Capítulo 8: Primeiros contatos

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 Silencio, nervosismo e desconforto, esses eram sentimentos que preenchiam a velha viatura.

Jenna dirigia e de vez em quando nos olhava pelo retrovisor, ela não deixou que nós ficássemos ao seu lado, então nós três estávamos comprimidos.

Conforme chegávamos próximo ao primeiro ponto, Jenna parecia ficar cada vez mais impaciente '' ela quer falar algo''.

— Já aviso que vocês não irão encontrar nada lá, se fosse um animal como vocês acham que é, eu teria encontrado algum rastro.

— Isso é o que vamos ver, não espero que você saiba onde procurar. — Lara retrucou com um sagaz meio sorriso.

— Chegamos. — Jenna sinalizou.

Estamos na borda da cidade, apenas algumas pequenas casas se encontravam ali.

— Não podiam ter esperado amanhecer? — Indagou Jenna, ainda incomodada por nos ajudar durante a noite.

— Só queremos otimizar o tempo, os outros pontos olhamos amanhã pela manhã.

Juntando as informações do mapa com o relato de Genn, há três pontos, o ponto onde dois de seus amigos desapareceram, o ponto da Mina e o do professor que é o mais recente dos casos, '' não vejo nada e nem é por conta da escuridão''.

— Ei! Soka, olha isso aqui! — Lara me chamava.

Enquanto pensava Lara já tinha entrado na estrada de terra rodeada por arbustos, está escuro, mas lanternas nos ajudavam a enxergar.

Quando a alcancei estava agachada perto do tronco de uma árvore.

— Viu alguma coisa?

— Dá uma olhada nisso aqui. — Lara apontou para o escuro tronco ao seu lado.

— Era para eu estar vendo alguma coisa? Não estou vendo nada.

— É difícil de enxergar, mas presta atenção nesse canto. — Lara circulou com os dedos um ponto do tronco, demorei um pouco para perceber a diferença na coloração, a escuridão dificultava, mas agora que percebi era nítido a mancha deixada para trás.

''Sangue'', não era possível ver em nenhum lugar sinal de alguém ferido, onde estaria?

Me virei para Lara, — Devem ter levado os dois daqui, temos a marca de sangue e percebo alguns traços de terra mexida.

— Isso não significa nada, Genn poderia muito bem ter feito isso. — A policial não aceitou os traços de sangue, afinal um humano também pode ter feito isso.

— Recomendo que vocês continuem a busca de vocês amanhã, o outro ponto, apesar de ser próximo, fica em uma zona mais fechada da mata.

Eu e Lara nos levantamos e fomos em direção ao carro, Genn que estava um pouco na nossa frente pediu para que parássemos.

— O que foi agora? — Jenna estava impaciente.

Genn enfiou a mão em arbusto, grunhiu um pouco, parece ter espinhos, quando tirou a mão seu braço estava completo de pequenos cortes vermelhos.

— Aqui! Era da Jéssica! — Um pequeno colar de prata com um pequeno santinho está pendurado em sua mão.

Paro, ouço um movimento nas folhagens atrás de mim, ''algo está aqui? ''

— Genn cuidado! — Gritei, o sangue atraiu as criaturas!

Da escuridão entre as árvores surge uma besta, seus olhos brilham amarelo em contraste com a noite.

As fileiras de dentes desiguais destroçam com uma mordida o braço ensanguentado de Genn, não tinha nem dado tempo de Jenna sacar sua pistola que Lara já avançava com sua ferramenta.

'' É lindo '', Lara possuí uma rapieira prata, com detalhes entornando a sua guarda em um redemoinho de metal.

O animal que possuía uma imagem canina gigantesca não hesitou um segundo após ser perfurado em seu tronco pela lâmina da rapieira.

'' Um lobo? Não, isso é um cachorro deformado'', O cachorro agora se virava para Lara e Genn caiu no chão em dor. Antes que ele avançasse, Jenna disparou com sua pistola.

— Não funciona. — Gritei para ela, mas sinto uma dor agonizante em minha panturrilha, outro apareceu!

— Corram para o carro! — Lara permanecia focada em enfrentar a besta em sua frente, um chute forte no focinho do cachorro ajudou a afasta-lo de mim, só o machucado me dificulta para correr.

Genn foi o primeiro a entrar na viatura, Jenna prontamente entrou no assento de piloto.

— Lara! Vamos! — Ela agora está cercada por dois dos cachorros, ela não iria voltar por conta própria.

'' Vou me arrepender disso depois '', corro em direção a Lara e pego uma rocha do chão. Não é das melhores armas, mas uso a rocha para golpear o focinho do segundo cachorro.

Este breve momento deu a abertura que Lara precisava para encerrar a luta, ela golpeou os dois cachorros com uma velocidade tão impressionante que eu apenas enxergava traços do reflexo da prata.

— Aff! Isso vai deixar marca. — Agachei, tenho sorte da mordida ser superficial, me levantei e olho os dois animais.

— A corrupção não parece ter mudado tanto eles, é bem fácil de distinguir o tipo de cachorro. As únicas diferenças são a alteração na pupila e o fato que eles são muito maiores do que um cachorro seria. — Expliquei agachado ao lado dos cadáveres.

Jenna que após o conflito limpou e enfaixou o ferimento de Genn agora estava próximo de mim.

— Vou precisar chamar o enfermeiro, o ferimento dele foi bastante severo.

— Pensei que não gostasse dele. — Resmunga Lara, alguns passos a minha esquerda.

— Tenho minhas suspeitas com seu envolvimento nos desaparecimentos, mas o bem-estar do cidadão ainda é meu dever. — Retruca ela.

— Agora acredita na gente?

— Pode até ser, mas não explica o desaparecimento dos dois, um cachorro teria deixado destroços além de uma pequena mancha de sangue. — Jenna retorce o rosto ao sentir o cheiro dos corrompidos em decomposição, além de que é uma visão bastante perturbadora.

— Preciso voltar para delegacia, continuem a investigação de vocês amanhã.

Felizmente Lara não se feriu, ''acho que não foi uma boa ideia trazer Genn''.

Mas já consegui reunir algumas pistas, apesar de ter criado mais perguntas do que respostas, os sinais da corrupção ainda são recentes, diferente do animal que enfrentei no coliseu. Além disso, existe um raciocínio consciente por trás das ações, '' por que levar os corpos? ''.

Trilha da lua: O caminho de um caçadorΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα