Capítulo 07

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Pov Justin

- Você não cansa de destruir vidas? ~ela aumentou o tom de voz - Naquela noite você matou pessoas, pessoas que eu amava, famílias foram desfeitas por sua causa. E agora se sente no direito de fazer isso de novo? A troco de quê? Me diz

Não havia nada que eu pudesse dizer que justificasse o que aconteceu naquela noite.
Eu estava paralisado, sem reação, ouvindo cada palavra. Dava pra sentir no seu tom de voz, a dor que ela sentia, e aquilo me embrulhou o estômago.

- Me fala. O que você ganha com isso? ~ela insistiu
- Eu só sigo ordens ~disse
- Ordens de sair matando pessoas inocentes?

Eu sabia que aquilo era errado, desde o início, eu sabia...mais se eu questionasse as ordens do Papa ou me recusasse a fazer, eu sofreria as consequências.
Eu perderia meu lar, perderia as pessoas que considero como a minha família...ou, poderia até mesmo pagar com a minha própria vida.
Mais ela estava certa, eu não podia destruir a sua vida mais uma vez.
Então, eu decidi correr o risco...

- A onde você ia conseguir comida? ~perguntei novamente
- Porque eu falaria isso pra você?
- Porque eu vou te levar até lá.

Ela pareceu surpresa com a minha resposta

- E você espera que eu acredite em você?
- Sim

Ela ficou em silêncio

- É o mínimo que eu posso fazer.

Ela balançou a cabeça em negação

- Não...não...você só quer tirar essa informação de mim
- Não, eu tô falando sério. Eu te levo lá e te ajudo com os suprimentos. É só isso.
- E o que você ganha com isso? ~ela parecia não acreditar no que ouvia
- A certeza de que eu tô fazendo a coisa certa dessa vez ~peguei nas mãos dela~ ela me olhava de maneira confusa ~cortei com a faca a fita grossa que a mantinha presa

No mesmo instante ela se afastou de mim

- Nós estamos no meio da mata, você não vai saber pra onde ir. Pode demorar horas, dias, até você chegar na rodovia, E eu conheço esse territorio melhor do que você.

- O que você ganha com isso? ~ela me perguntou mais uma vez

- Já te disse ~me aproximei dela - Eu tô colocando muita coisa em jogo, mais isso é o certo a se fazer. ~pausei por alguns segundos - Eu vou te perguntar mais uma vez, a onde você iria pegar toda essa comida?

Ela ainda parecia insegura, mais finalmente disse...

- Tem uma casa, na rota 66, perto de um satélite...
- Sei, tem esse satélite e um pouquinho depois tem um bairro, com algumas casas...
- Isso ~ela respondeu
- Nós fazíamos rondas por lá, checavamos casa por casa.
- Então, vamos? ~ela me perguntou, ainda com o tom de voz desconfiado
- Vamos, nós precisamos andar o máximo possível antes que anoiteça ~e comecei a andar novamente
- Não podemos parar mesmo que anoiteça ~ela disse firme
- E não vamos, mais teremos que diminuir o ritmo e andar com mais atenção. Eles com certeza irão me procurar, assim que o sol desaparecer.

Ela só assentiu com a cabeça e seguiu andando ao meu lado

- Vamos pela margem do riacho, seguindo a correnteza, quando chegar ao fim, iremos pegar uma trilha que nos levará pra fora da mata, até uma antiga igreja.
- E depois?
- Depois seguiremos por uma estradinha, que nós levará até a tal casa que você disse...

Seguimos o caminho pelo riacho em total silêncio. Ela caminhava um pouco mais a minha frente, a passos rápidos e parecia estar em alerta a qualquer movimento repentino meu.
Eu sabia que ela não confiava em mim, eu tão pouco a ela, mais eu tinha sido sincero nas minhas palavras e cumpriria a minha promessa.

Maggie Greene - New Chance For LoveWhere stories live. Discover now