IX - You're hot, but that's all

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prometi que voltava, não prometi? obrigada pela paciência e pelo apoio, amo vcs
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Depois de uma noite bastante ativa, Verônica e Anita amanheceram juntas na cama da delegada. Apesar de dividirem o mesmo colchão, as duas mulheres não estavam em contato físico. Após a noite regada em sexo, a escrivã ainda queria voltar para sua casa, mesmo sendo de madrugada. Anita achou a possibilidade completamente sem lógica, e sugeriu que ela passasse a noite ali, para voltar para casa no dia seguinte sem correr nenhum risco de sofrer um acidente ao pilotar uma moto sozinha de madrugada. Verônica acabou aceitando, muito por preguiça. Agora, as duas dormiam em lados opostos da cama, sem sequer se encostarem, cada uma em seu espaço.

A escrivã despertou aos poucos, a luz da manhã machucando seus olhos. Ela puxou fôlego, recebendo de bom grado o ar de um novo dia. Ela esfregou os olhos, espreguiçando-se e estralando alguns ossos. Automaticamente, olhou para o lado, encontrando uma Anita ainda dormindo, de bruços, a bochecha direita afundada no travesseiro e seus cabelos bagunçados caindo pelo seu rosto. No primeiro milésimo de segundo, Verônica tomou um leve susto, esquecendo-se completamente de que havia passado a noite ao lado da delegada. Depois, passou alguns curtos segundos olhando para Anita adormecida. Parecia uma pessoa completamente diferente quando dormindo. Parecia até... uma pessoa decente.

Verônica se sentou na cama, estralando o pescoço. Olhou a hora, ainda era cedo. Conseguia se organizar para ir para a delegacia e não se atrasar, mas, pela noite mal dormida - estava muito ocupada fazendo outras coisas - ainda estava muito sonolenta. Precisava de um banho para despertar.

Ela se levantou da cama, pegando o celular e checando as últimas mensagens. Paulo havia mandado uma foto levando as crianças para a escola, e eles faziam careta para a câmera. Verônica sorriu, sentindo o coração aquecer ao ver o rosto dos filhos fazendo palhaçadas e se divertindo. Era incrível como todo o resto do mundo desaparecia, todo o peso em seus ombros sumia, nada mais parecia existir, senão Rafa e Lila.

Foi enquanto Verônica olhava cheia de amor para o rosto dos filhos que Anita acordou, aos poucos, espreguiçando-se na cama. Ela encontrou a escrivã sentada, de costas para ela, distraída com seu celular.

— Você acordou faz muito tempo? – Perguntou a delegada, ainda meio desorientada – Meu Deus, que horas são? – Perguntou ela, caçando seu próprio telefone pelo quarto.

— Ainda é cedo. – Respondeu Verônica, virando-se para encarar Anita – Acabei de acordar.

— Ah, sim. – A delegada claramente também estava muito sonolenta. Ela esfregou o rosto, tentando retomar a energia – Nossa. Enfim, quer comer alguma coisa? – Perguntou ela, meio que no susto, como se percebendo de fato a presença de Verônica apenas naquele momento.

— Não, tá tranquilo. – A escrivã se espreguiçou mais uma vez – Vou pra casa e como alguma coisa por lá.

— Tá bom. – Concordou Anita, bocejando – Meu Deus do céu, que sono descomunal.

— Sim. – Verônica acompanhou o bocejo da delegada – Não sei como é que vou conseguir trabalhar hoje.

— Mas vai ter que dar um jeito. – Anita se levantou – Só o que me faltava era você fazendo corpo mole hoje.

— Não queria ter que te lembrar, mas a culpa de eu estar com tanto sono assim é sua, tá? – Acusou Verônica. A delegada deu de ombros.

— Não me lembro de ouvir você reclamando. – Ela sorriu – Ouvi você fazendo muitas outras coisas, mas...

— Tá bom, já entendi. – Interrompeu a escrivã – Nossa, vou ter que tomar um banho frio em casa pra acordar.

— Então é melhor ir logo, senão vai acabar se atrasando. – Anita olhou a hora no celular — Te vejo depois, então.

FogoWhere stories live. Discover now