Capítulo 17

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Tem assuntos delicados nesse capítulo.

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J A C K S O N

Por mais que Jungkook me odeie um pouco pelo meu jeito, não sei ser diferente consigo. Pelo menos não depois do dia da boate em que o vi tão mal e precisando de ajuda e cuidado. Não depois de subir as escadas de sua casa e ele me abraçar à medida que chorava e pedia para não o deixar sozinho, pois estava com medo do pai. Não depois de passar a noite toda até o amanhecer sentado ao lado de sua cama, olhando-o, uma vez que estava com febre e segurando minha mão como se eu fosse o seu socorro. Não depois de ver um homem tão grande e forte parecendo uma criança pequenina e indefesa.

Pedi a todos os deuses existentes para que seu pai não aparecesse, porque o estado de terror em que Jungkook se encontrava me fez desejar quebrar suas duas pernas e braços, embora nem soubesse o que ele havia feito.

A verdade é que Jungkook me lembrou o meu irmão mais novo desde o primeiro momento em que o vi na Paradise.

Por isso, quando sua febre finalmente baixou, peguei seu número e fui embora. Fui embora, mas meu coração e pensamentos ficaram naquela casa cinza e sem vida, com o cara de 1,89 de altura que estava tão vulnerável sobre o colchão. Por isso meus dias seguintes foram de mandar mensagens e passar na sua rua às vezes, para saber se estava bem. Porém, infelizmente, nunca tinha uma resposta ou via seu rosto.

Senti-me tão culpado pelo o que aconteceu com o meu irmão que quando vi Jungkook e tive lembranças dele, do meu querido Dean, não pude evitar de criar um laço instantâneo de proteção sobre si.

Cuidei do meu irmão como se fosse o meu filho a partir do dia que a vida dos nossos pais foi tirada em um acidente a caminho da Ilha de Jeju. Acidente que me atormentou por anos, que me deixou de mãos atadas e sem saída junto a uma criança de 10 anos.

Eu era jovem, e as coisas começaram a ficar difíceis. Precisei abandonar a minha faculdade e ir em busca de um emprego, porém meu currículo nunca foi bom o bastante para ter uma oportunidade capaz de cobrir todas as nossas despesas sem eu precisar me matar de trabalhar. E foi no dia que Dean se trancou no quarto para chorar porque estava com fome que eu me vi dentro de um inferno. Culpei-me por tudo e por não ser homem o suficiente para alimentar o meu próprio irmão.

— Dean, abra a porta — pedi com a voz mais calma do mundo, tentando não expressar a minha dor também. — Dean — chamei mais alto, não tendo resposta. — Dean, droga, não é só você que está sofrendo. — Levantei a voz, cheio de remorso e culpa. — Eu fiquei com a parte mais difícil, você entende? A parte mais complicada está nas minhas costas e não saber o que fazer é pior ainda. É pior porque eu te vejo precisando de mim e não tenho solução.

Do Preto Ao Roxo ▪︎ JikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora