia uma cena de desenho animado.

Tanto Shoyo quanto Natsuki riram.

— Podem entrar, eu tenho uma história engraçada pra contar — disse Shoyo.

— Eu estou indo embora — anunciou Akaashi.

— Por quê? É a história da minha vida.

— Me recuso a ouvir mais uma vez. — Akaashi deu um beijo na bochecha de Shoyo, como se eles não estivessem tentando se matar segundos atrás.

Brilhou No Céu (MiyaHina)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora