Amor Extranjero

Capítulo: 23/04

— Com esta projeção aqui, a previsão é de um crescimento de dez por cento nos próximos dezoito meses. — Harrison, do departamento financeiro, bate o gráfico no quadro branco do projetor enquanto se dirige à reunião do conselho.

A mesa está cheia de conversas e entusiasmo. A estratégia de retorno do drama dos últimos quatro meses está viva e bem.

Eu... estou a quilômetros de distância.

Eu não consigo me concentrar... não consigo pensar... Eu sinto que não consigo respirar.

Talvez eu não esteja bem.

Dulce começou seu novo emprego hoje, e eu queria ligar para ela e lhe desejar boa sorte.

Eu não consegui dormir pensando nisso e até peguei o telefone algumas vezes. Eu abaixo minha cabeça.

Mas qual é o objetivo?

Eu me pergunto se ela correu esta manhã. Ela usava os calçados que, segundo ela, tinham motores? Sorrio suavemente para mim mesmo quando me lembro de Elliot pensando que estava falando de Zuckerberg tendo os calçados motorizados.

Idiota...

Giro em minha cadeira para esticar as costas. Eu preciso de uma massagem Dulce não gosta que eu tenha massagens.

Penso no tipo de massagens que costumava receber e parece outra vida atrás.

AD — Antes de Dulce... pare com isso.

— Christopher abordará isso de manhã.

Eu olho para cima, perdido. Sobre o que eles estão falando?

Os membros do conselho em volta da mesa me olham enquanto esperam minha resposta. Meus olhos se voltam para Alfonso em busca de orientação.

— Quando você for para Seattle hoje à noite. — Ele levanta as sobrancelhas como um lembrete gentil.

— Sim. — Eu concordo. — Está certo.

Alfonso está me cobrindo no trabalho no momento, consciente do meu estado de espírito.

A reunião continua e eu tomo um gole de água para tentar trazer minha mente de volta para onde ela precisa estar. Isso não é bom o suficiente, Christopher.

Foco.

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Eu ando no avião.

— Boa noite, Sr. Miles. Seu lugar é aqui, senhor. 1A.

— Obrigado. — Caio no assento na primeira fila da primeira classe.

O avião embarca lentamente e eu
olho pela janela. Voar nunca me incomodou. Eu odeio isso agora.

Eu odeio que isso me lembre dela... de como nos conhecemos. Da noite que tivemos juntos.

De como as coisas acabaram mal no final.

Com o cotovelo apoiado no apoio de braço, belisco a ponta do nariz. Eu só quero chegar lá e ir para o meu hotel e dormir.

Estou cansado e não estou com disposição para essa merda.

— Posso pegar alguma coisa, Sr. Miles?

— Uísque, por favor.

Um homem idoso se senta ao meu lado.

Ele acena.

— Olá.

— Oi. — Eu sorrio.

Dirijo minha atenção pela janela para a equipe de bagagem na pista, todos fazendo seu trabalho e correndo pelas verificações de segurança.

Eles estão dirigindo carrinhos, luzes piscando e agitando bandeiras.

Eu não me importaria se o avião caísse.

Queimar no inferno seria melhor que isso.

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Quatro dias depois

Sorrio para Alan quando ele fica ao lado da limusine no aeroporto.

— Olá senhor. Você fez uma boa viagem?

— Sim, obrigado. — Eu sorrio quando entro no banco de trás.

— Você gostaria de seguir a rota normal, senhor? — Ele pergunta pela porta.

— Sim, por favor.

Ele sorri.

— Muito bem. — Ele fecha a porta e, momentos depois, o carro entra no trânsito.

Meia hora depois, ele diminui a velocidade quando passamos pelo apartamento de Dulce e eu espio pela janela.

Ela está lá?

Fazemos isso todas as noites no caminho de casa. Minha própria maneira estúpida de dizer boa noite a ela... caso contrário, acabo voltando aqui mais tarde.

Quem eu quero enganar? Eu corro de volta aqui quase todas as noites. Prendo a respiração enquanto passamos, na esperança de vê-la...
Eu nunca a vi uma vez.

Meu coração cai; ela não está aqui.
Olho pela janela de trás enquanto desaparecemos na rua.

Dulce... onde você está?