17 - kiss

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- Prontinho. - Jade disse ao colocar sobre a mesa de jantar uma travessa com espaguete a puttanesca, um dos pratos favoritos de Julie.

Aquele prato enchia a mente de Jade de memórias boas de seu casamento, de jantares agradáveis regados a vinho branco e uma boa noite de sexo, que deixavam Jade e Annie deliciosamente satisfeitas no fim da noite. Mas desta não teria sexo, e nem vinho branco, pelo menos não para Jade, por motivos óbvios.

O intuito de Jade com aquele jantar era apenas conversar com Julie, explicar as coisas e não deixa- la com a impressão de que o casamento delas havia sido uma terrível mentira, e que Jade queria se ver livre dela o quanto antes para que pudesse iniciar uma nova vida, pois se quer chegava perto disso, e tudo o que Amélia queria era faze- la entender, até por que, o único motivo de todos os seus desejos e sonhos mais ardentes era dona de olhos azuis, os olhos mais lindos que ela já havia visto.

Quando Perrie foi embora naquela tarde para a casa que dividia com Anikka, Jade quis chorar, quis pedir para que ela ficasse, descubrir qual era seu prato favorito e passar parte da noite na cozinha preparando- o para ela, comprar algumas cervejas e no fim de tudo pedir para que Perrie lhe explicasse mais sobre seu time de basquete favorito enquanto assistissem o jogo daquela noite. Era pedir demais? Era sonhar muito alto?

Pois indo contra os seus principais desejos Jade a deixou ir embora, nem se quer olhou no seu rosto, fingindo que não dava a mínima para ela ou sua presença quando na verdade ela queria dar- lhe um abraço, um beijo e pedir que ficasse. Jade soltou um longo suspiro e deixou as taças na mesa, não havia jeito daquilo acontecer, não quando as mentiras já estavam indo longe demais, não quando Perrie tinha uma noiva e um casamento marcado, um início de vida que não a incluía.

A campainha tocou. Jade saltou levando a mão ao peito, resultado de um pequeno susto. Ela estava desligada demais, entretida demais em suas próprias ideias para que pudesse estar atenta a coisas ao seu redor. Caminhando lentamente, e com seu coração um pouco acelerado, pela ansiedade daquela conversa, ela constatou, Jade caminhou até a porta, parou em frente a ela e respirou fundo, aquilo seria difícil. Jade abriu a porta com um singelo sorriso posto em seu rosto.

- Olá. - Annie devolveu o sorriso e ergueu o braço mostrando a garrafa de Bueno Sauvignon.

- O meu favorito. - abriu mais a porta dando passagem para Annie.

- Ainda me lembro be... - Annie cheirou o ar movendo a cabeça para os lados. - Isso é espaquete a...

- Puttanesca. - completou com seu sorriso mais gentil.

- Você também se lembra. - retrucou Annie.

Jade pode sentir as bochechas queimando. E se ela estivesse passando a impressão errada? Será que ainda era possível, mesmo ela estando esperando bebês de outra mulher?

- Você está bem bonita. - elogiou Annie, olhando- a da cabeça aos pés.

- Ah... - Jade olhou para si mesma.

Ela não se sentia assim, não naquele momento em questão. Estava usando um vestido antigo que já estava no armário há anos, mas que era leve, grande e confortável o suficiente para sua barriga grande e os peitos inchados não ficassem esmagados, o cabelo estava preso num coque no alto da cabeça e não usava adorno algum, usou apenas o seu habitual perfume de baunilha para que não parecesse tão desleixada, mas ainda assim ela sorriu e agradeceu sua ex esposa.

As duas caminharam até a sala de jantar e Jade sentou- se no início da mesa, e logo Julie se sentou ao seu lado. Elas estavam num silêncio pouco confortável, mas talvez fosse pelos elogios feitos, ou por uma ainda se lembrar como agradar a outra, Jade não sabia ao certo, ou se aquilo era o certo.

the bride's best friend • jerrie g!pWhere stories live. Discover now