Capítulo 20: Último ano

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No início de fevereiro as aulas voltaram, era o ano da formatura. Para meu pai era o ano do meu casamento e ele estava se esforçando para montar um currículo perfeito para meus pretendentes. Ele jurava que eu realmente faria aquilo e não se importava se tivesse que me obrigar.


Eu havia começado a procurar por casas para comprar e alugar observando qual seria mais viável para mim, queria ir montando meu novo lar ao longo do ano e me mudar no dia da formatura, eu seria menor de idade ainda, mas se conseguisse me esconder bem ele não me encontraria antes de eu ter completado 18.


Na escola as meninas estavam alvoroçadas.


- Como vocês passaram esse fim de ano!? - Brisa perguntou.


- Viajei para a Europa e, nossa, conheci um homem lá, ele tinha seus trinta anos, mas não pude me conter, ele era perfeito, simplesmente perfeito! - Cléo começou.


- O QUÊ!? Você deu pra ele!? - Dandara perguntou.


- CADELA! - Brisa gargalhou.


- Estou apaixonada! - Sofia soltou.


Todas nos viramos pra ela.


- Nossa menininha está crescendo! - Brisa disse.


- Awnnn... - todas dissemos em coro e Sofia sorriu.


- Sorte a de vocês, meu fim de ano foi uma merda. - avisei.


- Vocês andaram aprendendo baixarias esse fim de ano isso sim.


- O que houve, Am? Você é sempre a mais alto astral!


Eu sorri.


- Relaxem, agora tudo está de volta ao comum. Mas estou ansiosíssima pela formatura! Finalmente ser adulta, meu Deus, eu nunca imaginei que chegaria tão rápido! - desviei o assunto.


Logo o sino tocou e fomos para nossas salas.


Naquele ano Brisa e Cléo haviam caído em minha classe, elas se sentaram juntas na carteira a minha frente e eu me sentei sozinha outra vez em uma das últimas carteiras, e G. O. na última, atrás de mim, me surpreendi ao vê-lo no primeiro dia de aula. E ainda por cima bem arrumado, seus cabelos estavam molhados e penteados, mas não tanto o que dava a ele um ar de badboy, os olhos azuis estavam sem nenhuma bolsa d'água, estava corado e até mais corpulento do que a última vez que o vira, o uniforme e a bolsa eram novos.


Ao entrar na sala do modo confiante e petulante de sempre muitos olhos se dirigiram a ele, principalmente olhares femininos que após ele passar digitavam em seus celulares ou cochichavam entre si. Sorri ao ver aquela nova faceta de Giancarlo.


Quando ele passou por mim deixou um olhar penetrante que me deixou sem ar e seu perfume caro inundou minhas narinas.

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