Trilha da lua: O caminho de um caçador

Capítulo 13:Novas ameaças

A criatura passou pela porta, o que é isso? Não pude acreditar o que eu estava vendo, a base do pescoço que eu havia decepado agora tinha totalmente se curado e seus ferimentos fechados.

Parece que ele tem uma capacidade de cicatrização sobrenatural, mas não regenerou seus membros perdidos.

Notei que a criatura carregava um dos cadáveres dos cachorros em uma de suas bocas, qual a utilidade nisso?

Então, a criatura passou a violentamente engolir o cadáver do cachorro, engolindo o corpo inteiro. A situação foi muito inusitada e não consegui reagir, quando o pescoço decepado começou a se mexer finalmente percebi, está se regenerando!

Avancei, com meu machado em mãos, a criatura avançou também com seu corpo corpulento, assim que ele tentou me abocanhar me arrastei pelo chão, golpeando sua perna traseira direita, a criatura grunhiu e voltou a avançar em minha direção.

Droga, não consigo ferir o suficiente para matar, o que posso fazer?

Me afasto da criatura, minha vantagem é o fato de que por seu corpo não ser natural, ela é muito lenta. Conforme corro pelas instalações da mina, procuro algo que posso usar, maquinário, é isso!

Acho um retroescavadeira já há muitos anos abandonada, é um milagre não ter enferrujado, entro na cabine do piloto alguns momentos antes da criatura me alcançar, o vidro não vai aguentar muito tempo.

Uma, duas, três vezes... tentei dar partida no maquinário, mas naquela altura o combustível já devia ter estragado. Plash!... O cérbero travessou a janela mordendo meu ombro, consigo atacar com meu machado, afundando no pescoço da criatura. Neste momento de recitação, fugi pela outra porta, tive sorte de não ter sido um ferimento profundo.

Enquanto corria percebi que havia alguns toneis com grandes pedras, talvez possa usar para finalizar a criatura, é o único plano que tenho.

— Ei seus bundas moles, venha me pegar!

Gritei tentando atrair o monstro até embaixo do ponto. Ele veio correndo em minha direção, precisava calcular o ângulo, além da confiança de que meu machado dourado podia cortar um cabo de aço.

A figura grotesca e corpulenta corria irregularmente em minha direção, deixei meu machado em posição de ataque. Agora!

Esperei o último momento para desviar da abocanhada, percebi que ele costuma saltar para atacar, então me desviei para baixo enquanto golpeei com um movimento em semi lua.

Desta vez parti o crânio de sua cabeça no meio, criando assim um empecilho para ele se locomover, rapidamente fiz o mesmo movimento só que agora de forma transversal, cortando outra de suas cabeças, linkando este movimento a um horizonta, decepando assim uma de suas pernas.

Esse era o momento perfeito, dei três passos para trás, mirei no cabo de aço que segurava uma grande pilha de rochas sobre a gente.

Com faíscas, a corrente se parte, derrubando uma quantidade impressionante de pedras em cima da criatura soterrando-a. Assim, o local de mineração era preenchido por um silencio.

Ah meu ombro, isso vai deixar marca. ''espere'', uma voz preenche a minha cabeça, enquanto cambaleava para fora da pilha de rochas, sinto uma presença, me viro rapidamente para trás e vejo na escuridão uma figura de tons roxo escuro e figura humanoide se aproximar do amontoado, o que é isso?

A figura silenciosamente remexia na pilha, quase que me ignorando, sua pele era extremamente fina e era possível ver as fibras de músculo, mesmo na escuridão.

Sentindo o perigo, me posicionei defensivamente, assim como aprendi com Lara, fazendo um ''L'' com as penas.

— Você me entende? — perguntei a criatura.

Pela primeira vez a figura parece me notar, alguma coisa na forma como ela se mexe produz arrepios, minha mente parecia involuntariamente querer desviar meu olhar.

Resista!

Os olhos negros da criatura pareciam me perfurar, pisquei e mesmo sem ver pulei para o lado, desviei por alguns centímetros do que poderia ter sido o final da luta. Um rasgão agora marcava a minha lateral direita.

Caí, e reparei que a criatura agora estava em pé próximo a mim, fujo ou corro, sinto que independente do que eu escolher vou morrer!

Rapidamente me levanto e corro em direção a entrada da mina, buscando refugio no que antes era um local de morte, logo em seguida a criatura parecia vir em minha direção, silenciosa, apenas percebia seus avanços pelo sibilo do ar.

Minha cabeça agora estava a mil, o que fazer... o que fazer....

Milhares de soluções passavam pela minha cabeça, apenas para tão rapidamente serem descartadas, supus algumas coisas sobre a criatura, se ela também é como o Cerberus, devia ter um elevado fator de regeneração, então devia finalizar o mais rápido possível. Mas, o vulto era extremamente rápido, tão rápido que eu não podia pensar para reagir aos seus movimentos e o pior é inteligente.

Delicadamente seguia pelos cantos umbros dos túneis da mina, temia que algum ranger do chão de metal pudesse denunciar minha localização.

Quando na minha mente veio um lampejo de solução, entendi! Havia pensado em uma forma de derrotar a estranha criatura, essa seria possivelmente minha última tentativa, já estava muito cansado da batalha com o cerbero, tinha a sensação de que empunhar o machado drenava minhas energias, mas minha mente estava focada em um único objetivo, Sobreviver.