8. φιλοσοφία

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As mãos dele se moviam com delicadeza calculada, fortes e firmes nos lugares certos com força moderada e se algum homem me tocou antes dele não importa. Porque ele conhece meu corpo, estranhamente sabe quando posso suspirar e quando me torno maleável sobre seu toque.

O beijo dele tinha gosto de segurança, quente descendo pela minha espinha e arrepiando todas as terminações nervosas, acolhedor como se pudesse me aconchegar cada vez mais e ainda assim seria bem recebida. A maneira como sua língua dançava sobre mim e deixava sempre um gosto marcante nos meus lábios me enlouquecia.

Jeon é pura perdição.

Lembro-me de pensar enquanto procurava normalizar minha respiração quando separava nossas bocas, embora ele não deixasse. Sempre resvalando os dentes pela minha pulsação exposta e beijando meu pescoço ao passo que suas mãos continuavam sobre mim.

Ele poderia entregar tudo de si se eu pedisse gentilmente, carregando meus desejos e satisfazendo-os com perfeição inquestionável. Ele poderia ter me dado mais do que pediria e pensando em conhecê-lo que um segundo encontro pareceu tão promissor, empolgante.

Mas não é exatamente um bom presságio encontrar o mesmo homem que poderia lhe entregar tudo na sala de aula, com limites onde ele não pode sequer estar muito perto.

Mas já tínhamos ultrapassado aquele limite.

Naquele sala não importava como ele me beijou, nem todas as sensações que vieram junto ainda vívidas na minha mente.

E olhando para si sozinhos enquanto todos tinham nos deixado eu sabia que o tamanho da distância que teríamos seria igual ao silêncio nos prendendo ali. Resumidos em uma noite que seria segredo e presos na realidade recém descoberta.

Você não acredita no amor, não é? — Uma voz interrompe meus pensamentos. — Caso contrário você amou alguém e foi machucada?!

— É uma pergunta ou afirmação?

— Um pouco dos dois.

— Você é o aluno do debate, que me perguntou o que eu teria feito.

— Lisonjeado que se lembre de mim — Responde com humor. — Você parecia bem obstinada em acabar com uma obra literária famosa em todo mundo.

— Qual seu nome?

— Jimin, Park Jimin.

Observo sua postura encostado na parede com os braços cruzados em frente ao tórax, um pequeno riso sempre persistente em suas feições, embora seus olhos tenham muito mais intensidade do que sua meiguice deixa transparecer.

Olhos impressionantes, não exatamente por serem diferentes demais e com toda certeza nunca comuns. Mas olhos que lhe fazem reconhecer quem os carrega, olhos que diziam exatamente quem era a pessoa ali comigo.

E se eu estivesse em meio a multidão ainda o reconheceria, pelo seu olhar.

— Sim.

— Como?

— É a resposta para sua pergunta.

— Qual delas?

— A que realmente importa.

Mas minha mente continua gritando para mim que apenas uma coisa importa nesse momento. Não a resposta para uma pergunta eventual ou nos debates sobre histórias atemporais. E sim o homem saindo pelas portas da classe esbanjando confiança e bom humor, caminhando como se fosse dono de tudo.

Até seus olhos encontrarem novamente os meus e me fazer sentir que havia algo pertencente à si dentro de mim.

Existe algo interessante nele, nenhum pouco decifrável contradizendo a transparência que envolvia os olhos negros que tentavam em vão ser inexpressivos; Jeon não era composto para camuflar suas emoções embora algo ainda precisasse ser descoberto.

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