Pov Maggie
Passamos horas andando floresta adentro, até que ele decidiu parar um pouco.
Eu precisava arranjar um jeito de fugir.
- Senta ai ~ele disse e apontou pra árvore atrás de mim
Sentei e fiquei observando o ambiente ao redor.
Haviam muitas folhas secas, espalhadas pelo chão, algumas árvores altas, e um zumbi vagando mais adiante, parecia não perceber a nossa presença ali.
Tinha também um belo riacho a nossa frente, o dia estava muito quente e aquela água seria muito útil.Ele se afastou um pouco, e foi andando em direção ao riacho.
Mesmo um pouco distante, deu pra ver o que ele fazia. Ele se agachou e retirou a máscara. Molhou o rosto, encheu o cantil e retornou pra onde eu estava. Sem a máscara...- Toma ~e direcionou o cantil molhado pra mim
Admito que a visão que eu tive foi totalmente inesperada. Eu imaginava um homem um pouco mais velho, de aparência mais desgastada, e não foi o que eu vi.
Ele era moreno, de cabelos negros, olhos castanhos. Sua aparência era simpática e leve.
O seu rosto estava completamente molhado, já no lado esquerdo, haviam resquícios de sangue seco, e também estava um pouco roxeado.
Com certeza aquilo era resultado da pedrada que eu havia dado nele mais cedo.- Não quero ~respondi depois de alguns segundos
Ele revirou os olhos e bebeu a água.
Se sentou mais a minha frente e soltou um suspiro.Após alguns minutos em silêncio, ele decidiu falar...
- O que vocês vieram fazer por aqui?
Permaneci em silêncio
- Estão fugindo de algo? ~ele bebeu mais um pouco da água - São só vocês, ou existem mais pessoas? Uma comunidade inteira talvez?
Continuei em silêncio
- Não vai me responder?
- E por que eu diria qualquer coisa pra você? ~finalmente falei
- Porque é melhor você responder pra mim do que pra eles ~ele se levantou e veio até mim - Eles não vão te perguntar gentilmente e te oferecer um pouco de água ~e estendeu o cantil pra mim novamenteDessa vez, eu peguei o cantil da mão dele e bebi um pouco da água.
- E então? ~ele insistiu
Nada disse
- Ok, já entendi o recado
- Como você se juntou a eles? ~perguntei depois de um tempoEle permaneceu em silêncio alguns segundos enquanto olhava pra mim, provavelmente se decidindo se respondia ou não.
- Eles me encontraram e salvaram a minha vida. ~ele deu uma pausa - Eu estava abrigado a alguns dias num prédio, em um dos apartamentos que ainda restavam, com a minha irmã mais nova. Ela tinha sido mordida e...~percebi que os seus olhos tinham se enchido de lágrimas - Ela estava naquela fase da febre, enfim... eu não podia fazer muita coisa, mais não conseguia deixá-la ali. ~ele respirou fundo e continuou
- E eu não percebi que com o passar dos dias, havia se formado um grupo grande de zumbis ao redor do prédio. Foi então que o meu grupo entrou no prédio, pra se desviar dos zumbis e acabaram me encontrando. Com a ajuda deles eu consegui sair dali. Sem eles, provavelmente eu teria morrido ali com a minha irmã. Sem água, sem comida, ilhado...
- Quantos anos ela tinha?
- Dezesseis anos
- Uma criança
- Sim, uma criança ~ele disse baixinhoPermanecemos em silêncio por um tempo
(Barulhos de Zumbis)
- Atrás de você ~indiquei com a cabeça
No mesmo instante ele se levantou, foi na direção do zumbi e cravou sua faca no meio da cabeça dele.
Logo atrás vinha outro, e mais outro...
Ele foi eliminando um por um, com muita rapidez e facilidade.Senti passos atrás de mim e me virei, vinham mais uns dez na minha direção.
Me levantei rapidamente e gritei- EI..EI...AQUI
Ele veio correndo
- Porra, são muitos ~ele passou a mão pelos cabelos
- Me solta ~estiquei meus braços e balancei as mãos amarradas - Você não vai conseguir sem a minha ajuda
- Tá maluca? ~ele riu - Eu não confio em você!
- E você acha que eu confio em você? ~sorri irônica - Eu não sobrevivi até aqui pra morrer pra meia dúzia de zumbis
- Meia dúzia? ~ele riu
- Você não da conta ~sorri irônicaEle se aproximou de mim, pegou nas minhas mãos, como se estivesse decidido a me soltar.
Ele passou o dedo indicador pela fita enrolada no pulso e me olhou- Você que pensa ~sorriu e saiu de perto
Ele foi em direção aos zumbis e habilidosamente eliminou cada um deles.
Depois ele caminhou na minha direção, voltando mais sujo do que tinha ido, sangue por todo o seu rosto, roupa, braços...
- Vamos, ainda tem muito caminho pela frente.
Continuamos andando pela floresta e eu comecei a ficar nervosa pela situação em que eu me encontrava.
De mãos atadas, presa a um desconhecido, sem notícias do meu grupo e perdendo tempo, um precioso tempo.
Toda uma comunidade dependia de nós, meu filho dependia de mim. E eu precisava fazer o que fosse preciso pra voltar viva, e com a mochila cheia de suprimentos.- Pessoas podem morrer por culpa sua ~parei no meio do caminho
No mesmo instante ele parou e me olhou
Eu esperei até ele dizer alguma coisa, mas permaneceu em silêncio
- Eu vim até aqui salvar o meu povo, salvar o meu filho ~disse desesperada
- Salvar de quê? ~ele perguntou
- De fomeEle pareceu surpreso
- E como você pretendia fazer isso? Pra conseguir toda essa comida
Eu permaneci calada. Ainda não me sentia segura pra dizer qual era o plano e a localização da casa pra ele, mais eu estava desesperada.
Então ele se aproximou de mim
- Como? ~ele repetiu - Vocês pretendiam ir até a sua antiga casa?
Ele se referia ao lugar em que ele e o grupo dele estavam agora. E pelo seu tom de voz, ele estava quase certo de que nós iríamos atacar o seu assentamento.
- Não ~respondi - Não iríamos até lá
- Onde então? ~ele insistiu
- Você não cansa de destruir vidas? ~me exaltei - Naquela noite você matou pessoas, pessoas que eu amava, famílias foram desfeitas por sua causa. E agora se sente no direito de fazer isso de novo? A troco de quê? Me dizEle estava paralisado, com os olhos arregalados
- Me fala. O que você ganha com isso?
- Eu só sigo ordens ~ele finalmente disse
- Ordens de sair matando pessoas inocentes?Ele se aproximou mais
- A onde você ia conseguir comida?
- Porque eu falaria isso pra você?
- Porque eu vou te levar até lá.
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Maggie Greene - New Chance For Love
FanfictionApós todas as perdas, lutas, derrotas, traições, Maggie e o grupo tentam renovar as esperanças e recomeçar a vida. Criando novos laços, amizades e talvez um amor? Será que ainda era possível sentir isso de novo por alguém? Os alexandrinos teriam gr...