escort, raphael veiga.

003. A PREMIAÇÃO!

Giovanna Scarpa
📍São Paulo, SP
Prêmio Bola de Prata da ESPN.

Como previsto, foi só Raphael descer do carro que inúmeros repórteres vieram em sua direção.

— Boa noite a todos! — Quem vê pensa que é esse poço de educação.

Foco Giovanna, faça tudo direito caso contrário você fica sem o dinheiro.

Raphael pegou em minha mão levemente e nos conduziu a um corredor com uma espécie de tapete vermelho, onde todos os convidados e concorrentes passariam para serem fotografados e entrevistados pela imprensa presente.

— Veiga, um minutinho por favor? Estamos ao vivo na ESPN! — O motivo de eu estar aqui assentiu e foi em direção ao repórter. — Primeiramente, parabéns pelo ano que foi mais uma vez recheado de títulos para sua equipe. Queria saber como se sente dando a volta por cima depois da última lesão e calando a boca dos críticos? Desculpe pela expressão. — O repórter sorriu, envergonhado.

— Não tem problema... Obrigado! Fico muito feliz, foi um período complicado mas que já superei e nada melhor do que superar com tantas conquistas, inclusive na vida pessoal.

Como é que é? Ele não disse isso...
Não teste minha paciência, camisa vinte e três!

— Olha só, vem casamento por aí? — O repórter brincou, pude ver Raphael sorrindo malicioso pra mim. Pro meu azar o entrevistador percebeu e me chamou, merda. — Venha aqui, querida!

— Ela é um pouco tímida, nosso relacionamento é muito recente. Coisa de uns três meses, né amor? Mas nos conhecemos a muito mais tempo. — Se depender de mim hoje ele não ouve minha voz, então apenas assinto com um sorriso mais falso que a minha vontade de estar ali. Sonso, quando parar de jogar pode ir pra atuação.

— Tudo tem a hora certa pra acontecer, não é verdade? — O repórter diz e Raphael concorda. — Tudo de bom pra vocês e boa sorte hoje! — Agradecemos e enfim entramos no auditório onde será realizada a premiação, sentamos um do lado do outro.

Alguns jogadores colegas de Raphael o cumprimentam e não posso deixar de ter medo de ser reconhecida por algum, o que lembro segundos depois que é impossível de acontecer pois Veiga é o primeiro do mundo do futebol com quem saio - ainda que contra minha vontade, mas sempre pelo dinheiro.

— Quer beber algo, amor? Tem refrigerante, água, vodka... — Esse último ele diz com maldade na voz. O que ele está pensando? Que vou ficar bêbada e me entregar? Sonha, querido!

— Água.

— Dois refrigerantes, por favor. — Veiga pede ao garçom que em minutos os traz, lanço um olhar atravessado e bebo a contragosto.

As luzes se apagam, ficando apenas as do palco acesas dando início a premiação e ao começo do fim do meu pesadelo.

— Deseja boa sorte? — Cochichou no meu ouvido, com uma das mãos levemente na minha perna.

— Claro... — Raphael sorriu, acreditando que pela primeira vez desde que nos encontramos pessoalmente eu seria gentil com ele. — ...a todos os outros.

— Malvada!

Confesso que o que eu achei que seria um tédio foi até que divertido, além da entrega dos prêmios houveram também alguns shows e interações com a plateia. O que, pra minha sorte, fez o tempo voar.

Raphael havia ganhado não só um, mas dois prêmios, entre eles um chamado Bola de Ouro - que meu irmão recebeu na última temporada antes de ir embora do país - e é claro que uma das dedicatórias teve que ser pra mim.

Até quando e onde ele pensa ir com isso?
Não entendeu que não vai passar dessa noite?