Capítulo: 23/03

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— Um brinde

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— Um brinde. — Maite sorri enquanto segura o copo.

Christian e eu erguemos nossos copos para tocar o dela.

— A novos começos.

— A novos começos, — todos repetimos.

— Você será ótima. — Christian sorri. — Só espere — Você estará assumindo a sala de notícias em pouco tempo.

Vamos jantar em um bar e comemorar. Eu começo meu novo trabalho amanhã. Faz uma semana desde que deixei a Miles Media.

Parece uma vida atrás.

Eu ia para casa para ver meus pais, mas eu simplesmente não tinha energia mental. Fiquei em casa por amor próprio. Eu precisava de tempo sozinha para lamber minhas feridas e curar. Eu fui para algumas massagens, fiz Reiki para acalmar minha dor de cabeça, comi de forma saudável e fiz duas corridas por dia para me cansar, para que meu corpo não tivesse escolha a não ser dormir à noite.

Estou bem... vazia, mas indo bem.

Parei de ler o jornal para não precisar ver o nome dele. Nas minhas corridas, vou para o outro lado, para não precisar ver o prédio da Miles Media ou restaurantes ou qualquer coisa que me lembre dele ou de nosso tempo juntos.

Ele...

Não consigo nem dizer o nome dele.

Ele foi colocado no cofre e ninguém se atreve a mencionar o nome dele para mim. É como se ele nunca tivesse existido... e talvez ele nunca tenha existido.

— O que você vestirá amanhã? — Maite pergunta enquanto corta seu bife.

— Eu pensei no meu terno azul marinho. — Eu mastigo minha comida. — Quero parecer profissional e inteligente.

— Sem saia cinza? — Christian sorri.

Eu limpo minha boca com meu guardanapo.

— Eu joguei essa merda fora.

— O quê? — Maite grita. — Adorava aquela saia! Eu teria ficado com ela.

— Essa foi uma saia amaldiçoada, — eu respondo. — Confie em mim; você não quer esse tipo de negatividade em sua vida.

— Aqui, aqui. — Christian levanta o copo e brindamos novamente.

— Michael me convidou para um encontro no sábado à noite, — diz Maite casualmente.

Minha faca e garfo atingem o prato com um tinido quando meus olhos se levantam para encontrar os dela.

— O quê?

Ela encolhe os ombros.

— Eu não sei o que fazer com isso, para ser sincera.

— Ele convidou você para um jantar casual? Tem certeza de que é um encontro? — Christian faz uma careta.

— Não, suas palavras exatas foram: 'Você gostaria de sair para um encontro no sábado à noite’?

Eu sorrio.

— Você vai?

— Eu não sei. — Ela suspira. — Foram tantas turbulências entre nós. Acabamos de chegar a um lugar de confiança e amizade novamente. Não quero estragar tudo.

— Por transar com ele? — Christian  sorri enquanto morde sua comida.

— Bem, se eu transasse com ele, e ele não usasse Viagra duplo comigo, eu ficaria mortalmente ofendida. Eu sei que truques ele tem em sua cartola agora.

Todos nós rimos.

— Deus, aquela noite foi engraçada, — acrescento, me lembrando dele quase desmaiando por causa de todo o sangue em seu pau.

Maite revira os olhos.

— Para você, talvez.

Ficamos em silêncio enquanto comemos.

— Boa sorte amanhã, querida, — diz Christian.

— Obrigada galera. — Eu sorrio. — Vocês são as duas melhores coisas de New York.

— Deus, você está tão certa, — Maite murmura em seu copo. — E essas margaritas. — Ela levanta o copo para me mostrar. — Então eu devo sair com Mike?

— Sim, — Christian e eu ofegamos. — Vá.   

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— Dulce. — Athena sorri enquanto passa os braços ao meu redor. — É tão bom ver você. Bem-vinda.

— Oi. — Eu sorrio nervosamente.

— Você vai adorar aqui. — Ela me leva pelo escritório. — Aqui é o seu escritório.

Eu sorrio surpresa.

— Eu tenho meu próprio escritório?

— Claro que você tem.

Olho em volta do pequeno escritório. Definitivamente, não é o último andar da gerência, mas combina comigo. Há uma janela, uma mesa e uma cadeira no canto. É meio acolhedor. Eu me viro para ela.

— Obrigada por me aceitar. Estou tão agradecida.

Athena sorri e esfrega meu braço. Quando liguei para ela pedindo emprego, ela não perguntou o que aconteceu com Miles Media ou meu relacionamento com Christopher. Mas sei que ela sabe que provavelmente estou sem outro lugar para ir, e correr para casa com o rabo entre as pernas não é uma opção.

Ela está certa.

Eu vou compensa-la; Serei a melhor repórter que ela já teve, porra.

— Vou deixar você se acomodar. — Ela sorri. — Reunião da equipe às dez para apresentá-la a todos. Temos rosquinhas de boas-vindas.

Eu sorrio.

— Obrigada, isso seria ótimo.

Ela desaparece no corredor, e me sento em minha nova mesa e olho ao redor do espaço solitário.

Sinto falta de Maite e Christian... E o burburinho da Miles Media.

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