Capítulo 05

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Pov Justin

O dia já estava amanhecendo e os primeiros raios de sol insistiam em aparecer no horizonte.
Após alguns minutos andando, eu acabei saindo de dentro da floresta e fui caminhando em direção a uma área mais aberta e aparentemente vazia.
Mais a minha frente tinha uma estrada e do outro lado dela havia um grande galpão. Na verdade, parecia uma antiga fábrica e um bom lugar pra se esconder.
Sem pensar muito, atravessei a estrada e parti pra enorme fábrica a minha frente.

Tudo parecia muito silencioso, eu caminhava a passos lentos e com os ouvidos atentos a qualquer tipo de barulho suspeito.

(Barulho de porta batendo)

No mesmo instante eu olhei na direção de onde vinha o barulho, era ela.

Uma porta a alguns metros de distância tinha sido se fechada, e por um segundo, eu pude ver que uma mulher passava correndo por ela.

Corri até a porta, tentei abri-la, mais não conseguia. Forcei mais um pouco e nada. Ela tinha colocado algo pra travar a sua abertura.

- Porra ~dei um soco na porta

Tinha que existir outra forma de entrar

Olhei pra todos os lados e foi então que eu vi uma abertura no canto esquerdo do saguão, corri rapidamente até lá e vi uma placa escrita "Saída de Emergência".
Haviam alguns lances de escada, que provavelmente dariam pros andares superiores, e era pra lá que ela estava indo.

Subi o mais rápido que pude.

Já estava no quinto lance de escadas, e ouvi um som que parecia ser de luta, no corredor a frente.
Segui mais um pouco e lá estava ela, lutando com um zumbi. Não demorou muito pra que ela o jogasse andar a baixo.

O lugar estava um pouco escuro, somente alguns raios de sol entravam pelas pequenas janelas que haviam ali.
Me posicionei a poucos centímetros atrás dela e esperei o momento certo para agir.
Mais de alguma forma, ela sentiu a minha presença...

Ela em um movimento rápido, fechou o punho direito e virou na minha direção, eu desviei, agora ela tentava com o outro braço, dessa vez eu segurei seu punho e o forcei a ir para trás.
Dei um soco em sua barriga e acertei outro em seu rosto. Ela me empurrou, me jogando contra a parede. E me acertou de raspão no peito com sua faca.
Ela era incansável.
Segurei seu braço com toda a força que ainda restava em mim, afastei sua mão, que já vinha novamente, dessa vez na direção do meu rosto pra me cortar.
A empurrei. Dei um chute em sua mão e em seguida a faca caiu no chão.
Ela se inclinou em direção a faca caida e eu à agarrei pela cintura, fazendo com que nós dois caíssimos no chão.
Eu me posicionei em cima dela e lhe dei um soco no rosto, logo em seguida ela me devolveu.
Avistei a faca um pouco mais adiante de nós e só um pensamento me veio a cabeça, "Eu preciso pegar essa faca primeiro do que ela".

Me estiquei por completo, tentando alcançar a faca, enquanto ela tentava de todas as formas me tirar de cima dela e pegar a faca também. Mais eu alcancei primeiro.
Num só movimento, peguei a faca e levei em direção ao pescoço dela, encostando a ponta mais fina em sua garganta.
Na mesmo instante, ela parou.
Senti sua respiração descompassada, ir diminuindo aos poucos. Com uma das mãos sobre seu busto, eu senti o seu coração acelerado, quase pulando pra fora do peito.
E por um momento a luz que vinha das janelas pairou sobre seu rosto.
Ela olhava pra mim, o seu olhar era assustado, mais ao mesmo tempo era forte e corajoso.

Eu já havia visto esse rosto antes, mas onde? quando?

Ela cogitou em se mexer

- Não se mexa, se não eu te mato.
- Se você quisesse me matar, já tinha feito ~ela respondeu em seguida

Sorri de forma irônica

Minha respiração também estava descompassada, o suor escorria pelo meu rosto e a cabeça ainda latejava.

Por alguma razão, eu não consegui finalizar a minha ação, mais permaneci parado, com a faca na mesma posição.
Ao olhar para o seu rosto, que por sinal estava machucado e sangrando em alguns lugares, eu percebi que mata-lá ali a sangue frio, não era melhor opção.

- Você vale mais pra mim viva do que morta ~disse olhando fixamente em seus olhos

Aquele rosto me era familiar, eu já tinha o visto antes, só não lembrava onde.

Peguei uma fita, no meu bolso de trás e coloquei em sua mão.

- Amarra isso nas mãos

Ela permaneceu parada

- ANDA ~joguei a fita em cima do seu peito

Ela se amarrou e eu fui conferir se estava realmente amarrado. Aproveitei e apertei mais um pouco, pra evitar problemas futuros.

Então, eu finalmente afastei a faca e saí de cima dela.

- Vem, levanta ~a puxei pela braço e ajudei ela a se levantar

A partir dai nós permanecemos em silêncio. E saímos daquele local.

Quando estávamos prestes a entrar na floresta novamente, ela decidiu quebrar o silêncio

- Pra onde você está me levando?
- Pra minha casa
- Sua casa? ~ela riu ironicamente

Parei e olhei pra ela

E meu Deus, como ela era linda. Agora com a luz total do dia sobre nós, eu pude ver cada detalhe do seu rosto. E mesmo machucada, ela continuava muito linda.

- Não entendi ~respondi sério
- A casa que vocês invadiram não é? melhor dizer assim...

É isso, agora eu me lembrei. Ela estava junto com aquele grupo de pessoas que eu deixei escapar naquela noite. Ela era a mulher que conversava com aquele garotinho, o FILHO dela.

- Eu sabia que já tinha te visto antes

Ela permaneceu em silêncio

- Naquela noite, eu vi, você e mais algumas pessoas saindo por uma porta falsa no muro, pelos fundos.

Ela me olhou de forma surpresa

- E ao invés de chamar reforços e impedir, eu simplesmente deixei vocês irem embora.
- Por que? ~ela me perguntou
- Não sei ~parei por uns segundos e depois continuei - Talvez porque eu não quis matar uma mãe na frente do seu filho.
- E o que você vai fazer agora? Me levar pro seu líder?

Fiquei calado

- Pra ele me matar e você não levar a culpa de deixar uma criança órfã, acertei?
- Cala a boca ~agarrei seu braço e a empurrei, indicando que era pra ela continuar andando

Continuamos andando por mais algumas horas. O sol já havia atingido seu ápice, se continuássemos nesse ritmo, ao final do dia chegaríamos no assentamento e o Papa decidiria o que fazer com ela.

O dia estava muito quente, então eu decidi parar um pouco e recuperar as energias.
Havia um pequeno riacho mais a frente e seria ali que nós ficaríamos.

Maggie Greene - New Chance For LoveWhere stories live. Discover now