XII - You don't know me

4K 299 557
                                    

gays pq vcs não estão mais comentando nos capítulos vcs cansaram de mim? 🥺
--------------------------------------------------------------

Anita estava em sua sala, distraída com qualquer coisa no computador, quando ouviu batidas curtas mas frenéticas em sua porta. Ela ergueu o olhar, de cenho franzido, apenas para encontrar uma Verônica carregando uma expressão nervosa no rosto.

Seu coração pareceu inflar ao ver o rosto da escrivã depois da noite anterior solitária; Anita sentiu-se se alegrar ao ver Verônica. Ela não gostou disso. A assustou.

— Bom dia. – Cumprimentou a delegada, mesmo assim – Tá tudo bem?

— Hm... – As bochechas de Verônica coraram – Eu não sei bem como te dizer isso... Bem... – Ela pigarreou – O Nelson veio falar comigo e, enfim, basicamente, resumindo a história, a gente meio que foi pega nas câmeras de segurança enquanto... – A escrivã engoliu em seco – Você sabe.

Anita piscou algumas vezes, processando o que acabara de ouvir.

— Puta que pariu, não é possível uma coisa dessas. – Foi o que disse a delegada. Verônica encolheu os ombros, como uma criança que acabara de ser pega fazendo traquinagens.

— É, pois é. Mas não se preocupa. – A escrivã se apressou em dizer – Ele conseguiu apagar, quer dizer, convenceu o cara da segurança a apagar, enfim, não importa. – Verônica mexia os dedos, nervosa e desconfortável – A crise já foi resolvida. Eu só queria que você soubesse, sei lá.

Anita a encarou, a mão pressionando o lado direito da testa. Como pôde ter sido tão descuidada? Tinha deixado para trás o mínimo de capacidade de raciocínio que sempre tivera?

— Você confia no Nelson? – Perguntou a delegada – Tipo, você tem certeza absoluta que as imagens foram apagadas?

— Sim. – Confirmou a escrivã, firme, sem uma gota de hesitação na voz – Se ele disse que foram apagadas, elas foram apagadas. Tenho certeza absoluta.

Anita assentiu lentamente, analisando a confiança que Verônica carregava na voz e na expressão - não tinha um único resquício de dúvida. Isso bastou para a delegada, que suspirou.

— Que inferno. Isso é culpa sua, você sabe, né? – Acusou ela. A escrivã ergueu as sobrancelhas e abriu mais os olhos, surpresa e ofendida.

— Tá ficando doida?

— É culpa sua, sim. – Reafirmou Anita. Ela olhou Verônica de cima a baixo – Quem manda ser tão... – Ela suspirou novamente, frustrada.

A escrivã sentiu um sorriso brincalhão querer surgir no canto de sua boca.

— Tão... O que? – Ela se aproximou, apoiando-se na mesa, encarando Anita, uma expressão divertida no rosto.

A delegada sorriu de canto, olhando para atrás de Verônica, pelas paredes de vidro, se certificando de que ninguém estava olhando. Então, se levantou da cadeira e apoiou-se na mesa da mesma maneira que a escrivã, ficando perigosamente perto de seu rosto.

— Tão irresistível. – Ela sorriu, mordendo o lábio inferior. Verônica riu e se afastou.

— Você é delegada, Anita. – Disse ela – Deveria saber que nesse caso a responsabilidade é tão minha quanto sua. – Ela piscou. Anita riu, voltando-se a se sentar.

— Tá. Mas e aí, o que a gente vai fazer? – Perguntou a delegada – Não dá pra dar mole de novo.

— É, eu sei. – Disse Verônica, só agora percebendo que todo o nervosismo que sentia em tratar desse assunto com Anita desaparecera; a delegada havia conseguido desviar a pequena tempestade que queria se formar em sua cabeça – Eu acho que a gente não pode mais fazer essas coisas aqui. – Disse a escrivã, coçando a nuca – É melhor evitar.

FogoWhere stories live. Discover now