Capítulo 12

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Elise

Estou tremendo com a cena na minha frente sua máscara salpicada de sangue e o seu moletom pingando sujando o chão. O cheiro metálico do sangue me causa náuseas. Não sei se devo me aproximar e oferecer ajuda. Como se pudesse adivinhar meus pensamentos.

- Não se preocupe rata, a maioria desse sangue não é meu.

Coloco a mão no peito e suspiro aliviada. Imagina se esse troço morre aqui? Pisco algumas vezes e olho novamente para ele que me olha de cima a baixo por debaixo daquela máscara consigo vislumbrar o brilho incandescente do seu olhar.

Ele solta um grunhido e vira de costa tira o moletom. Fico surpresa com a sua ação. Seus músculos dos braços e costa se ressalta com o movimento, as veias dos seus braços visíveis, ele se vira novamente e o rubor toma conta do meu rosto, meus olhos automaticamente voltam para o seu corpo, com alguns gominhos e aquela maldita entrada. Escuto um grunhido trêmulo e olho para cima. Ele se aproxima e parece que tudo fica em câmera lenta. Não me movo. Ele para e estende o moletom.

- Tô garota, é para lavar. Ele diz com um tom de voz controlado?

- Ah... ta bom. Engulo em seco.

Pego seu moletom encharcado. Ele disse que a maioria desse sangue não é dele, o que exatamente ele quis dizer com isso? Um arrepio percorre o meu corpo. Não sei como reagir a dada situação. Balanço a cabeça levemente tentando afastar os pensamentos.

Seguro com mais força o seu moletom e viro de costa indo em rumo a lavanderia, sinto seu olhar me queimando em cada movimento, meus passos são vacilantes. Fecho os olhos e respiro fundo. Apresso os passos, quando me dou conta estou na lavanderia, Fecho a porta encosto a testa na mesma e solto todo o ar acumulado.

- Droga!! Jogo seu moletom dentro da máquina que por incrível que pareça está funcionando. Faço uma concha com as duas mãos e Jogo água no rosto. Respiro fundo e passo as mãos no cabelo.

Saio da lavanderia depois de estender o seu moletom.

Paro de andar assim que escuto barulho de chuveiro?

Eu sei que é uma decisão imprudente mas mesmo assim, decido ir em direção ao barulho. Cada passo próximo a última porta do corredor o som fica mais alto, quando estava prestes a posicionar a minha cabeça na porta para ouvir melhor o que havia atrás. Ouço barulho de passos pesados. Sem esperar nem mais um segundo na frente daquela porta. Corro literalmente. Até a lavanderia e fecho a porta devagar.

- Droga !! Era o quarto dele? Será que ele me ouviu? Ou pior me viu? Sussurro a mim mesma.

Espero por mais alguns minutos quando todos barulhos cessam e o único barulho que me resta é a ventania lá fora. Decido sair da lavanderia. Ando em passos lentos até o andar de baixo e me deparo com um cara de calça moletom cinza, cabelos molhados e sem camisa?

Sem camisa!

Fico parada próxima a escada, não sei o que fazer. Devo permanecer aqui ? Devo dizer alguma coisa? Após uma breve análise em todas essas sugestões. Opto por ficar em silêncio.

Quando ele se vira para frente, algo chama minha atenção. Um pequeno corte está estampado próximo ao seu peito. Franzi o cenho.

Como não notei aquilo antes?

Ele segura algo em suas mãos. Álcool talvez? Ele me observa cautelosamente.

O medo começa a se dissolver dos meus membros e garganta enquanto eu consigo botar uma frase para fora.

- Você... você quer ajuda? Faço um gesto com a mão apontando para o seu machucado.

Ele me encara por longos segundos, me deixando sem jeito. Quando acho que ele vai subir para a andar de cima e me ignorar.

Liberdade CorrompidaWhere stories live. Discover now