006. LAR DOCE(?) LAR.

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Giovanna Scarpa
📍São Paulo, SP

— Então, você vai mesmo? — Jullie perguntou, enquanto me observava fazendo as malas. Apenas assenti, não poderia me desfazer de todo o dinheiro que Raphael estava disposto a pagar. — Tudo bem, espero que saiba o que está fazendo, Gio. Sabe o tamanho do meu carinho por você, de jeito nenhum quero te ver sofrer.

Sofrer pelo que, amada? Não tenho nada com o Veiga, bom, além de nós dois obviamente ninguém sabe que não passa de um namoro de faixada mas talvez Jullie já esteja desconfiando. Ela, assim como todo o país, sabe que estamos juntos, eu só não contei a minha melhor amiga que tudo isso é apenas um plano para que a imprensa se convença de uma vez que o relacionamento de Raphael com Bruna não terá volta.

Não escondo minha expressão triste e também irritada ao lembrar da noite em que Bruna me ligou aos prantos contando que o jogador havia terminado tudo, sem explicação. Homens, como podem ser tão canalhas?

— Mudou de ideia? Parece irritada... — Marchetti perguntou, nada passava despercebido por ela. Ou pelo menos, nada que fosse do seu interesse.

— Não é nada além de cansaço por arrumar as malas, estou bem e... feliz!

Ouvimos a campainha e assim que abri a porta do apartamento, vejo o mesmo motorista que nos levou aquela noite nos cumprimentar e me ajudar com as malas. Levei as bolsas de mão enquanto ele se encarregava das malas mais pesadas.
Antes de ir, me despedi de Jullie que apenas me abraçou e desejou boa sorte.

— Pode ir me visitar sempre que quiser, ouviu?! — Afirmei a ela, já que aquela casa também seria minha pelo tempo que eu estivesse lá então Raphael teria que acatar o que eu quisesse fazer. Jullie assentiu e me acompanhou até o estacionamento, ajudando com as bolsas e me dando um último abraço. — Vou sentir saudades, Lie.

— Eu também, as portas estarão sempre abertas. Afinal, essa também é sua casa!

E eu sabia disso e implorava para o tempo passar, eu poder me livrar das garras de Raphael e voltar a minha vida. Desse jeito até parece que ele é uma pessoa horrível e de fato não é, tirando as vezes que ele me irrita - ou seja, quase sempre, exceto quando está nos treinos ou dormindo.

— Senhorita, chegamos! — Assinto e pego minhas bolsas, enquanto o mais velho abre o porta-malas, retira o restante das malas e me pede para acompanhá-lo. — Vai gostar daqui, é um bairro tranquilo e perto de tudo!

Não posso negar: as casas eram uma mais bonita que a outra e seus jardins extremamente bem cuidados, alguns com flores e outras apenas com o gramado bem conservado. A de Raphael não ficava atrás, muito pelo contrário e assim que entrei fui observando tudo e me surpreendi, achei que encontraria uma bagunça daquelas que não se sabe por onde começar a arrumar mas o que vi foi um cômodo ornando com o outro, em tons de preto e marrom.

— Você veio mesmo, isso que é gostar de dinheiro! — O motivo do meu estresse falou, descendo as escadas. Sem camisa, que patético, isso tudo é pra tentar me conquistar? Vai precisar de muito mais que isso, Veiga. Espera, o que eu tô pensando? Foco Giovanna, foco!

— Fala baixo, peste! Quer que alguém escute? — Perguntei, olhando discretamente para os lados mas o motorista já havia saído. — E eu gosto mesmo, até parece que você não é assim também. Do contrário você não teria todo esse luxo e conforto!

— Ok, você tem razão. — Falou, com as mãos pra cima em forma de rendição. — Deve estar cansada, mas se não estiver mesmo assim venha conhecer seu quarto!

Subimos as escadas e entrei com ele no local, o quarto era grande e além de uma cama enorme haviam coisas como guarda-roupas, penteadeira, um móvel com alguns dos troféus que Raphael conquistou na carreira e como eu já estava estranhando tudo estar em perfeita ordem, embaixo da cama estavam alguns calçados jogados. Homens, por que tão bagunceiros?

— Relaxa, no seu lado tá tudo limpo! — O jogador percebeu pra onde eu olhava.

— Como assim, meu lado? Não está querendo insinuar que nós dois...

Puta merda, dividir não só a casa mas também a cama com Raphael?

— Somos um casal, meu amor.

E me surpreendeu com um beijo sem segundas intenções, apesar dele no momento ter ficado com as mãos na minha cintura e as minhas nos seus cabelos, o puxando pra mais perto de mim. Se é que isso era possível pois aquela altura nossos corpos já estavam colados. Terminamos o ato com alguns selinhos e as testas grudadas, o que havia acabado de acontecer e por que eu me deixei levar?

Só estou ali pelo dinheiro, mesmo que ninguém saiba disso além de nós e é claro que ele só me beijou por estar carente, o que mais? Cai na real, garota!

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demorei, mas atualizei! :)
eu não sei como é a casa dele na realidade, mas aqui vai ser tipo mansão k
e o beijo veio !

𝗲𝘀𝗰𝗼𝗿𝘁, raphael veiga.Onde histórias criam vida. Descubra agora